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Criança que se envolve com arte, tem mais auto-estima

Matapitosboss

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Set 24, 2006
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Estudo mostra que crianças que desenvolvem trabalho artístico têm mais facilidade de memorização e atenção e fortalecem a auto-estima.


Valentina Vandelli tem seis anos e adora fazer arte -com lápis, papel, tintas e caixas, muitas caixas. "Ela me pede que guarde todas as caixas de sapatos e as transforma em bonecos, casinha com divisórias... Desde pequena, ela é assim: inventa milhões de coisas, tem muita sensibilidade e criatividade", conta a mãe, a publicitária Fernanda Vandelli, 36.

A menina tem aulas de educação artística na escola e, nas férias de Julho, frequentou uma escolinha de artes. Agora, na volta às aulas, a mãe quer matriculá-la em outro curso.

Fernanda diz que sempre leva suas duas filhas a exposições e incentiva o trabalho artístico com elas. "Acho fundamental para desenvolver a sensibilidade. As crianças de hoje esquecem o lado lúdico da vida, o prazer de trabalhar com as mãos."

De fato, especialistas afirmam que a arte tem um papel essencial na infância. "É um dos recursos que temos para pensar e agir sobre a realidade. É do ser humano fazer arte. É importantíssimo que a criança tenha esse contacto desde cedo", diz Maria Christina Rizzi, coordenadora do ateliê de arte para crianças do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicação e Artes da USP (Universidade de São Paulo).

Entre os benefícios listados por educadores, estão o desenvolvimento dos sensos crítico e estético, da criatividade, da curiosidade e da auto-estima.
E, segundo um estudo recente, os ganhos ultrapassam os domínios do meio artístico, ajudando em outros campos. Realizado pela Dana Foundation, instituição filantrópica americana dedicada a pesquisas sobre o cérebro, o projecto, chamado "Learning, Arts and the Brain" (aprendizado, arte e o cérebro), reuniu neurocientistas de universidades como Harvard e Stanford com o objectivo de descobrir por que o trabalho com arte tem sido associado a um melhor desempenho académico.

Segundo os resultados preliminares, crianças motivadas para as artes desenvolvem habilidades de atenção e estratégias de memorização que ajudam em outras áreas.

O estudo mostrou que há ligações entre a prática de música e habilidades relacionadas às memórias de curto e de longo prazo, à representação geométrica e ao domínio da leitura. Sugeriu, ainda, que actuar em teatro melhora a memória e que a dança torna os alunos mais observadores.

"A arte é importantíssima para o desenvolvimento infantil, inclusive no aspecto cognitivo. A criança aprende melhor outras matérias: matemática, inglês, português, ciência", confirma a pós-doutora em arte-educação Ana Mae Barbosa, professora do mestrado em design da Universidade Anhembi Morumbi e única latino-americana que já presidiu a InSEA (sociedade internacional para a educação por meio da arte, na sigla em inglês).

Ela diz, porém, que é preciso tomar cuidado com a forma de trabalhar a arte. Não se trata, por exemplo, de mandar a criança preencher formas prontas. "Não adianta dar a ela um desenho do coelhinho para colorir. É preciso promover a inventividade, a descoberta, dar papéis grandes para que os limites sejam amplos."

E, nessas horas, o importante é deixar a criança livre para criar. "Ficar falando que ela deve fazer de um jeito ou do outro não tem sentido. O universo da arte é o da metáfora. Não tem certo e errado", diz Rizzi.


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