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Crise no CDS leva militantes a pedir a convocação de um Conselho Nacional

Hdi

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Set 10, 2007
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A crise que varre o CDS levou hoje um grupo de militantes a pedir ao presidente do Conselho Nacional, António Pires de Lima, a convocação de uma reunião extraordinária daquele órgão para que Paulo Portas tenha a oportunidade de explicar aos conselheiros nacionais as razões que o levaram a ocultar a demissão do primeiro (e único) vice-presidente, Luís Nobre Guedes.

Esta omissão foi entendida como uma falta de lealdade e de confiança nos membros da Comissão Política Nacional e houve quem, como Manuel Sampaio Pimentel, não tolerasse a desconsideração, e abandonou a CPN. Mas ficou sozinho. Na carta, que escreveu a Paulo Portas, de quem é amigo pessoal, Sampaio Pimentel acusou o presidente de ter “ferido princípios” que para si são fundamentais, e revela que esta não foi a primeira vez que o líder ignorou a CPN, um órgão constituído por pessoas da sua máxima confiança.

A circunstância da crise ter acontecido em cima das eleições regionais dos Açores está a preocupar muita gente no partido que considera que as explicações do líder sobre o que aconteceu com o caso Nobre Guedes não se podem ficar apenas a nível da comissão política. Nesse sentido, militantes afectos a Paulo Portas, Ribeiro e Castro e à Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos escreveram uma carta a António Pires de Lima - que tem mantido um enorme silêncio sobre a desorientação em que o partido mergulhou -, a solicitar uma reunião extraordinária do CN para discutir a situação interna do CDS.

Na carta, a que o PÚBLICO teve acesso, afirmam-se que “o que realmente deu dimensão a este processo e o transformou de um simples facto numa grande polémica, conferindo até do ponto de vista político e mediático, algum descontrolo aos acontecimentos, foi o facto de se ter tornado público que o sr. presidente do partido, conhecendo a dita demissão, a ocultou ao partido – aos seus órgãos e aos seus militantes – durante cerca de um ano”. Acresce, acrescenta o texto, que diversos membros da CPN do CDS – órgão máximo de direcção política do partido e que deve ser da total confiança do presidente – têm vindo publicamente, através de diversos órgãos de comunicação social, a manifestar opiniões inflamadas e até divergentes das do presidente, assacando-lhe responsabilidades na gestão deste processo”.

Por tudo isto, os subscritores da carta notam que “este processo tem sido muitíssimo prejudicial à imagem do CDS/PP, pelo que reclamam de Paulo Portas explicações sobre o que se passou, não apenas à CPN, mas ao partido, através do Conselho Nacional, de forma a “promover o regresso da serenidade ao partido e impedir a continuação desta degradação pública da sua imagem”.

Sem se pronunciar nem a favor nem contra a convocação de um Conselho Nacional, Martim Borges de Freitas, ex-secretário-geral do partido, responsabilizou hoje Portas pela crise no CDS ter acontecido a um mês da realização das eleições nos Açores, chegando mesmo a acusá-lo de “desprezar os órgãos do partido”. Martim diz que seja qual for o resultado das eleições regionais, Portas deve cumprir o mandato para que foi eleito até ao fim e não encontrar pretextos nem subterfúgios para fugir às suas responsabilidades.

Também João Anacoreta Correia, que integrou a direcção de Ribeiro e Castro, partilha desta opinião, afirmando que Portas não se pode demitir mesmo que o resultado eleitoral lhe seja desfavorável. “Não há razões políticas para interromper o mandato, seja qual for o desfecho eleitoral”, defende em declarações ao PÚBLICO. Apesar disso, João Anacoreta não descarta, ainda que no campo da mera especulação política, a possibilidade de “Portas poder aproveitar um momento a seguir às eleições do próximo mês para se demitir”. E se assim for, não faz drama porque, sublinha, “os momentos de crise são também, momentos de esperança e de novas soluções”.

Sobre a reunião de amanhã à noite da comissão política nacional ninguém da direcção arrisca dizer uma palavra. Já Pedro Melo, que integrou a direcção de Ribeiro e Castro, não vislumbra dificuldades para o líder. “Paulo Portas vai fazer a quadratura do círculo e voltar a pedir desculpa a todos os presentes por não ter comunicado oportunidade a saída de Nobre Guedes”

Público
 
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