• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Porto Salvo: Arqueólogos tentam descobrir vila romana enterrada

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
Porto Salvo: Arqueólogos tentam descobrir vila romana enterrada

Uma «grande dose de certeza» sobre a possibilidade de descobrir o complexo urbano de uma vila romana é o ponto de partida dos arqueólogos que vão escavar, em Setembro, um terreno agrícola de Porto Salvo, em Oeiras.


Financiado pela Câmara com 10 mil euros, o trabalho permitirá concluir uma recolha de material na superfície desenvolvida em Julho pelo Centro de Estudos Arqueológicos do concelho, pelo GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, por professores e estudantes universitários e por uma empresa alemã que localizou, através de um georadar, o que parece ser um edifício de planta rectangular com paredes entre 0,5 e 1,5 metros de altura.

A suspeita de que a área terá sido ocupada pela povoação romana de Leião não é, no entanto, recente - segundo João Luís Cardoso, dirigente do Centro e responsável pela investigação, o local está registado há mais de duas décadas na Carta Arqueológica municipal e tem sido alvo de várias prospecções ao longo desse período.

«Não se pode escavar todos os possíveis locais de interesse arqueológico, mas neste momento achou-se prioritário fazer esta intervenção, devido à grande aptência urbanística do local, e a primeira etapa foi concluída com êxito», disse à Lusa.

«Para ser uma vila, é preciso confirmar se se trata de uma casa senhorial, que era a parte urbana, a que se juntava uma rústica. É uma possibilidade sobre a qual já temos, através dos elementos recolhidos, uma grande dose de certeza», explicou, referindo-se a mosaicos, requintados fragmentos de estuques pintados e placas de mármore revestidas que a equipa encontrou.

Após a elaboração do relatório final dos trabalhos, prevista para 2009, caberá ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) avaliar se as ruínas devem ser apenas preservadas por registo documental (com fotografias e peças catalogadas) ou se a sua importância patrimonial e científica justifica a delimitação de uma área de interesse arqueológico.

Nesse caso, qualquer construção teria de respeitar o traçado da vila romana, que poderia ser integrada no circuito turístico-cultural do concelho e do país. Segundo José Luís Cardoso, toda a Área Metropolitana de lisboa está repleta de vestígios romanos em número «muito considerável», apesar da destruição causada pela ocupação humana.

O responsável defende, por isso, que cabe às autarquias «seguir o exemplo» de Oeiras e valorizar a vida dos seus municípios com uma visão actual da defesa do património histórico, entendendo-o como um apoio - e não um entrave - à promoção dos interesses imobiliários.


Diário Digital / Lusa
 

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
Vila romana pode vir a ser área de interesse arqueológico

Oeiras
Vila romana pode vir a ser área de interesse arqueológico


240032

A região de Lisboa´é rica em vestígios romanos

O património do Concelho de Oeiras pode vir a ficar com mais uma área de interesse arqueológico. Durante Julho foi feita a prospecção da vila romana de Leião, perto de Porto Salvo, conhecida desde a década de setenta do século passado.

“Trata-se de uma zona com 100 metros por 80, quase a área de um campo de futebol”, explica por telefone ao PÚBLICO João Luís Cardoso, director do Centro de Estudos Arqueológicos da Concelho de Oeiras.

Apesar de já se conhecer a existência do local há décadas, o risco de se urbanizar uma área que até agora só tinha sido cultivada, torna urgente a necessidade de conhecê-la cientificamente e verificar o grau de importância da vila. “É um local absolutamente intacto. Não há construção ulterior ao abandono da vila”, explica o arqueólogo que também é professor catedrático da Universidade Aberta.

Durante o mês de Julho, uma equipa formada pelo Centro de Estudos Arqueológicos do concelho, pelo GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente do por estudantes e professores de arqueologia estudaram o local. A Câmara de Oeiras apoiou o projecto com dez mil euros.

Houve recolha de material à superfície e posteriormente uma empresa alemã contratada, utilizou a técnica do sonar, para fazer uma sondagem ao solo. “O georadar permitiu a identificação de estruturas arqueológicas enterradas”, disse o especialista. E o que se viu foram muros ortogonais, que “aparentam configurar a parte urbana da vila”. Para além disso sabe-se que existem fragmentos de estuque pintados e placas de mármore de revestimento.

À volta da capital Olisipo, o nome romano da cidade de Lisboa, foram edificadas muitas vilas, que cultivavam terrenos à volta. Cada vila romana continha uma parte rural e uma propriedade urbana, onde vivia o proprietário e que tinha várias construções.

Existem vestígios que datam de uma altura imediatamente anterior à chegada dos romanos à região, entre os séculos III e I antes de Cristo. “Estas vilas podem estender-se até ao século IV ou V depois de Cristo”, explica o arqueólogo. Mas ainda se sabe muito pouco.

Toda a prospecção feita até agora foi não intrusiva. Em Setembro iniciam-se as escavações para se perceber o grau de importância do local. Se estiver bem preservado, para além do valor científico, pode tornar-se numa área de interesse arqueológico, com importância do ponto de vista cultural e educacional.

“Tudo indica que pode vir ser uma área de interesse arqueológico”, explica o arqueólogo. Perto da região, o achado só é comparável à vila romana de Freiria, no Concelho de Cascais e a uma vila romana que está debaixo de um edifício do século XVIII do centro histórico de Oeiras.

O relatório final está previsto para 2009. Cabe ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico avaliar se a área deve ser só preservada por registo documental ou se a sua importância patrimonial e científica justifica a delimitação de uma área de interesse arqueológico. Nesse caso, qualquer construção teria de respeitar o traçado da vila romana, que poderia ser integrada no circuito turístico e cultural do concelho e do país.


08.08.2008 Nicolau Ferreira
Publico
 
Topo