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Pirogas milenares vão enriquecer Núcleo Museológico de Lanheses em Viana

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Arqueologia/Viana: Pirogas milenares vão enriquecer Núcleo Museológico de Lanheses


Viana do Castelo, 27 Ago (Lusa) - O Núcleo Museológico de Lanheses, Viana do Castelo, inaugurado a 01 de Agosto com um espólio essencialmente ligado à cerâmica, vai integrar no futuro duas pirogas milenares, disse hoje à Lusa o autarca local.

Ezequiel Vale, presidente da Junta de Lanheses, explicou que as pirogas - achadas no rio Lima em 2003 e ambas com cerca de 2300 anos - estão neste momento entregues aos cuidados da Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática (DANSA), enquanto aguardam pela sua recuperação.

Na DANSA, é possível impregnar madeiras antigas em soluções aquosas de cera solúvel, o que evita a sua deterioração.

O presidente socialista da Câmara de Viana do Castelo, Defensor Moura, já disse que o tratamento das pirogas será feito num país nórdico, mas admitiu que o processo poderá não avançar a curto prazo, porque há outros achados à frente na lista de prioridades.

Aquelas pirogas, espécies de canoas talhadas num só tronco de árvore, constituem dos vestígios náuticos mais antigos encontrados em Portugal.

No rio Lima, eram utilizadas para ligar as duas margens, nomeadamente no Lugar da Passagem, que integra o roteiro medieval dos caminhos trilhados pelos peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela.

Nesta fase inicial, o Núcleo Museológico de Lanheses integra essencialmente um espólio ligado à cerâmica, uma actividade com tradições naquela freguesia.

Lanheses teve uma "forte" actividade artesanal ligada à cerâmica, olaria e exploração mineira, essencialmente de estanho, sendo muitos os vestígios de cerâmica castreja e romana, bem como os documentos antigos que referem "fornos de cozer telha" ou "eiras de barro".

Segundo fonte do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, organismo que colaborou na concepção do núcleo museológico, "há quem afirme que Lanheses forneceu telha para a construção do Convento de Mafra, que remonta ao século XVIII".

Na freguesia também se fabricava louça em vidrado, como cântaros, infusas, talhas, púcaros, panelas, asadinhos, vasos, lucernas e chocolateiras.

No final da I Grande Guerra Mundial ainda existiam, na freguesia, mais de trinta fornos.

No século XX também se produziu, em Lanheses, olaria vidrada, desenvolveu-se a industrialização de cerâmica e experimentou-se o fabrico de louça decorativa.

A actividade, no entanto, foi decaindo até se extinguir.

O Núcleo Museológico funciona na antiga Escola Primária de Lanheses, que também acolhe a sede da Junta de Freguesia.


VCP.

Lusa/fim
 
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