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- Abr 10, 2008
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As notícias vinham de São Francisco mas para Londres estava marcado um evento Apple para poder acompanhar, na hora, tudo em directo. O novo iPod Nano foi recebido entre aplausos dos dois lados do Atlântico
O Apple Event que ontem, desde São Francisco (EUA), apresentou as novidades do fabricante para os próximos meses, foi transmitido em directo para o londrino Business Design Center, que reuniu centenas para conhecer o novo iPod Nano e as transformações apresentadas na versão 8 do iTunes. E apesar da distância, os entusiastas da maçã mais popular do mundo manifestavam-se como se tudo decorresse mesmo ali, na frente de curiosos e aficionados. Steve Jobs, o "sr. Apple", surgia no ecrã. Do lado de lá, palmas e assobios, num evento que, por estes dias, já carrega o apelido "pop". Na capital britânica, as mesmas reacções. Ninguém acreditava que tudo se passava a milhares de quilómetros.
Italianos com bonés de um clube Apple transalpino. Franceses orgulhosos do seu mais recente modelo Mac Book, que actualizam blogues e sites em tempo real. E dezenas de britânicos que não desligam o iPod nem quando as imagens dos novos produtos surgem no ecrã. Apple Event é título para uma experiência quase religiosa, de silêncio absoluto e expressões de contentamento sentidas, quando se descobre que o novo Nano estará disponível em oito cores distintas. Mesmo quando nada do que foi revelado era, em essência, novo. A política de secretismo é explorada ao máximo por Steve Jobs mas com sites como o Mac Rumors (Mac Rumors: Apple Mac Rumors and News You Care About) ou o Apple Insider (AppleInsider | Apple Insider News and Analysis), as notícias tinham deixado de o ser há já vários dias. Provavelmente, alguns dos responsáveis pelas fugas de informação estavam naquela sala mas nem por isso a atenção é menor: afinal, em directo recebiam a certeza de que, em poucos dias, as lojas estariam recheadas de novos modelos daquele que é hoje um dos mais apetecidos brinquedos do mercado tecnológico.
No Business Design Center tudo estava decorado com os temas da Apple e o símbolo da companhia é omnipresente. "Deve estar quase a começar, não?" perguntam-nos ali ao lado quando ainda faltam cerca de duas horas para o momento mais aguardado. E as razões explicam-se em números: 8,5 milhões de canções no catálogo iTunes (que conta já com 65 milhões de contas em todo o mundo), 160 milhões de iPod vendidos e mais de cinco mil milhões de canções transferidas até hoje. As contas são troféus orgulhosos e mesmo os convidados VIP para a sala londrina esquecem o protocolo e se desdobram em ruidosos elogios face às gloriosas conquistas.
No final, as novidades estavam disponíveis para contactos em primeira mão, numa sala de showcase prontamente invadida por gente que colecciona iPods e iPhones como se fossem peças raras. Executivos da Apple passeiam-se entre os convidados e os media apenas para repetir o que Jobs tinha já revelado. "É como disse o Steve", ouve-se no início de cada resposta, já que para perguntas não programadas não existe esclarecimento. A organização é perfeita, tanto no horário planeado como no respeito pelas regras do jogo. Tudo está terminado à hora marcada, com as últimas palavras de um Steve Jobs aparentemente fragilizado mas que recusa boatos sobre doenças graves: "Corram para as lojas e comprem as novidades", remata. Palmas, mais palmas, foram a resposta de despedida.
DN
10.09.08