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Galp e J. Martins brilham mas não evitam terceira semana negativa do PSI-20

Hdi

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Set 10, 2007
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A bolsa de Lisboa voltou a desvalorizar, pela terceira semana consecutiva. No acumulado das últimas cinco sessões o PSI-20 perdeu 0,24%, em contra ciclo com a Europa, num período marcado pelas quedas da EDP e do BES, mas em que as “estrelas” foram a Jerónimo Martins e a Galp Energia. Apesar dos fortes ganhos destes dois títulos o balanço semanal decepcionou.

Lisboa contrariou, assim, a Europa. O Dow Jones Stoxx 600, o índice que agrega as 600 maiores empresas da região, conseguiu somar mais de 3,2%, na semana, com muitas cotadas a divulgarem resultados acima do esperado, dando um sinal de que apesar da actual crise as empresas estão a conseguir apresentar níveis de crescimento aceitáveis, contornando os custos mais elevados.

O petróleo deu o seu contributo para a subida das acções. Hoje afundou para mínimos de cerca de três meses, acumulando uma quebra de mais de 7% na semana, a cotar nos 113,23 dólares em Londres e 115,61 dólares em Nova Iorque, depois de ter entrado em “bear market”. Já caiu mais de 20% face aos recorde atingidos no início de Julho e a justificação é a queda do euro face ao dólar.

A descida da divisa europeia, que só hoje caiu mais de 2%, reflectiu a perspectiva de que os juros na Zona Euro deverão manter-se inalterados, apesar da inflação elevada, dada a debilidade da economia da região, salientado por Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu (BCE), nas declarações que se seguiram a uma nova reunião em que a taxa directora ficou nos 4,25%.

Queda do euro, descida do petróleo e resultados em queda, mas acima do esperado, permitiram assim uma semana positiva para a generalidade dos mercados accionistas, tendência positiva à qual a praça portuguesa escapou, depois de ter atenuado os ganhos no fecho da sessão de hoje com as quedas da Brisa e da Portugal Telecom. A menor subida da Galp Energia também teve impacto no saldo final.

Apesar da queda, a semana foi até bastante animada em Lisboa, principalmente para os investidores da Galp Energia. A empresa foi a exame (apresentou as contas do primeiro semestre) e passou com uma queda de lucros inferior ao estimado. O desempenho menos positivo nos resultados acabou, no entanto, por ser ofuscado pelo Brasil que voltou a fazer brilhar as acções da empresa.

Numa só sessão, a de ontem, a empresa liderada por Ferreira de Oliveira disparou mais de 17%, naquele que foi o maior ganho diário desde Novembro, desde a altura em que a companhia anunciou a descoberta de petróleo no então desconhecido poço Tupi Sul, na Bacia de Santos. Foi a perspectiva uma nova descoberta que fez disparar a cotação, sendo que a especulação tornou-se realidade.

O mesmo não se pode afirmar quanto à criação de um “gigante ibérico” entre a Galp e a Repsol. Um movimento de consolidação que chegou a animar as acções na sessão de hoje, mas rapidamente desmentido por ambas as partes. “A Galp Energia esclarece que não manteve quaisquer contactos com a Repsol no sentido de promover uma concentração de empresas do sector energético na Península Ibérica e, em particular, sobre a troca de activos decorrente da potencial aquisição da Union Fenosa pela Gas Natural”.

A Portugal Telecom também mostrou lucros de 252,9 milhões de euros e viu os investidores mostrarem o seu contentamento com ganhos das acções em bolsa, ainda que na semana o saldo tenha sido negativo. Mas no capítulo dos resultados a grande vencedora continua a ser a Jerónimo Martins que conseguiu apreciar mais de 6,65% na semana, ainda animada pelas contas que levaram várias casas de investimento a rever em alta as estimativas.

As perspectivas animadoras para a distribuidora catapultaram o título para o valor mais elevado desde os últimos nove anos, apesar da correcção de hoje, dia em que até houve mais notícias positivas. A JPMorgan subiu o “target” da Jerónimo Martins para 7,70 euros após traçar um 2009 “brilhante” para empresa liderada por Luis Palha da Silva, suportado no aumento, estimado, de 50% dos lucros deste ano.

Outras empresas em destaque, pela positiva, foram a Portucel, que ganhou mais de 15%, a “holding” que controla a Portucel, a Semapa, que subiu 4,4% e também a jovem cotada, a EDP Renováveis. Subiu 2,9% na semana, naquela que foi a segunda série de cinco sessões positiva para a empresa desde que se estreou no mercado de capitais, no início de Junho.

A EDP, a “casa-mãe”, não conseguiu tal registo. Pelo contrário, caiu 4,97% na semana, reflectindo algumas notas de investimento menos favoráveis, impedindo o PSI-20 de registar um maior ganho, dado o seu peso no índice principal. A par da empresa liderada por António Mexia, nas quedas, e em destaque, esteve também o BES que obteve mesmo o pior registo da semana.

As acções do banco deslizaram 5,31% e contrariaram a movimentação dos restantes títulos do sector financeiro. O BCP e o BPI, “campeões” das quedas em 2008, no sector, em Portugal, conseguiram valorizar. Não foram subidas acentuadas (menos de 1%), mas suficientes para uma semana “verde”, numa altura em que os investidores e as próprias empresas se preparam para iniciar duas semanas de “férias”.

Jornal de Negócios
 
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