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Médicos erram em 10% dos casos

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Médicos erram em 10% dos casos

Os utentes devem estar conscientes que quando vão aos serviços de saúde "as coisas podem correr mal", apesar de "normalmente correrem bem", alertou hoje um cirurgião, a propósito do erro médico, que afecta um em cada dez doentes. Em média, o erro afecta 10% dos pacientes.

José Fragata é director do Serviço de Cirurgia Cárdio-Torácica do Hospital de Santa Marta, em Lisboa, e irá sábado falar do erro médico durante um seminário sobre a "Segurança do Doente".

Em declarações à Agência Lusa, José Fragata defendeu uma discussão livre e aberta em torno do erro médico e que este não esteja tão envolto em "culpas", mas sim em "responsabilidades".

O clínico reconheceu que "os médicos não gostam de assumir o erro", pois este "é sempre a frustração de um resultado".

Na sua opinião, "mais importante do que perguntar quem fez isto [o erro] é tentar saber como é que isto aconteceu".

"Normalmente as coisas correm bem, mas as pessoas devem estar conscientes que, quando vão aos serviços de saúde, as coisas podem correr mal", disse.

E correm mal para uma em cada dez pessoas que recebem cuidados de saúde, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que também reflectem a situação em Portugal, de acordo com José Fragata.

O cirurgião acrescenta que não existem especialidades médicas isentas de erro, porque "a medicina é feita por humanos e errar é humano".

Os erros devem, contudo, servir para a aprendizagem de quem está nos serviços, porque, "aprendendo com os erros, é possível evitá-los", disse.

O médico enalteceu os dispositivos de segurança que fazem com que hoje em dia os erros possam ser muito mais evitados.

José Fragata dá o exemplo dos alarmes nos monitores cardíacos que alertam para qualquer anomalia com o doente, ou a cor das mangueiras no fornecimento de anestesias, que informa quais os mecanismos que devem ser accionados.

São dispositivos de segurança que funcionam na medicina como o cinto de segurança ou o airbag na condução e que "ajudam os profissionais a errar menos".

O cirurgião alertou ainda para as condições em que o pessoal da saúde trabalha e que "condicionam os resultados".

"Um serviço com menos meios humanos não pode exigir aos seus funcionários bons resultados", disse, estendendo a ideia à capacidade de quem lidera e ainda às condições técnicas.

Perante o erro, José Fragata lembrou que este "faz sempre duas vítimas: o utente e o médico".

O seminário que irá abordar esta temática tem como objectivo promover a notificação, a análise, a prevenção do erro médico e dos acontecimentos adversos ou complicações decorrentes da intervenção médica.


JN
 
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