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Apelos à prudência na Bélgica depois de um incidente desvalorizado

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Apelos à prudência na Bélgica depois de um incidente desvalorizado

As autoridades belgas preveniram hoje os vizinhos de um laboratório médico para os riscos de contaminação após uma fuga de iodo radioactivo na semana passada, o mais grave incidente nuclear ocorrido na Bélgica.

Inicialmente, esta fuga foi apresentada como inofensiva para a população.

Carros da polícia com altifalantes divulgaram mensagens nas ruas de Fleurus (Sul) hoje de manhã, apelando aos habitantes para não consumirem frutas e legumes dos respectivos jardins e o leite das quintas circundantes até nova ordem, disse o burgomestre (presidente da Câmara) desta localidade de cerca de 20.000 habitantes, Jean-Luc Borremans.

Estas medidas, anunciadas cerca de uma semana depois do incidente, aplicam-se também a várias aldeias situadas num raio de cinco quilómetros em redor de Fleurus, uma comuna da região de Charleroi até aqui sobretudo conhecida por ter sido o palco de uma vitória da República francesa contra a Prússia em 1794.

"A população está inquieta, é normal, o nuclear é um tema que amedronta mas tenho confiança nos profissionais que me dizem que a situação não é perigosa e que se trata de simples medida de prevenção", explicou Borremans.

"Trata-se de um incidente e não de um acidente, não gostaria que as pessoas pensassem que houve uma catástrofe nuclear", acrescentou.

O incidente ocorreu no passado fim-de-semana num laboratório do Instituto de Radio-Elementos (IRE) utilizados nomeadamente para a despistagem e tratamento por radioterapia do cancro. O IRE apresenta-se como o segundo produtor mundial de radio-isótopos para uso médico.

O pessoal constatou uma fuga de iodo radioactivo e informou segunda-feira a Agência Federal belga de Controlo Nuclear (AFCN).

A agência considerou o incidente grave e classificou-o ao nível três na escala internacional dos acidentes nucleares, que tem sete níveis. A Autoridade francesa de Segurança Nuclear (ASN) foi posta ao corrente do acidente, o mais grave deste tipo alguma vez ocorrido na Bélgica.

A produção do Instituto de Radio-Elementos foi parada terça-feira mas a Agência federal belga considerou então que a fuga não implicava qualquer risco para os habitantes vizinhos do laboratório e para o ambiente e não recomendou qualquer medida de precaução.

As autoridades belgas reviram bruscamente a sua avaliação, na quinta-feira, quando uma análise de amostras de erva retiradas "no ambiente directo" do local, detectou "medidas mais elevadas de iodo radioactivo" que os primeiros testes não detectaram.

Durante uma reunião no Centro de crise do governo que terminou quinta-feira às 23:00, foi decidido aconselhar os habitantes a tomarem precauções e informar os outros países da UE através da rede europeia Ecurie.

O burgomestre de Charleroi, Jean-Jacques Viseur, declarou-se hoje "surpreendido" e "descontente" por não ter sido avisado da situação, enquanto a oposição ecologista fustigava o governo e o Instituto de Radio-Elementos pela lentidão da reacção.

O burgomestre de Fleurus conta que os seus eleitores estão cada vez mais inquietos, interrogando-se, nomeadamente, se devem ingerir cápsulas de iodo, situação que está prevista no caso de poluição nuclear.

"Neste momento, não há necessidade de o fazer", assegurou Jean-Luc Borremans, notando, contudo, que uma paragem prolongada da produção do Instituto de Radio-Elementos corre o risco de privar de medicamentos milhares de pacientes que sofrem de cancro.

"Trata-se de uma empresa que tem um papel humanitário não negligenciável. É preciso manter a serenidade", sublinhou Borremans.




lusa
 
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