32.ª Festa do Avante

Festa do Avante! abre hoje e marca a “rentrée” do PCP

A 32.ª Festa do Avante! começa hoje na Quinta da Atalaia, no Seixal, para três dias com um programa de música, teatro, exposições e debates políticos, em que se destaca a “luta” contra o novo Código do Trabalho.

As portas da “festa” abrem às 18h00 e uma hora depois está prevista a “abertura” com uma breve intervenção do secretário-geral do partido.

Será também Jerónimo de Sousa a fazer o discurso principal no comício de domingo, dia de encerramento da festa, com que os comunistas assinalam a sua “rentrée” política.

Hoje à noite, além da grande gala de ópera, uma estreia da Festa do Avante!, no palco 25 de Abril, está agendado um debate sobre o XVIII congresso nacional do PCP, no final do ano, com João Frazão e Jorge Cordeiro, da Comissão Política.

Campanha nacional contra o Código do Trabalho

A “luta” contra o Código do Trabalho, apresentado pelo Governo e que será debatido dia 18 no Parlamento, é um dos temas centrais da festa, com um debate e o lançamento de uma campanha nacional contra as mudanças na legislação laboral.

“Construída” por voluntários, Alexandre Araújo, do secretariado e da organização da festa, afirmou à Lusa que, até ao passado fim-de-semana, os militantes tinham gasto “oito mil dias de trabalho” para preparar as estruturas da festa. No sábado, os comunistas vão fazer uma homenagem ao Nobel da Literatura e militante comunista José Samarago, em que será divulgada uma mensagem vídeo do escritor.

Pelos palcos da festa do Avante! vão passar artistas portugueses como os Xutos e Pontapés, o fadista Camané, mas também convidados estrangeiros, como o guitarrista Nuno Mindellis ou os Coal Porters.

A gastronomia portuguesa está representada com dezenas de restaurantes e tasquinhas com sabores de todo o país.

Público

Jerónimo de Sousa promete “luta” ao Código do Trabalho

Chuva condiciona arranque da "Festa do Avante!".

O líder do PCP abriu esta sexta-feira, de gabardine e debaixo de uma chuva intensa, a 32ª "Festa do Avante!" na Quinta da Atalaia, Seixal, prometendo "luta" dos comunistas ao "retrocesso" do Código do Trabalho.

"Camaradas e amigos, está a chover, mas quem, como nos, tem de fazer boa cara ao mau tempo da situação política melhor cara fará a este momento de chuva fazendo mais uma grande Festa do Avante!", disse Jerónimo de Sousa, no final de uma curta intervenção a centenas de pessoas na Quinta da Atalaia.

Jerónimo prometeu "mobilizar os trabalhadores contra as inaceitáveis propostas de alteração do Código do Trabalho", apresentadas pelo Governo do PS de José Sócrates.

São propostas que o partido quer "combater" com a sua "campanha de esclarecimento, mobilização e luta" contra "as alterações de retrocesso do Código, contra a precariedade e por melhores salários".

Uma hora depois da abertura das portas da Quinta da Atalaia, o secretário-geral dos comunistas abriu oficialmente a festa da "rentrée" do partido com um breve discurso a militantes e simpatizantes que desafiaram o vento e a chuva.

Mais do que empunhar bandeiras vermelhas do PCP, muitos visitantes da festa, gritando "assim de vê a força do Pê Cê", optaram por dar um euro e comprar um impermeável para fazer frente à chuva -- verdes, vermelhos e rosa-choc.

No seu discurso de boas vindas, o secretário-geral comunista repetiu as críticas às leis dos partidos e do financiamento, e acusa PS e PSD de aprovarem "normas contra o PCP e em particular a Festa do Avante!".

Pelo terceiro ano consecutivo, A Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), que funciona junto do Tribunal Constitucional (TC), vai fazer acções inspectivas durante os três dias da festa comunista.

A lei do financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais fixa um limite de receitas para este tipo de actividades, que este ano é de mais de 600 mil euros -- o equivalente a 1500 salários mínimos mensais nacionais.

Esta disposição entrou em vigor em 2005 e foi sempre criticada pelo PCP, por considerar que a nova legislação limita a actividade dos partidos políticos.

A Festa do Avante! é a mais importante actividade de angariação de fundos do PCP.

O que "eles não suportam", disse Jerónimo de Sousa sem dizer a quem se referia, é que o "partido se reforçou, cresceu e avançou" desde o último congresso.

Chuva cancela gala de ópera e debates na festa

A grande gala de ópera, uma estreia nas festas do Avante!, foi esta sexta-feira cancelada devido à intensa chuva que caiu na Quinta da Atalaia, Seixal, afirmou à Agência Lusa fonte da organização.

Também os debates previstos para a noite – incluindo um sobre o XVIII Congresso Nacional do PCP - foram cancelados, adiantou a mesma fonte.

Um dos programas que se manteve foi Avanteatro!, que incluiu a peça "Príncipe de Spandau", pelo Centro Dramático do Algarve.

A Festa do Avante!, a "rentrée" comunista, começou esta sexta-feira e prolonga-se até domingo, com o comício do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.

A programação da festa para este sábado, que inclui concertos dos Xutos e Pontapés, mantém-se, acrescentou a mesma fonte.

SIC

ASAE vigia Festa do Avante!

Agentes da ASAE foram à Quinta da Atalaia e obrigaram a reformular stands e pavilhões de restauração que não cumpriam as regras. Este ano, a festa do PCP não terá delegação de Angola.

A actuação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) está a transformar a Festa do Avante!. Os comunistas criaram um Comité de Segurança e Higiene para dar cursos sobre as melhores práticas, incluindo como lavar as mãos. «A camarada responsável envergonhou-me perante a plateia», diz divertido o dirigente Ângelo Alves.

Numa visita guiada, o dirigente do PCP mostrou ao SOL como os pavilhões e restaurantes cresceram este ano, por imposição da ASAE: «Temos de ter uma área muito maior, para separar as áreas de preparação da comida e da sua confecção e ter armazéns separados».

Há três anos que a ASAE vai à Quinta da Atalaia, antes e durante a festa. «Tem corrido lindamente», disse ao SOL a assessora Lurdes Sousa. Os comunistas cumprem com brio as regras adaptadas para «um espaço que é uma feira de três dias, não tão rígidas como para um restaurante».

SOL