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Absorção de CO2 é maior nas florestas virgens do que nas áreas reflorestadas

xicca

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As florestas intocadas absorvem entre 40 e 60 por cento mais dióxido de carbono (CO2) do que as florestas exploradas comercialmente ou em monoculturas, conclui um estudo da Universidade Nacional da Austrália divulgado ontem. Os cientistas criticam que as negociações climáticas, que reconhecem as florestas como sumidouros de carbono, não façam a distinção entre estes tipos de florestas.

Os cientistas daquela Universidade estudaram as florestas australianas e concluíram que a quantidade média de carbono armazenada nas florestas naturais de eucalipto é de cerca de 640 toneladas por hectare. Segundo o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, sigla em inglês), a quantidade média de carbono armazenado nas florestas temperadas é de apenas 217 toneladas de carbono por hectare.

Além disso, as florestas naturais armazenam CO2 durante mais tempo. As florestas industrializadas têm uma diversidade genética reduzida e, por isso, são menos resistentes às pragas, doenças e alterações climáticas.

Brendan Mackey, um dos autores do estudo, defende que os governos e as agências internacionais devem proteger as florestas naturais e o carbono que armazenam como parte das medidas para resolver o problema das alterações climáticas.

“Proteger as florestas naturais do planeta deixou de ser uma opção, é uma necessidade”, disse Mackey, citado por um comunicado da Universidade.

“Se as florestas naturais continuarem a ser abatidas, o CO2 libertado vai aumentar significativamente as concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera”, acrescentou.

Como exemplo, o estudo concluiu que os 14,5 milhões de hectares de florestas naturais de eucalipto no Sudeste da Austrália podem armazenar cerca de 9,3 mil milhões de toneladas de carbono. Actualmente o carbono armazenado nessas florestas é o equivalente a retirar da atmosfera 460 milhões de toneladas de CO2, por ano, durante o próximo século.

Só no ano passado as negociações internacionais das Nações Unidas sobre alterações climáticas reconheceram o papel das florestas enquanto sumidouros de carbono. Hoje faz parte do “Plano de Acção de Bali” a ser debatido para preparar a cimeira de Copenhaga, em 2009. No entanto, as negociações não fazem distinção entre florestas virgens e florestas transformadas pelo homem.



Público
06.08.08
 
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