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Miradouro das Azenhas do Mar há dois anos em perigo iminente
DANIEL LAM
Sintra. Moradores receiam acidente grave em local muito frequentado
Instituições ainda estão a estudar, desde há dois anos, solução para o local
O acesso ao miradouro das Azenhas do Mar, em Colares, Sintra, foi vedado com uma placa de aviso e encerrado o snack-bar Mirazenha ali existente. A decisão foi tomada, em Agosto de 2006, pelo Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC), porque o miradouro estava em risco de ruir. Passados dois anos, ainda nada se fez para resolver o problema, enquanto os buracos no muro de protecção não param de crescer. "Só quando alguém cair por ali abaixo e morrer é que devem fazer qualquer coisa", queixam-se residentes.
Uma enorme placa ali colocada alerta que o risco é mesmo grande.
Com os logótipos do Parque Natural Sintra-Cascais, Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Câmara de Sintra e Serviço Municipal de Protecção Civil de Sintra, refere o seguinte: "Perigo. Danger. Não aproximar. Do not aproach. Arriba em erosão. Queda de blocos. Erosion zone. Cliff erosion. Danger from falling."
No local, contam ao DN que nos dois últimos anos a situação do miradouro "agravou-se, pois a zona está ao abandono e à mercê de actos de vandalismo, com desconhecidos a retirar pedras do muro de protecção, fazendo aumentar os buracos e o risco de alguém cair neles e ir parar lá abaixo às rochas ou ao mar".
Tendo em conta que ali continuam a parar autocarros com turistas para usufruírem da bela vista que se alcança daquele miradouro, não há dúvida que é constante o perigo.
"Dá ideia que aquilo só será arranjado quando alguém ali tiver um acidente. Quando isso acontecer, passados 15 dias começam logo as obras", diz ao DN um morador, alertando que "o miradouro deveria ser objecto de uma atenção muito grande".
Recorda que "a Junta de Freguesia de Colares já alertou várias vezes a Câmara de Sintra e o Parque Natural de Sintra-Cascais para a necessidade de intervir naquela zona, mas vão empurrando as responsabilidades entre eles e ninguém faz nada".
Além disso, "a população das Azenhas do Mar já tem feito, desde há anos, várias acções de rua a alertar para essa situação", lembra o mesmo residente, alertando que "esta arriba já está em perigo há 20 ou 30 anos".
E considera "estranho" que nos concelhos de Cascais e de Mafra "estejam a recuperar a orla costeira, mas no município de Sintra, que fica entre os dois, nada se faz".
"Um perigo para as crianças"
Um dos moradores mais antigos das Azenhas do Mar, conhecido como "Alberto da Ricarda", que tem 81 anos e já ali vive desde os nove, denuncia: "isto é uma vergonha."
"Em 2004 já eu tinha chamado o polícia marítimo para ver que o muro de protecção estava a cair. Só dois anos depois é que vieram pôr aquelas tabuletas. Mas não fizeram mais nada. Têm é de arranjar o miradouro como deve ser. Isto vai-se estragando cada vez mais por falta de assistência", explicou. Na sua opinião, "isto é um perigo para as crianças, porque são muito fugidias e, de um momento para o outro, dão uma corrida e podem cair pelos buracos".
Acabado de sair de um autocarro de excursões, um casal de turistas olhava para o snack-bar Mirazenha encerrado e queixava-se: "Isto é uma tristeza. Está aqui um sítio tão bonito, com uma vista maravilhosa sobre o mar, e o bar está fechado. E aqui à volta não há nada onde se possa tomar qualquer coisa fresca."
Extasiados com a vista, outros turistas iam perguntando se haveria instalações sanitárias. Mas não. Um pescador explicou: "Antes, quando este barzinho estava aberto, podia-se ir lá e usar a casa-de-banho. Mas já fechou há dois anos."
DN
DANIEL LAM
Sintra. Moradores receiam acidente grave em local muito frequentado
Instituições ainda estão a estudar, desde há dois anos, solução para o local
O acesso ao miradouro das Azenhas do Mar, em Colares, Sintra, foi vedado com uma placa de aviso e encerrado o snack-bar Mirazenha ali existente. A decisão foi tomada, em Agosto de 2006, pelo Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC), porque o miradouro estava em risco de ruir. Passados dois anos, ainda nada se fez para resolver o problema, enquanto os buracos no muro de protecção não param de crescer. "Só quando alguém cair por ali abaixo e morrer é que devem fazer qualquer coisa", queixam-se residentes.
Uma enorme placa ali colocada alerta que o risco é mesmo grande.
Com os logótipos do Parque Natural Sintra-Cascais, Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, Câmara de Sintra e Serviço Municipal de Protecção Civil de Sintra, refere o seguinte: "Perigo. Danger. Não aproximar. Do not aproach. Arriba em erosão. Queda de blocos. Erosion zone. Cliff erosion. Danger from falling."
No local, contam ao DN que nos dois últimos anos a situação do miradouro "agravou-se, pois a zona está ao abandono e à mercê de actos de vandalismo, com desconhecidos a retirar pedras do muro de protecção, fazendo aumentar os buracos e o risco de alguém cair neles e ir parar lá abaixo às rochas ou ao mar".
Tendo em conta que ali continuam a parar autocarros com turistas para usufruírem da bela vista que se alcança daquele miradouro, não há dúvida que é constante o perigo.
"Dá ideia que aquilo só será arranjado quando alguém ali tiver um acidente. Quando isso acontecer, passados 15 dias começam logo as obras", diz ao DN um morador, alertando que "o miradouro deveria ser objecto de uma atenção muito grande".
Recorda que "a Junta de Freguesia de Colares já alertou várias vezes a Câmara de Sintra e o Parque Natural de Sintra-Cascais para a necessidade de intervir naquela zona, mas vão empurrando as responsabilidades entre eles e ninguém faz nada".
Além disso, "a população das Azenhas do Mar já tem feito, desde há anos, várias acções de rua a alertar para essa situação", lembra o mesmo residente, alertando que "esta arriba já está em perigo há 20 ou 30 anos".
E considera "estranho" que nos concelhos de Cascais e de Mafra "estejam a recuperar a orla costeira, mas no município de Sintra, que fica entre os dois, nada se faz".
"Um perigo para as crianças"
Um dos moradores mais antigos das Azenhas do Mar, conhecido como "Alberto da Ricarda", que tem 81 anos e já ali vive desde os nove, denuncia: "isto é uma vergonha."
"Em 2004 já eu tinha chamado o polícia marítimo para ver que o muro de protecção estava a cair. Só dois anos depois é que vieram pôr aquelas tabuletas. Mas não fizeram mais nada. Têm é de arranjar o miradouro como deve ser. Isto vai-se estragando cada vez mais por falta de assistência", explicou. Na sua opinião, "isto é um perigo para as crianças, porque são muito fugidias e, de um momento para o outro, dão uma corrida e podem cair pelos buracos".
Acabado de sair de um autocarro de excursões, um casal de turistas olhava para o snack-bar Mirazenha encerrado e queixava-se: "Isto é uma tristeza. Está aqui um sítio tão bonito, com uma vista maravilhosa sobre o mar, e o bar está fechado. E aqui à volta não há nada onde se possa tomar qualquer coisa fresca."
Extasiados com a vista, outros turistas iam perguntando se haveria instalações sanitárias. Mas não. Um pescador explicou: "Antes, quando este barzinho estava aberto, podia-se ir lá e usar a casa-de-banho. Mas já fechou há dois anos."
DN
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