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A vida após o naufrágio: recifes de corais

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Dois anos depois de converterem um porta-aviões em recife artificial, os EUA planejam afundar outros trinta navios para o mesmo fim, enriquecendo a biodiversidade marinha


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Os recifes de corais desempenham um papel vital nos oceanos, abrigando um quarto da biodiversidade marinha. Eles são usados pelos peixes como habitat para alimentação e reprodução, além de servir de abrigo contra predadores. Para multiplicar esses santuários ecológicos, tornou-se comum em muitos países a criação de recifes artificiais — em geral, grandes navios já fora de uso que são afundados e aos poucos se cobrem de algas, moluscos e crustáceos. A Universidade de West Florida, nos Estados Unidos, divulgou o resultado de um estudo comprovando o sucesso do recife artificial feito com a maior embarcação já empregada para esse fim, o porta-aviões Oriskany, afundado há dois anos.

O Oriskany entrou em atividade em 1950 e foi utilizado pela Marinha americana nas guerras do Vietnã e da Coréia. Entre os que serviram no navio está o candidato republicano à Presidência, John McCain, que em 1967 decolou de sua pista para a missão em que seu avião foi abatido e ele se tornou prisioneiro de guerra. Hoje, a embarcação abriga 38 espécies de peixe. Além disso, passou a ser atração turística para os praticantes de mergulho. No ano passado, recebeu 4 200 visitantes. Após o sucesso do projeto, a Marinha americana relacionou pelo menos outros trinta navios candidatos a se tornar recifes artifi ciais.

O uso de embarcações como recifes envolve desafi os. Para que a estrutura seja tomada por vegetais e peixes, é preciso submergi-la em locais com a profundidade ideal e condições adequadas de temperatura, luminosidade e salinidade. Outro pré-requisito é a rigorosa limpeza de todo o navio, para evitar a introdução na cadeia alimentar marinha de substâncias tóxicas presentes nos óleos, nos cabos e na pintura do casco. Os ambientalistas advertem que é necessário monitorar constantemente os recifes artifi ciais. “A concentração de peixes faz com que eles se tornem expostos à pesca predatória, inclusive com redes”, explica o biólogo especialista em corais Rodrigo Moura, da Conservação Internacional.

A criação de recifes artifi ciais é um costume relativamente antigo, iniciado no fim do século XVIII no Japão. Naquela época, oobjetivo não era a proteção das espécies, mas o aumento da oferta pesqueira nos vilarejos. A transformação de navios em recifes começou a se difundir nos Estados Unidos na década de 60. Desde então, já foram afundadas dezenas de embarcações — e até aviões, como o Spirit of Miami, um Boeing 727 submerso em Key Biscayne, na Flórida.

O Brasil também tem navios usados como recifes artifi ciais. Um dos casos mais bem documentados é o do cargueiro Victory 8-B, com 100 metros de comprimento, afundado em 2003 a 8 quilômetros da costa de Guarapari, no Espírito Santo. O navio aumentou o turismo de mergulho na região, mas também provoca críticas de ambientalistas por atrair barcos de pesca que lançam redes de arrasto e gaiolas. Como não há fiscalização suficiente, as próprias escolas de mergulho da região assumem a tarefa de zelar pelo recife, retirando redes e denunciando a pesca irregular ao Ibama. “A lição que fica é que, para criar um recife artificial, não basta afundar uma embarcação, é preciso planejamento e monitoramento constantes”, diz o geólogo Alex Bastos, do Departamento de Oceanografi a da Universidade Federal do Espírito Santo. Com instalação e manutenção corretas, os recifes feitos pelo homem são uma dádiva para o ambiente marinho.

Os recifes de corais desempenham um papel vital nos oceanos, abrigando um quarto da biodiversidade marinha. Eles são usados pelos peixes como habitat para alimentação e reprodução, além de servir de abrigo contra predadores. Para multiplicar esses santuários ecológicos, tornou-se comum em muitos países a criação de recifes artificiais — em geral, grandes navios já fora de uso que são afundados e aos poucos se cobrem de algas, moluscos e crustáceos. A Universidade de West Florida, nos Estados Unidos, divulgou o resultado de um estudo comprovando o sucesso do recife artificial feito com a maior embarcação já empregada para esse fim, o porta-aviões Oriskany, afundado há dois anos.

O Oriskany entrou em atividade em 1950 e foi utilizado pela Marinha americana nas guerras do Vietnã e da Coréia. Entre os que serviram no navio está o candidato republicano à Presidência, John McCain, que em 1967 decolou de sua pista para a missão em que seu avião foi abatido e ele se tornou prisioneiro de guerra. Hoje, a embarcação abriga 38 espécies de peixe. Além disso, passou a ser atração turística para os praticantes de mergulho. No ano passado, recebeu 4 200 visitantes. Após o sucesso do projeto, a Marinha americana relacionou pelo menos outros trinta navios candidatos a se tornar recifes artifi ciais.

O uso de embarcações como recifes envolve desafi os. Para que a estrutura seja tomada por vegetais e peixes, é preciso submergi-la em locais com a profundidade ideal e condições adequadas de temperatura, luminosidade e salinidade. Outro pré-requisito é a rigorosa limpeza de todo o navio, para evitar a introdução na cadeia alimentar marinha de substâncias tóxicas presentes nos óleos, nos cabos e na pintura do casco. Os ambientalistas advertem que é necessário monitorar constantemente os recifes artifi ciais. “A concentração de peixes faz com que eles se tornem expostos à pesca predatória, inclusive com redes”, explica o biólogo especialista em corais Rodrigo Moura, da Conservação Internacional.

A criação de recifes artifi ciais é um costume relativamente antigo, iniciado no fim do século XVIII no Japão. Naquela época, oobjetivo não era a proteção das espécies, mas o aumento da oferta pesqueira nos vilarejos. A transformação de navios em recifes começou a se difundir nos Estados Unidos na década de 60. Desde então, já foram afundadas dezenas de embarcações — e até aviões, como o Spirit of Miami, um Boeing 727 submerso em Key Biscayne, na Flórida.



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