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Ponte Europa ainda sob investigação

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Os líderes distritais de Coimbra do PSD e do PS consideram importante que o Governo averigúe cabalmente as razões do aumento de custos na construção da Ponte Europa, sobre o Rio Mondego, mais tarde rebaptizada de Ponte Rainha Santa.
«Acho muito bem que se faça uma auditoria profunda que analise tudo o que está subjacente à sua construção. Todos sabemos que, à época, a empreitada foi lançada para dar cobertura à campanha das autárquicas», afirmou à Lusa o dirigente social-democrata, Jaime Soares.
Segundo noticiou ontem o Jornal de Notícias, o Governo mantém o processo de apuramento de responsabilidades pela derrapagem financeira no custo da obra, contrariando o anterior presidente da Estradas de Portugal, António Laranjo, que, em 2007, tinha proposto o seu arquivamento.
De acordo com o matutino, que cita um relatório do Tribunal de Contas de 2004, os trabalhos a mais na construção daquela ponte podem ter chegado a 288 por cento, entre o valor inicial do concurso, de 38,65 milhões de euros, e o investimento final, de 111,3 milhões de euros.
O JN revela ainda que «já há informação suficiente para apontar culpados e, eventualmente, contabilizar as responsabilidades», tarefa que está entregue a advogados externos às Estradas de Portugal.
A secretária de Estado das Obras Públicas considera que «se o Instituto Estradas de Portugal decidiu proceder à revisão do projecto da ponte e à alteração do processo construtivo, é porque existem razões objectivas passíveis de uma imputação específica de responsabilidades». Praticamente todos os intervenientes no processo são criticados em relatórios da sociedade de advogados externos, Tribunal de Contas e Inspecção-geral das Obras Públicas que classifica a Ponte Rainha Santa como «um caso exemplar de como não promover e construir uma obra pública».
O presidente do PSD de Coimbra recordou que, em 1999, o «Governo quis lançar a obra sem analisar o que era mais importante para a cidade de Coimbra e sem ponderar os custos e a eficácia da ponte».
Considerando que aquela «solução não era a que Coimbra necessitava», Jaime Soares salienta que o investimento dava «para fazer quatro ou cinco pontes, nomeadamente uma com envergadura de tráfego que não servisse só a cidade».
O líder distrital dos social-democratas recorda ainda a paragem da obra, suspensa durante cinco meses, entre Novembro de 2002 e Março de 2003, que obrigou à reformulação do projecto de construção, com especial destaque para o reforço do pilar central de sustentação, quando o PSD era Governo.
«Existem relatórios técnicos que, na altura, referiam que a empreitada teria custos completamente diferentes daqueles que estavam calculados», frisou, acrescentando que «não se pode esquecer que a obra foi lançada a concurso como sendo um projecto inovador, que nunca tinha sido aplicado em Portugal».
Por sua vez, o deputado e líder distrital do PS Vítor Batista afirmou que «é vantajoso e importante que se esclareçam e apurem as responsabilidades» na construção daquela travessia e se apurem se os «sobrecustos foram com a própria ponte».
«Todos sabemos que a ponte teve problemas com o projecto que levou à sua reformulação e atrasos mas, em todo o caso, alguns comentários que vieram a público na altura necessitavam de ser esclarecidos», refere o dirigente socialista, que não precisou o teor dos comentários.
«Se o secretário de Estado ordenou o apuramento de responsabilidades é porque entende que deve existir um esclarecimento integral, o que eu considero um acto de coragem, pois nunca se percebeu bem o porquê de tantos atrasos», acrescentou Vítor Batista.
 
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