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Integrantes de milícias no Rio de Janeiro estão a ser investigados pelo Ministério Público Estadual por exploração da prostituição infantil, noticiou esta quinta-feira o jornal O Globo, escreve a Lusa.
De acordo com o diário, a investigação da 19ª Promotoria de Investigação Penal (PIP) baseia-se num documento do Centro de Apoio às Promotorias de Infância e Juventude, que traz relatos de familiares e das próprias vítimas.
Um dos depoimentos é da mãe de uma menina de apenas 12 anos que foi atraída para a prostituição por milicianos de Gardênia Azul, na zona Oeste da cidade.
A mãe descobriu que a filha se prostituía quando esta e uma amiga chegaram uma noite a casa sujas de sangue. A amiga da filha, também menor, contou ter feito sexo com 23 homens, sem preservativo, tendo recebido um real (0,4 euros) pela noite de orgia, que lhe causou uma hemorragia grave.:shy_4_02:
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Segundo os depoimentos prestados no Conselho Tutelar de Jacarepaguá e no Centro de Apoio à Promotoria de Infância e Juventude, as meninas sentiam orgulho por serem escolhidas pelos milicianos.
Contactadas pelo Globo, as procuradoras Márcia Velasco e Christiane Monnerat, responsáveis pela 19ª PIP, confirmaram a investigação, mas esquivaram-se a fornecer mais informações por o processo envolver crianças.
As milícias são integradas por ex-soldados, polícias, guardas prisionais e bombeiros no activo ou reformados que, à margem do poder do Estado, disputam com os traficantes o controlo de comunidades pobres.
Os milicianos no Rio de Janeiro expulsam os traficantes e, ao contrário da polícia formal, que realiza investidas por um tempo determinado e depois se retira, ocupam as favelas e nelas permanecem.
«Currais eleitorais»
Anabela Paiva, pesquisadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, disse à Lusa que após se instalarem nas favelas, as milícias passaram a explorar outros serviços, como distribuição de gás, transporte alternativo, TV por cabo pirateadas e máquinas de jogo proibidas.
Os mais novos filões lucrativos são a a prostituição infantil e a venda dos chamados «currais eleitorais», com o acesso dos políticos às favelas a ser controlado pelas milícias.
Face a este último problema, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegou a autorizar este mês o envio de forças federais para reforçar a segurança da campanha eleitoral no Rio de Janeiro.
O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, defende uma "coalizão de forças policiais" no período eleitoral no Rio de Janeiro, com homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, além da Força Nacional de Segurança, até a realização da segunda volta das municipais, a 26 de Outubro.
IOL