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A física do impossível

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A física do impossível

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Transcrevemos o artigo de Nelson Marques com o título de cima da revista "Única" do semanário "Expresso" de ontem:

Alguns dos temas da ficção científica poderão tornar-se realidade num futuro não muito longínquo, defende o físico japonês Michio Kaku. A invisibilidade pode estar à distância de poucas décadas mas viajar no tempo demorará muito mais

“Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela”. A frase de Albert Einstein é o ponto de partida para o mais recente livro do reputado físico teórico japonês, Michio Kaku, professor da City University de Nova Iorque e um adepto da “teoria de tudo” desejada por Einstein.

Em “A Física dos Impossíveis”, que chegará a Portugal no Outono com a chancela da Bizâncio, Kaku aborda algumas das fantasias clássicas da ficção científica que, na sua opinião, poderão tornar-se uma realidade. O "Expresso" revela-lhe algumas dessas teorias mais extravagantes e dá-lhe a conhecer a opinião do físico português Carlos Fiolhais, da Universidade de Coimbra.

Teletransporte

Apesar do cepticismo da generalidade dos cientistas sobre a possibilidade de desmaterializar uma pessoa num lugar e rematerializá-la noutro, o físico japonês acredita que o cenário imaginado na popular série “Star Trek” poderá mesmo ser uma realidade dentro de dois séculos. Kaku lembra que os físicos estão já a realizar experiências de teletransporte de partículas conhecidas como fotões a uma distância de 142 quilómetros, um fenómeno descrito por Albert Einstein como “efeito fantasmagórico à distância”.

Contudo, os fotões não são transportados verdadeiramente, já que os fotões originais são destruídos e o que chega ao outro lado são fotões idênticos com a mesma informação dos iniciais.

O veredicto de Carlos Fiolhais: "Sou céptico. O chamado teletransporte que se faz actualmente com luz pouco tem a ver com a ideia do “Star Trek” de passar instantaneamente o Capitão Kirk de fora para dentro da nave."

Invisibilidade

Kaku acredita que esta impossibilidade física até agora será a primeira a tornar-se realidade, no espaço de apenas uma década. A opção mais promissora é familiar aos fãs de Harry Potter: passa pela criação de uma espécie de capa de invisibilidade, capaz de desviar a luz dos objectos, tornando-os invisíveis.

Para o conseguir, os cientistas estão a desenvolver um novo tipo de substâncias, denominados metamateriais, com propriedades electromagnéticas muito diferentes dos materiais comuns. Enquanto estes têm um índice de refracção positivo, os metamateriais apresentam um índice negativo, permitindo camuflar o objecto.

O veredicto de Carlos Fiolhais: "Acho perfeitamente possível. De certo modo os aviões invisíveis ao radar (luz de microondas) são já um protótipo de objectos invisíveis à luz".

Viagens no tempo

É outro dos temas mais recorrentes dos filmes de ficção científica e, segundo o professor catedrático da Universidade City de Nova Iorque, não existe nenhum impedimento nas leis da física que torne impossível viajar no tempo. A esse propósito, Kaku lembra o consagrado físico teórico Stephen Hawking, professor da Universidade de Cambridge, o qual, durante grande parte da sua carreira, descartou essa possibilidade, mas, desde há uma década, vem admitindo que “é possível, mas nada prática”.

Para forma de concretizar este desafio, os cientistas terão que, segundo Kaku, desenvolver os seus próprios buracos de verme, atalhos cósmicos que funcionam como ligações entre regiões do universo. A intensa gravidade destes túneis seria suficiente para desintegrar a estrutura do espaço-tempo, funcionado assim como janelas para viajar no tempo. Um cenário que, admite o autor, poderá levar, contudo, alguns milénios a concretizar-se.

O veredicto de Carlos Fiolhais: "Às viagens no tempo não digo categoricamente que não, mas, se possíveis, serão extremamente difíceis e muito limitadas."

Contacto com vida extraterrestre

O autor japonês acredita que um possível contacto com qualquer cultura extraterrestre poderá acontecer no prazo de apenas algumas décadas. Para justificar o seu optimismo, lembra que nunca como hoje a comunidade científica dispôs de tão boas oportunidades para entrar em contacto com outros mundos.

Os satélites e telescópios espaciais de última geração irão permitir, de acordo com o cientista, analisar mil vezes mais dados do que aqueles recolhidos até hoje. Entre eles está o satélite "Kepler", que a NASA pretende lançar em Fevereiro do próximo ano para encontrar no espaço planetas semelhantes à Terra.

O veredicto de Carlos Fiolhais: "Gosto da ideia de que “há mais mundos”. Não me admiraria nada que viesse a acontecer... Seria um marco importante para a Humanidade."


Nelson Marques
unica_expresso.pt



Nota: Michio Kaku nasceu em San José, California,
 
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