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Dia europeu sem carros: Portugueses estão a andar mais de bicicleta

xicca

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Não haverá dado mais apropriado para assinalar, hoje, o Dia Europeu sem Carros: o número de portugueses a andar de bicicleta está a crescer - e isso é algo que se vê nas ruas, nas ciclovias e, sobretudo, em inúmeras iniciativas por todo o país.
Acresce que das 1249 medidas permanentes prometidas pelas autarquias que aderiram à Semana Europeia da Mobilidade entre 2000 e 2007, quase um quinto (227) destinava-se ao uso da bicicleta.

Este ano, das 67 autarquias aderentes, pelo menos 22 prometem mais ciclovias, mais pontos de estacionamento ou outras medidas mais originais. A Câmara de Coruche, por exemplo, vai passar a disponibilizar bicicletas aos seus funcionários, para deslocações em serviço.

Durante anos, falou-se mais dos pioneiros, como Aveiro, que desde 2000 tem um sistema de empréstimo gratuito de bicicletas - as Bugas. Das 250 que a câmara disponibiliza, cerca de 150 são diariamente utilizadas.

Cascais também saiu na frente, em 2001, com as Bicas - igualmente de uso gratuito. Em 2006 e 2007, foram pedaladas por 64 mil pessoas, durante 169 mil horas.

O modelo de empréstimo ocasional está a dar lugar a outras soluções. Em Almeirim, a autarquia vende bicicletas a custo reduzido. Na Universidade do Minho, os alunos recebem bicicletas para uso por três anos. Lisboa poderá adoptar um sistema semelhante ao de Paris, onde é semipago.

Por todo o país, há projectos para estimular o ciclismo numa base diária. Mas nem todos são vistos como realmente estruturantes. "Ainda estamos na fase em que as câmaras, para não perder o comboio, dizem: 'Temos 100 bicicletas, venham cá buscar'", diz José Nuno Amaro, da Ideia Biba, empresa que lançou o projecto BUTE, na Universidade do Minho.

Construir percursos cicláveis, por sua vez, nem sempre é uma solução completa. "Fazer uma ciclovia para a qual é preciso deslocar-se de carro não serve para nada", afirma José Caetano, presidente da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta.

Por ora, ainda são poucos os que fazem as suas principais deslocações diárias a pedalar sobre duas rodas: apenas um por cento dos portugueses, segundo um inquérito do ano passado da Comissão Europeia.

Mas o número está a aumentar. "É uma tendência irreversível", afirma José Caetano. "Curiosamente, quem está a vir mais para as bicicletas são as mulheres", completa.

O mercado confirma a tendência. Na cadeia de lojas de equipamentos desportivos Sportzone, as vendas duplicaram nos últimos três anos. As mais procuradas são as de montanha, "sendo igualmente considerável o aumento de procura por parte do segmento feminino", explica a empresa, em respostas escritas enviadas ao PÚBLICO.

Para uma verdadeira integração da bicicleta nas cidades, não há quem não mencione um passo essencial: a revisão do Código da Estrada. "O código está obsoleto. Não dá prioridade à bicicleta", afirma José Nuno Amaro.

Legalmente indefesa, a bicicleta anda muitas vezes encostada ao passeio, sofrendo da competição desigual dos automóveis. O tipo de acidente mais comum resulta de colisão lateral com outro veículo em movimento (ver infografia).

"Os outros veículos normalmente têm culpa", afirma Tiago Paulino, investigador do Instituto Superior Técnico, que tem analisado os dados oficiais dos acidentes que resultaram em feridos.

Tiago Paulino afirma que o ciclista tem de estar vigilante, usar capacete e conhecer bem as regras de trânsito. "Só o comportamento do ciclista não é suficiente, mas é um factor muito importante", afirma.




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