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Falta de apoios “empurra” VIME para extinção formal

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Os sócios decidiram nomear uma Comissão Liquidatária, com o compromisso de manter suspens
É provável que a sigla VIME (Viver Melhor) diga pouco à maioria dos portugueses, mas tal não se aplica a quem lida com o flagelo da doença mental. Em 2000, um grupo de familiares de pessoas com doença mental organizou-se, em regime de voluntariado, numa associação de apoio às famílias atingidas. Oito anos volvidos, a Instituição Privada de Solidariedade Social (IPSS) está à beira da extinção, razão pela qual questiona: «Por que se extingue uma associação necessária?».
Formada com a colaboração de um grupo de profissionais de saúde mental e o apoio da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, a VIME desenvolveu, com carácter regular e ao longo dos anos, acções de informação e esclarecimento sobre temas diversificados e de interesse para as famílias, assim como constituiu um grupo de ajuda mútua, criou um gabinete de aconselhamento específico para famílias em risco de ruptura e organizou colóquios e outras acções públicas.
Desde a primeira hora, a VIME desenvolveu esforços intensos para pôr a funcionar um Centro de Actividades Ocupacionais e uma Residência Temporária para permanências de curta duração destinadas a treino de competências e integração social dos doentes, permitindo, assim, pausas para descanso dos familiares. Uma pretensão que, contudo, nunca foi concretizada.
Segundo os responsáveis da associação, os projectos mencionados anteriormente têm uma justificação óbvia. «O panorama das estruturas de apoio a doentes em fase de reabilitação e reintegração, em Coimbra e na região Centro, é desolador», asseguram, antes de garantirem que «as próprias famílias afectadas pela doença constituem hoje, no nosso país, a mais vasta e mais consistente estrutura informal de prestação de cuidados a pessoas com doença mental».
Voluntários exaustos
«Os familiares e os profissionais de saúde mental que, ao longo destes cerca de oito anos, se têm dedicado a trabalhar na associação em regime de voluntariado, chegaram ao limite, exaustos, dominados por sentimentos de impotência ou indisponíveis, por motivos diversos, mas legítimos», informam, constatando, ainda, que, por não poderem contar com «um quadro próprio de profissionais e espaço para sede e funções administrativas que as unidades da residência e do fórum de actividades ocupacionais propiciariam, a manutenção das actividades habituais tornou-se inviável».
Face à actual situação, a VIME confirma que «a única saída estatutária possível é a extinção formal», apesar de custar «encarar» esta solução, uma vez que «a VIME era necessária e útil», além de o movimento estar criado, as necessidades identificadas, as soluções estruturadas e estar assegurada uma larga participação de familiares das pessoas doentes. «Faltavam apenas os apoios e encorajamentos iniciais para se avançar com soluções concretas e para os investimentos identificados», garantem.
Posto isto, a IPSS lembra que resta esperar que «sejam concretizadas, rapidamente, as medidas previstas no plano elaborado pela Comissão Nacional de Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental». Segundo a VIME, «trata-se de um documento notável, que diagnostica com rigor o deficiente estado da saúde mental em Portugal e, lucidamente, aponta medidas para o melhorar significativamente a médio prazo».
A expectativa sobre a sua concretização justificou que a Assembleia-Geral tenha nomeado uma Comissão Liquidatária da VIME, com o compromisso de manter suspenso, pelo prazo de dois anos, o acto formal de extinção da associação, período durante o qual poderá ser reactivada se «novas circunstâncias o aconselharem e os associados se disponibilizarem para o efeito».
 
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