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Imigração: «Troika», uma história de sucesso

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Rimma Riyada é uma imigrante de Leste, de 39 anos, que escolheu Portugal para viver. Como trabalha com imigrantes e com produtos da terra-natal nunca perdeu as raízes e, apesar de não pensar em voltar ao país de origem, mantém as tradições.
Chegou a Portugal há cinco anos e Aveiro era o destino escolhido porque já lá tinha família. Rimma, o marido e os dois filhos, na altura uma menina com dois anos e um menino com 11, decidiram embarcar nesta viagem em busca de uma vida melhor.

Rimma Riyada define a sua história de vida como «complicada». Nasceu na Sibéria, mudou-se para o Kazaquistão, onde viveu uma grande parte da sua vida, esteve na Polónia durante seis anos e depois veio para Portugal». Frequentou o ensino superior na área de contabilidade, mas não chegou a terminar o curso e agora, com 49 anos, é dona de cinco lojas «Troika», distribuídas pelo país, e de um restaurante em Gaia de comida típica dos países de Leste.


A língua e a falta de contactos tornaram o começo complicado mas não impossível

Quando chegaram a terras lusitanas já traziam o objectivo de abrir uma loja porque, depois de fazerem um estudo de mercado, descobriram que existiam poucas superfícies comerciais que trouxessem produtos de Leste para satisfazer, não só os conterrâneos, como também muitos portugueses curiosos, explicou ao Portugal Diário.

Abrir a primeira loja em Aveiro foi difícil, «não percebíamos a língua, não tínhamos contactos, não tínhamos amigos influentes, foi muito complicado, mas conseguimos», disse Rimma de uma forma orgulhosa.

As oscilações acontecem como em qualquer negócio mas a comerciante tem uma explicação, «muitos imigrantes de Leste acharam que em Espanha a vida seria melhor e houve um grande número que optou por ir para o país vizinho. A fuga para Espanha fez com que o negócio piorasse porque muitos dos nossos clientes são imigrantes. Mas rapidamente regressaram e o negócio melhorou».


A degradação dos prédios foi o que mais chocou Rimma

«Mas, cada vez mais, os portugueses também se interessam pela nossa cultura e pela nossa comida. Vêm cá e perguntam-nos como devem cozinhar, como devem comer certos alimentos», esclareceu Riyada.

A adaptação a Portugal não foi imediata e houve muita coisa que chocou Rimma. «No primeiro ano foi complicado porque Rússia, Polónia e Portugal são países completamente diferentes. Mentalidades diferentes, comidas diferentes e nós precisamos de algum tempo para nos adaptarmos», explicou.

O que mais chocou a imigrante russa foi a degradação dos prédios na cidade do Porto, mas com o passar do tempo e depois de ter aberto a loja na rua do Almada já lida melhor com a situação.

Durante estes cinco anos em Portugal Rimma Riyada já tem na bagagem um grande conjunto de histórias. Quando estava à conversa com o PortugalDiário contou que na loja que possui em Braga recebeu uma carta de um senhor que lhes pedia para matar a mulher e dava todas as instruções para isso. «O homem pensou que por sermos russos éramos assassinos, mas entregamos as cartas às autoridades e chegamos mesmo a ir a tribunal», explicou.


Na «Troika» há muitos produtos típicos de leste

Quando confrontada com a hipótese de voltar à terra-natal Rimma explica que neste momento não pensa nisso. «Tenho agora um filho com 16 anos que vai passar para o 10º ano e uma menina com sete anos que acabou o primeiro ano na escola, quero que eles continuem a estudar, não vou mudar de país agora», salientou Rimma.

A loja está repleta de anúncios em russo: procura-se emprego ou companheiros para partilhar quarto, publicitam-se cabeleireiros russos e até muitos programas culturais que matam as saudades aos imigrantes e satisfazem a curiosidade de muitos portugueses.

Vinho da Moldávia, pepinos polacos, conservas produzidas no extremo oriente, livros, cds, e as tradicionais bonecas russas são alguns dos produtos expostos na «Troika».


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