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Marcos de água inoperacionais na Alta de Coimbra

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Marcos de água inoperacionais na Alta de Coimbra

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O furto e destruição das tampas das saídas dos marcos de água na zona da Alta de Coimbra preocupam o comandante dos Bombeiros Sapadores de Coimbra.
Cardoso de Almeida aceitou a proposta do Diário de Coimbra e acompanhou-nos quarta-feira (dia 13) numa “ronda” de inspecção às bocas de incêndio e marcos de água nalguns pontos da cidade.
Por sugestão do responsável dos Sapadores, os locais foram por nós escolhidos para evitar que se levantassem quaisquer dúvidas sobre a seriedade dos resultados obtidos.
Ao longo da manhã percorremos a zona da Universidade, a parte histórica da Alta e ainda a Praça 8 de Maio.
O vandalismo era visível e, como referiu Cardoso de Almeida, torna os marcos de água inoperacionais e provoca perdas preciosas de tempo. Isto porque se uma saída de um marco não tiver tampa, ao abrir uma outra saída, a água acaba também por correr na primeira, o que se traduz em desperdício daquele líquido. Para além de obrigar os bombeiros a trazer nas viaturas tampas de substituição. Foi o que sucedeu, por exemplo, num marco junto ao Departamento de Física da Universidade, onde foi furtada a tampa de uma das saídas.
Por isso, Cardoso de Almeida frisou que estar “inoperacional” não significa só que o marco não tenha água.
Por outro lado, as saídas apresentam diâmetros diversos e os marcos de água são de modelos diferentes, instalados e fabricados por várias empresas. Uns mais recentes, outros mais antigos.
Por exemplo, no marco de água existente junto à Câmara Municipal cada saída tem uma válvula de segurança. «Só abrimos o que queremos», referiram os bombeiros, acrescentando que ali não são precisas tampas. Ao contrário dalguns marcos instalados na zona da Alta.
Os bombeiros queixam-se também de terem de transportar nas viaturas uma “panóplia” de chaves, atendendo às várias situações que se lhe deparam.
O comandante dos Sapadores de Coimbra lamentou que não haja “normalização” do material, ou seja, há modelos antigos de marcos que obrigam à utilização de várias chaves. Aludiu igualmente a outro problema. Linhas de água fechadas, como sucedeu junto à Câmara Municipal de Coimbra onde, supostamente devido a uma fuga de água numa saída de um marco, se optou pela via mais fácil, ou seja, o encerramento da linha de água.
Acontece, também, que muitas das vezes as válvulas da linha de água (que é a conduta que abastece o hidrante ou marco) estão na estrada, debaixo de viaturas estacionadas o que se traduz em trabalhos acrescidos para os bombeiros e perdas de tempo para as abrir. Surgem ainda deslocamentos das válvulas das linhas de água e assentamentos. Ou mesmo terra e lama que dificultam a abertura das referidas válvulas.
Numa amostragem, de quatro marcos de água verificados na zona da Universidade só um estava completo, pronto a funcionar imediatamente. Os outros tinham problemas. Ou seja, para funcionar precisavam de algum trabalho extra como por exemplo colocação de tampas.
Na Rua do Cabido, junto ao Ateneu de Coimbra, duas bocas de incêndio estavam secas, No entanto, uma outra, junto à Sé Velha, funcionava.
O comandante dos Bombeiros Sapadores de Coimbra considerou que as «coisas estão bem planeadas na cidade». Existem marcos em quantidade suficiente. Mas é preciso garantir que funcionem.
Aquele responsável queixou-se, por outro lado, da falta de efectivos para manter uma equipa permanente de verificação das bocas de incêndio. «Dá para as saídas operacionais. Não dá para mais nada», frisou, apontando para os 123 bombeiros que a CBS dispõe, divididos por quatro piquetes.
Cardoso de Almeida defendeu uma vistoria das bocas de incêndio e marcos de água feita por equipas com capacidade de intervenção imediata. «Estamos vocacionados para a parte operacional. A prevenção não conseguimos fazer de maneira programada», acrescentou. Ainda assim, o responsável pela CBS admite disponibilizar um bombeiro para integrar uma eventual equipa a constituir pela empresa Águas de Coimbra.
E se com os fogos urbanos a preocupação dos bombeiros vai para manter em funcionamento pleno as bocas de incêndio, em relação aos incêndios florestais a sua atenção vira-se para a pressão da água que nem sempre é a suficiente. Como em Vale de Canas e Rocha Nova, ou em S. Silvestre e no Palácio de S. Marcos.
Apesar de tudo, e entendendo que há muito trabalho a fazer, Cardoso de Almeida assegura que não há motivos para a população se alarmar.

Manutenção arranca no próximo mês

Joaquim de Sousa, administrador da Águas de Coimbra, anunciou que deverá arrancar no próximo mês um plano de manutenção de hidrantes (marcos de água e bocas de incêndio).
Numa primeira fase o plano incidirá sobre os marcos de água que Joaquim de Sousa estimou em cerca de 650. Depois serão fiscalizadas as bocas de incêndio que são milhares, acrescentou o administrador.
A ideia é fazer testes na rede e tentar avaliar o caudal de cada saída do marco de incêndio. Depois, como explicou, pensa-se elaborar uma carta com a localização dos marcos e a capacidade de caudal de cada um e fornecê-la aos bombeiros. l
Relativamente aos vários diâmetros das saídas e padrões dos marcos de água, o administrador da empresa Águas de Coimbra explicou que os marcos actuais já têm saídas “standards”, precisamente para permitir aos bombeiros uma ligação rápida, sem problemas. «O que não acontecia no passado», salientou.
Joaquim de Sousa referiu no entanto que na “parte velha” da cidade há ainda marcos de incêndio antigos que são “peças engraçadas” e que deverão ser mantidos para conservar a traça original daquela zona da cidade.
Quanto às tampas das saídas dos marcos de incêndio, considerou que têm de ser acessíveis e facilmente removíveis, só que depois as pessoas roubam-nas. Referiu ainda que durante os 12 meses em que tem exercido as funções de administrador da Águas de Coimbra nunca recebeu qualquer comunicação ou contacto da parte dos bombeiros.



Diário de Coimbra
18.08.08
 
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