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Europa a «vermelho» espera consequências

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Fev 29, 2008
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Presidente do Eurogrupo acredita na força do sistema financeiro europeu

Europa a «vermelho» espera consequências

«Salvamento» da AIG não chegou para ajudar bolsas europeias, que ontem voltaram a fechar em queda. Zona Euro aguarda consequências





O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, saudou, ontem, as últimas decisões tomadas pelas autoridades norte-americanas para travar a crise financeira e mostrou-se partidário de uma melhoria dos mecanismos de supervisão no sector. Recorde-se que o banco central norte-americano (Reserva Federal, FED) anunciou a concessão à AIG de um empréstimo de 85 mil milhões de dólares. O conselho de administração do FED 'indicou que, nas circunstâncias actuais, uma falência não controlada da AIG poderia aumentar a fragilidade já significativa dos mercados financeiros e provocar um aumento substancial dos custos do crédito, uma redução da riqueza das famílias e um enfraquecimento da performance económica', do país.
Em troca, o estado norte-americano vai receber uma participação de 79,9 por cento do capital da AIG e recebe o direito de vetar a distribuição de dividendos aos accionistas e detentores de títulos preferenciais. Ontem, a seguradora norte-americana caiu 30 por cento na abertura da bolsa de Nova Iorque, com os investidores a acolherem negativamente o plano de saneamento do governo que varre praticamente os accionistas do ex-maior grupo segurador mundial. O título AIG caiu 1,14 dólares para 2,62 dólares às 9h39 de Nova Iorque, na New York Stock Exchange.

Não à recessão na Zona Euro
Numa intervenção em Bruxelas, o primeiro-ministro luxemburguês e responsável das Finanças sublinhou que 'os mercados não podem resolver tudo', e considerou 'uma boa notícia que os governos estejam presentes', Juncker recusou-se a responder a uma pergunta sobre a possibilidade de acontecer com uma instituição europeia um caso semelhante ao do banco de investimento Lehman Brothers (que se declarou falido) ou ao da seguradora AIG (nacionalizada), mas frisou que o sistema financeiro europeu é mais forte do que o americano.
De qualquer forma, o presidente do fórum dos ministros das Finanças da Zona Euro julga necessário 'um marco sólido de regulação e supervisão', para evitar problemas. Face aos últimos acontecimentos, o líder luxemburguês constatou que as turbulências financeiras ainda não terminaram, mas declarou-se confiante de que o efeito neste lado do Atlântico seja limitado. Embora o abrandamento seja 'mais pronunciado do que previsto', e persista uma grande incerteza, Juncker mostrou-se convencido de que a Zona Euro não entrará em recessão e reafirmou não haver necessidade de medidas de choque para relançar a economia como as adoptadas em Washington.
Realçou que, neste momento, o principal problema da zona é a taxa elevada de inflação (cifrou-se em 3,8 por cento em Agosto) e recordou que a tarefa de controlar os preços não cabe em exclusive ao Banco Central Europeu. 'Também os governos e os parceiros sociais devem assumir as suas responsabilidades', reafirmou Juncker.

Bolsas europeias em queda
A Euronext Lisboa fechou, ontem, em queda, em linha com uma Europa toda no «vermelho» pressionada pela turbulência nos mercados financeiros, com o PSI 20 a cair 1,87 por cento, para 7951,80 pontos, penalizada pelo BES, PT e EDP. Dos 20 títulos que compõem o índice de referência da bolsa portuguesa, quatro subiram, 15 desceram e um manteve-se inalterado, numa sessão de razoável liquidez, com 74,61 milhões de acções transaccionadas e um volume de 215.615,810 milhões de euros.
Os mercados europeus mantiveram-se em terreno negativo, tendo as perdas das praças europeias oscilado entre os 1,75 por cento de Frankfurt e os 2,29 por cento de Madrid. O índice Euronext 100 perdeu 2,35 por cento, para 696,75 pontos, enquanto o índice DJ Stoxx 50 deslizou 2,30 por cento, para 2597,65 pontos.
Apesar de alguma recuperação do sector bancário com o «salvamento» da AIG, os receios sobre uma eventual incapacidade do banco britânico HBOS de se conseguir financiar nos mercados de crédito abalou o optimismo, mais tarde recuperado com a notícia de que o Lloyds poderá avançar com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre aquele banco. Contudo, no final da sessão rumores de que a Morgan Stanley poderá ser o próximo banco a entrar em falência voltaram a abalar os mercados e a agravar o pessimismo.

Alemanha expectante
Quem também se pronunciou sobre o pânico económico que se tem espalhado pelo Mundo foi a chanceler Angela Merkel que admitiu que a Alemanha 'não escapará incólume', à crise financeira internacional, mas considerou 'moderadas', as consequências da mesma para a maior economia europeia.
Para reagir à situação actual, só há duas alternativas, na opinião da democrata-cristã: ou a Alemanha se isola o mais que puder das influências internacionais ou as considera 'um dos traços essenciais do século XXI, a que a política tem de responder com um enquadramento inteligente', A escolha, no entanto, é clara, 'a Alemanha continuará a ser uma economia aberta, que aproveita as suas hipóteses', garantiu Merkel, no debate inaugural no Parlamento sobre o orçamento de estado. Simultaneamente, apelou a uma maior transparência e controlo dos fluxos financeiros internacionais.
Por seu turno, os Liberais, maior partido da oposição, consideraram a conjuntura actual 'mais do que nublada', criticando as reformas levadas a cabo pela coligação governamental para debelar a crise, tidas por 'insuficientes',

«Salvamento» da AIG pelo governo dos EUA não proporcionou um bom dia aos mercados internacionais

DR


Fonte: o primeiro de janeiro
 
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