Carlos Fragateiro acusa ministro da Cultura de autoritarismo e avança para tribunais
Teatro: Carlos Fragateiro acusa ministro da Cultura de autoritarismo e avança para tribunais
Lisboa, 30 Jul (Lusa) - O encenador Carlos Fragateiro, afastado do conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II, acusou hoje o ministro da Cultura de autoritarismo e revelou que irá levar a sua exoneração aos tribunais.
Fragateiro falou hoje numa conferência de imprensa que decorreu no Palácio da Independência, próximo do D. Maria II, porque foi impedido de falar com os jornalistas nos espaços do teatro nacional.
"Qualquer das tutelas assinou a exoneração sem que a minha defesa fosse tida em conta", disse Carlos Fragateiro, sublinhando que a sua demissão do cargo estava decidida desde que o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, tomou posse em Fevereiro.
O conselho de administração do Teatro Nacional D. Maria II, presidido por Carlos Fragateiro, foi "dissolvido" por despacho conjunto dos Ministérios da Cultura e das Finanças, datado de segunda-feira.
Fragateiro falou em "perseguição dirigida" e manifestou perplexidade face aos pressupostos "extremamente frágeis" que justificaram a sua saída, ao fim de dois anos e meio de tutela do D. Maria II.
Sem revelar quais os pressupostos, Fragateiro disse que irá accionar os meios judiciais em defesa do projecto que criou para o D. Maria II desde que tomou posse em 2006.
"Foram dois anos e meio nada fáceis em termos de gestão", disse Fragateiro, que, apesar de surpreso com oS motivos da sua saída, disse estar há muito tempo à espera de que o demitissem.
Referindo-se ao ministro da Cultura, Carlos Fragateiro disse que nunca chegou a ter uma reunião com ele. "Há demasiado autoritatismo na pessoa", observou.
Sobre todo o processo que levou à dissolvição do conselho de administração do D. Maria II, Fragateiro considerou ter sido uma "mistura de Kafka e Beckett", de "absurdo e totalitário".
"A sorte é que nesta altura a Cultura tem um peso muito pequeno em termos governamentais" e "felizmente este ministro poderá fazer muito pouco mal à Cultura", criticou.
SS.
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