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Metade das mães usou alimentos biológicos na alimentação filhos

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Metade das mães usou alimentos biológicos na alimentação filhos

Cerca de metade das mães de crianças até aos cinco anos já utilizou produtos biológicos na alimentação dos filhos, revela um estudo realizado em Lisboa, no qual é salientando que estes alimentos são demasiado caros.

Segundo o estudo «Slow Food: terá um lugar ao Sol?», realizado no distrito de Lisboa por finalistas de Medicina da Universidade Nova, a utilização dos produtos biológicos «encontra-se já relativamente difundida», com 49,9 por cento das mães de crianças com idades entre um e cinco anos a afirmarem terem já utilizado produtos biológicos na alimentação dos filhos.

«No entanto, a utilização destes alimentos ainda não faz parte do quotidiano das mães, com cerca de um terço (36,5 por cento) a utilizar apenas muito de vez em quando» e apenas dez por cento a utilizarem todos os dias, salientam os autores.

Os alimentos biológicos mais consumidos são a fruta, cenoura, tomate, batata e ovos.

O estudo realça ainda que 55,7 por cento das inquiridas «tinham um nível elevado de conhecimento sobre alimentação biológica» e que 77,8 por cento das que não usavam actualmente este tipo de alimentos tinham a intenção de os usar no futuro.

Segundo este trabalho, 90 por cento das mães que já usaram alimentos biológicos fizeram-no devido aos «benefícios para a saúde» e 62,3 por cento consideram-nos mais saborosos.

As principais razões apontadas para a sua não utilização foram o preço elevado (64 por cento) e a difícil acessibilidade (37,5 por cento).

A agricultura biológica não usa pesticidas ou fertilizantes artificiais, antibióticos, hormonas de crescimento ou aditivos alimentares.

O estudo realça que apesar da existência de alguma controvérsia científica acerca dos benefícios da alimentação biológica, é consensual que «a procura do alimento biológico tem aumentado, apesar do seu preço elevado, considerando-se uma alimentação mais saudável, dados os efeitos adversos dos pesticidas dos alimentos convencionais, especialmente nas crianças».

Entre outras sugestões, os autores apresentam a necessidade de realização de mais estudos sobre as vantagens nutricionais deste tipo de alimentação, a avaliação das opiniões de profissionais de saúde sobre esta matéria e a «redução do IVA e subsídio da agricultura biológica, de forma a reduzir os preços».

A nutricionista pediátrica Diana Silva, da Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação, disse à Agência Lusa que, mais do que o uso de produtos biológicos, é preciso uma boa diversificação alimentar no primeiro ano de vida e formar os pais em termos de educação alimentar, para que possam transmitir boas práticas às crianças.

«Se as pessoas tiverem dinheiro para comprar alimentos biológicos, não temos nada contra, porque de facto o valor nutricional e o sabor da comida será melhor, mas neste momento o que é mais importante para nós é ensinar as populações, principalmente a pediátrica, a fazer boas escolhas alimentares», disse, salientando verificar diariamente um deficiente consumo de fruta, sopas e legumes pelas crianças, assim como um elevado consumo de refrigerantes, doces, proteínas animais e, sobretudo, de alimentos pré-confeccionados, devido à falta de tempo das famílias.

A nutricionista salienta ainda que o facto de a alimentação de boa qualidade ser cara é um dos problemas apontados pelas famílias que atende nas consultas como um obstáculo a uma alimentação melhor.

O estudo «Slow Food: terá um lugar ao Sol?» baseou-se na análise das respostas de 521 mães a um questionário realizado em Maio último junto de centros de saúde, hospitais, escolas/creches, parques infantis e centros comerciais do distrito de Lisboa. Foi realizado por A.M. Nogueira, A.M. Palha, C. Carvalho, F. Serra, M.I. Salva, P. Benzinho, alunos do 6º ano da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, tendo por regente Jorge Torgal, por coordenador José Luís Castanheira e por orientador o pediatra Mário Cordeiro.

Diário Digital / Lus
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