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Lenda de D. Sapo (Coucieiro, Vila Verde

xatux

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Lenda de D. Sapo

No concelho de Vila Verde, a freguesia de Coucieiro é conhecida por ser o local onde terão acontecido os factos relacionados com a lenda de D. Sapo.

Ainda hoje existe a quinta e a casa senhorial que terá pertencido a este fidalgo que gozava de privilégios reais e não colhia a simpatia dos seus subditos.

Segundo a versão da lenda de D. Sapo que está patente no web site da Camãra de Vila Verde, Coucieiro apresenta um facto histórico e lendário que passado á volta de um fidalgo, dono de uma quinta que, ainda hoje, é conhecida pela quinta de D. Sapo».

«Este fidalgo dominador das suas terras e daqueles que as trabalhavam representava o Rei e tinha todos os priviégios reais por El-Rei concedidos, mais aqueles privilégios que, estando tão longe do Rei, o tal fidalgo inventou, ou seja, dormir com a noiva, após o casamento, quando essa noiva fosse dos seus dominios», acrescenta a mesma fonte.

Um dia, um jovem, que era alfaiate, enamorou-se por uma rapariga de Coucieiro e ambos decidiram casar. Entretanto, o noivo foi avisado do privilégio de D. Sapo, que o iria obrigar a ceder a sua esposa ao fidalgo na primeira noite.

Assim, o jovem alfaiate pensou em vingar-se e planeou apresentar-se a D. Sapo disfarçado de noiva e liquida-lo. Se bem pensou, melhor o fez e na noite, após o casamento, apresentou-se a D. Sapo disfarçado de noiva, e, com a sua arma (a tesoura) matou D. Sapo, lê-se no web-site camara de Vila Verde.

Perante o que tinha acontecido, em Coucieiro todas as pessoas começaram a temer pela sorte do alfaiate. O próprio jovem, temendo a justça real pelo homici­dio, que seria aplicada pelo representante da Casa Real, tomou a decisão de se apresentar pessoalmente a Sua Majestade, para confessar o seu crime.

Já na presença do rei, que na lenda nunca é especificado quem é, o alfaiate, segundo a voz do povo terá dito: ''venho apresentar-me a Vossa Majestade, pedindo que me absolva, pois lá para a região dos Senhores de Regalados matei um Sapo».

Ainda segundo a versão popular da lenda, o rei, depois de ouvir esta confissão, pensou e disse ao alfaiate, sem nunca imaginar que em causa estava um fidalgo seu: «se mataste um sapo é mais um, menos um, disso esta¡s perdoado».

Depois de ouvir a resposta e a absolvição real, o alfaiate ganhou coragem e esclareceu que o sapo era, afinal, o fidalgo D. Sapo que, provavelmente, abusando dos privilégios queria dormir a primeira noite com a sua noiva.

O rei, apesar de não ter gostado, disse ao jovem: «está¡s perdoado e, palavra de Rei não volta atrás». Foi desta forma que os homens de Coucieiro se viram livres de D. Sapo.

Curioso será de notar que, há poucos anos, quando foram realizadas obras no soalho da igreja de Coucieiro foi encontrada uma sepultura, cuja pedra tumular estava um pouco mais alta do que o chão. Há quem acredite tratar-se da sepultura de D. Sapo.

Esta pedra tumular está agora no exterior, junto á entrada do templo, não possuindo qualquer inscrição.


D. Sapo de Cardielos


Feito o relato da lenda de D. Sapo de Coucieiro, é necessário dizer que a mesma história aparece-nos com uma ligeira variante na freguesia de Cardielos, no concelho de Viana do Castelo. A personagem central é o fidalgo D. Florentim Barreto, a quem o povo também chamava de D. Sapo e que, tal como em Coucieiro, exercia o direito de passar a noite de núpcias com as noivas dos seus criados.

A variante é que um jovem que pretendia casar, decidiu reunir um grupo de homens para irem falar com o rei para lhe rogarem a mercê de se livrarem de um sapo que em suas terras tiranizava todo o povo. El-Rei, rindo-se do que pensava ser a ingenuidade do povo de Cardielos concordou que matassem o sapo à sacholada.

Com esta ordem real, os homens regressaram e logo trataram de assaltar o solar de D. Florentim Barreto com sacholas para dar morte ao D. Sapo. O homicidio foi comunicado ao rei pelos amigos do fidalgo que exigiram a condenação dos homens.

O monarca furioso mandou chamar à sua presença quem cometera tamanho desacato.

Os culpados foram presentes e replicaram que haviam recebido da boca do prpprio rei a ordem de morte de D. Sapo, pois só por este nome conheciam D. Florentim.

O final da lenda de Cardielos à semelhante a de Coucieiro. O monarca, depois de ouvir, ponderou e disse: «ide em paz para as vossas terras. O dito, está dito. Palavra de Rei não volta atras».


Vila Verde

Município português, pertencente ao distrito de Braga, compreendendo 58 freguesias (Aboim da Nóbrega, Arcozelo, Atães, Atiães, Azões, Barbudo, Barros, Cabanelas, Carreiras-São Miguel, Carreiras-Santiago, Cervães, Codeceda, Coucieiro, Covas, Dossãos, Duas Igrejas, Escariz-São Mamede, Escariz-São Martinho, Esqueiros, Freiriz, Geme, Goães, Godinhaços, Gomide, Gondiães, Gondomar, Lage, Lanhas, Loureira, Marrancos, Mós, Moure, Nevogilde, Oleiros, Oriz-São Miguel, Oriz-Santa Marinha, Parada de Gatim, Passó, Pedregais, Penascais, Pico, Pico de Regalados, Ponte, Portela das Cabras, Prado-São Miguel, Rio Mau, Sabariz, Sande, Soutelo, Travassós, Turiz, Valbom-São Martinho, Valbom-São Pedro, Valdreu, Valões, Vila de Prado, Vila Verde e Vilarinho). Em termos demográficos, a população, em 1991, era constituída por cerca de 44 100 residentes para uma área bruta de 221 km2 e a variação da população residente entre 1960 e 1991 foi de 4%.

A economia municipal assenta na agro-pecuária, silvicultura, indústria alimentar, destacando-se ainda o papel da administração local.

Localizada a norte da cidade de Braga e a norte do rio Cávado, Vila Verde é sede de município e registava uma população de cerca de 2500 residentes em 1991.

património

O património edificado mais importante inclui a igreja paroquial (de raiz românica, com frescos do século XVI); a igreja setecentista e o santuário da Senhora do Alívio, em Soutelo; o santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho (do século XVII) e o pelourinho, em Prado; a fonte de Freiriz (com importantes esculturas); e a igreja românica de Coucieiro (do século XII).

história

A primeira referência documental ao topónimo ocorreu em 960. Em 1145 já era paróquia. O actual município inclui vários antigos coutos medievais. Por aqui passava a via romana que ligava Braga a Tui.

 
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