Lisboa perde mais de 3% com 12 acções em mínimos
A bolsa portuguesa esteve quase toda a sessão em terreno negativo e acentuou as perdas devido à inversão da tendência positiva que se registava nas principais praças europeias. O índice PSI-20 caiu 3,19% para um novo mínimo desde 2005. Foram 12 as cotadas a atingirem mínimos do ano, num dia em que a Jerónimo Martins afundou mais de 15% e as três empresas Sonae do índice perderam 7%.
O índice PSI-20 fechou nos 7.698,53 pontos, com 19 cotadas a perderem valor e apenas a Galp Energia em terreno positivo. Desde o início do ano o PSI-20 está a perder mais de 40%, devido à queda de 7,9% que acumula esta semana.
O índice atingiu um novo mínimo desde Setembro do ano passado, numa sessão em que a queda foi generalizada entre as cotadas portuguesas. “Há um ‘sell-off’ generalizado na praça portuguesa, alguns investidores estrangeiros estarão a libertar-se de posições e os fundos, perante resgates, também têm de vender para fazer face a esses resgates", afirmou um operador à agência Reuters.
O dia de hoje nos mercados accionistas foi marcado pela injecção de mais de 240 mil milhões de dólares dos principais bancos centrais mundiais, numa acção concertada que teve como principal objectivo aliviar as fortes tensões no mercado de crédito.
A iniciativa surtiu efeito, com as bolsas europeias a subirem mais de 1% durante grande parte da sessão e as praças norte-americanas a abrirem em forte alta. Mas foi momentâneo. No fecho de Lisboa as praças europeias já estavam em terreno negativo e as praças americanas com ganhos ligeiros.
Esta tendência mostra a forte aversão ao risco por parte dos investidores, que continuam a fugir dos activos com maior risco, devido à persistência da crise, que conhece novos episódios todos os dias.
A Bolsa de Lisboa sofreu também com o carácter periférico e reduzida dimensão que continua a apresentar.
Jerónimo Martins lidera quedas
A Jerónimo Martins foi a mais castigada da sessão. Perdeu 15,34% para 4,91 euros, perdendo o estatuto de única empresa do PSI-20 em terreno positivo em 2008 e apagando os ganhos acumulados nas semanas anteriores.
As empresas Sonae estiveram também em forte queda. A “holding” SGPS caiu 6,97% para 0,561 euros, a Sonae Indústria afundou 7,76% para 2,26 euros e a Sonaecom caiu 7,81% para 1,689 euros.
Foram nove as companhias do PSI-20 a atingirem o valor mais baixo das últimas 52 semanas. Além das três empresas Sonae, também a EDP, BPI, Semapa, Mota-Engil, BES, EDP Renováveis atingiram mínimos. Fora do PSI-20 a Cofina, ESFG e Reditus foram as cotadas a atingirem mínimos.
A eléctrica atingiu o valor mais baixo desde Janeiro de 2006 nos 2,61 euros, fechando a cair 4,29% para 2,702 euros. A Renováveis cedeu 3,46% para 5,755 euros e ainda no sector energético a REN caiu 4,61% para 2,61 euros.
Na banca destacou-se o BPI pela negativa, com uma queda de 4,85% para 2 euros, nível que já não cotada desde Março de 2003. O BCP desceu 1,59% para 1,176 euros e o BES baixou 0,96% para 7,877 euros.
A Brisa baixou 3,69% para 6,366 euros depois de ter negado que esteja a estudar a venda da posição na espanhola Abertis.
Nas telecomunicações a Zon Multimédia caiu 5,18% e a Portugal Telecom baixou 0,71% para 6,996 euros.
Fonte Inf.- Jornal de Negócios
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