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A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Coruche entrou hoje em funcionamento, passando a tratar os esgotos de cerca de 10.000 habitantes, que até agora iam directamente para o Sorraia.
Dionísio Mendes, presidente da Câmara Municipal de Coruche (PS), disse á Agência Lusa que a entrada em funcionamento do sistema, que envolveu ainda a construção das condutas e da estação elevatória que levam os esgotos da vila e zonas mais próximas para a ETAR, "é a primeira grande obra" da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo.
As três componentes do sistema orçaram em 6,5 milhões de euros, 35 por cento dos quais ao abrigo do Fundo de Coesão.
O sistema inclui uma grande conduta que corre paralela ao rio e que, finalmente, retira do Sorraia os esgotos que aí eram directamente lançados, sublinhou.
Coruche, que tinha uma cobertura de saneamento quase nula (nove por cento), irá alargar brevemente o sistema hoje inaugurado à freguesia de Foros de Coruche.
A ETAR entra em funcionamento depois de uma fase de testes, verificação e formação do pessoal.
Os processos de construção de mais quatro Estações de Tratamento de Águas Residuais, nas freguesias de Couço, Santana, Branca e Zona Industrial de Monte da Barca, estão igualmente a avançar.
Dionísio Mendes afirmou que o concelho vai passar de uma cobertura de saneamento de nove por cento para 90 por cento em 2011/2012.
Segundo disse, a ETAR da Zona industrial de Monte da Barca está dimensionada para satisfazer as necessidades do dobro das empresas actualmente instaladas.
Indústrias como a DAI (fábrica de produção de açúcar), Arroz Cigala e Atlantic Meals dispõem de estações de tratamento próprias, as restantes empresas, nomeadamente oficinas e as corticeiras (estas com sistema de pré-tratamento) vão passar a canalizar os resíduos para a ETAR.
No caso das freguesias de Lamarosa, Erra, Fajarda e Biscainho, o processo está um pouco mais atrasado, adiantou.
A obra do dique de protecção, emissário, interceptor de cintura, sistema elevatório e ETAR da vila de Coruche, orçada em mais de 10 milhões de euros, é o maior investimento público realizado no concelho.
Além do tratamento das águas residuais até aqui encaminhadas directamente para o rio Sorraia, a obra inclui a protecção da zona baixa da vila contra cheias, servindo ainda para requalificar a frente ribeirinha.
O MIRANTE