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Bombeiros de Lamego acusam INEM de lhes retirar serviços

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Set 24, 2006
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Bombeiros de Lamego acusam INEM de lhes retirar serviços

Os Bombeiros Voluntários de Lamego acusam o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de lhes estar a «retirar serviços» de socorro pré-hospitalar, desde que accionou uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) para o hospital local

«O INEM está a pôr em causa um serviço que se encontra debaixo de um acordo de colaboração que temos com ele, ainda em vigor», lamentou o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lamego, Rui Valadares, em declarações à Agência Lusa.

Segundo o dirigente, há cerca de 25 anos, no âmbito de um acordo, foi criado um Posto de Emergência Médica (PEM) para acudir às situações de socorro pré-hospitalar.

Atendendo ao elevado número de serviços (uma média de mais de oito por dia), em 2005, em reunião com o presidente do INEM, foi decidido criar no PEM de Lamego uma tripulação permanente de Técnicos de Ambulância de Socorro (TAS).

«Temos actualmente três TAS, que significam um encargo anual de 36 mil euros», explicou Rui Valadares, acrescentando que eles trabalham numa escala de serviço permanente durante os dias úteis e ao fim-de-semana em regime de voluntariado.

O facto de, em 2006, os pedidos de socorro que chegavam directamente à central dos bombeiros passarem a ser accionados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) da delegação Norte do INEM e de, no ano seguinte, o hospital de Lamego ser integrado no centro hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, levou a uma diminuição do número de serviços do PEM de Lamego.

«Ainda assim, nos primeiros cinco meses deste ano o PEM teve uma média de 6,1 serviços por dia. Em Junho (depois da entrada em funcionamento da ambulância SIV) já só teve uma média de quatro por dia e, em Julho, de 2,6», lamentou.

O dirigente critica o INEM por nem sequer o ter informado pessoalmente de que Lamego ia ter uma ambulância SIV e também por, depois de alertar o delegado regional do Norte para o prejuízo que esta estava a significar para os bombeiros nada tivesse sido feito.

«Supostamente esta ambulância veio para cá actuar num patamar entre o Suporte Básico de Vida prestado pelo PEM e o Suporte Avançado de Vida da VMER e, além de Lamego, serviria outros concelhos vizinhos. Só que aquilo que nos apercebemos que faz é o número de serviços que nós deixamos de fazer», lamentou.

Atendendo a esta situação, Rui Valadares alerta: «estamos na contingência de poder ter de cessar os postos de trabalho dos TAS».

Esclareceu que não está contra a existência da ambulância SIV em Lamego - cuja tripulação integra um enfermeiro e um Técnico de Ambulância de Emergência - e que apenas contesta a forma como é feita a triagem dos serviços.

«Reuni nos finais de Junho com o delegado do Norte do INEM, quando os números já sinalizavam um decréscimo alarmante dos serviços. Pedi o seu a seu dono. Disse-me que a situação não se iria alterar muito, mas que iria insistir (com o CODU) na questão da triagem. Se insistiu, não surtiu efeito», sublinhou.

Angustiado, Rui Valadares admite a possibilidade de no final de Setembro, já na posse de dados de quatro meses e se o baixo número de serviços do PEM se mantiver, a associação humanitária denunciar o acordo de colaboração com o INEM.

Assegurou, no entanto, que a associação não tomará esta decisão antes de falar com o presidente da Câmara de Lamego, atendendo aos seus custos sociais para os munícipes.

A Lusa tentou, em vão, obter um comentário do INEM sobre esta situação.


Lusa/SOL
 
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