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Alterações climáticas: A Situação em Portugal

xicca

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As emissões nacionais de CO2 (dióxido de carbono) aumentaram nos anos 90. Segundo dados do Instituto Meteorológico (IM), em Portugal, no período de 1980 a 2000, houve um acréscimo da temperatura da água do mar na ordem dos 0.05ºC/ano, mais evidente no Outono/Inverno. Este facto poderá ter promovido a alteração dos padrões de distribuição e abundância de determinadas espécies ao longo da costa, como o “reaparecimento” do atum rabilho na costa algarvia.


A amplitude térmica diária tem vindo a decrescer em muitas estações climáticas, acompanhada por um aumento da frequência de secas severas e redução da duração da estação chuvosa, particularmente nas regiões do sul do país na década de 90, prevendo-se um aumento substancial do risco meteorológico de incêndio em todo o país. Por exemplo, a precipitação média no mês de Março é actualmente cerca de 27% inferior à que ocorria no início do século XX, sendo a temperatura atmosférica anual 0.74ºC superior.



A estação maregráfica de Cascais apresenta resultados entre 1882 e 1987 que seguem a tendência média da maior parte das estações maregráficas mundiais: para o período de 1920 a 1987, a razão de subida do nível do mar foi de 1.7 mm/ano.



Portugal, com grandes extensões de costas rochosas, muitas vezes com arribas de grande altura, não é dos países mais vulneráveis à elevação do NMM (nível médio do mar). Tem, todavia, extensão grande de praias arenosas e áreas lagunares, as quais reflectirão seguramente essa elevação. Os impactes mais relevantes serão o aumento do risco de inundação, a deslocação de zonas húmidas e a aceleração da erosão da zona costeira.



As zonas nacionais onde as consequências de elevação do NMM serão maiores são as das lagunas de Aveiro e da Ria Formosa, separadas do oceano por cordões arenosos, que tenderão a desaparecer ou tornar-se muito estreitos, aproximando-se do continente. Verificar-se-ão, com frequência, galgamentos oceânicos assim como a abertura de novas barras durante temporais. Toda a ocupação existente nestes cordões dunares será provavelmente destruída neste processo. Embora com menor amplitude, lagunas mais pequenas, como a de Óbidos e a de Albufeira, sofrerão impactes do mesmo tipo. Nas zonas estuarinas (espaço de nidificação de muitas espécies de peixes com interesse comercial), os impactes atingirão também elevada magnitude, principalmente as do Tejo e do Sado, com perda de terrenos agrícolas e de grande parte de sapais, bem como inundações de zonas baixas vizinhas.



A precipitação anual projectada pelo modelo regional aplicado pelo projecto SIAM (descrito posteriormente) para o período 2080-2100 decresce praticamente em todo o país, principalmente no Alentejo e durante a Primavera. A precipitação acumulada em dias de precipitação intensa (superior a 10 mm/dia) tenderá a aumentar e a acumular-se nos meses de Inverno. Este padrão de alteração poderá aumentar significativamente o risco de episódios de cheias e das disponibilidades hídricas.


Em Portugal poderão surgir condições para novas culturas, como o algodão. O impacte económico na agricultura nacional vai depender, contudo de muitos factores e as modificações exercidas pelos fenómenos climáticos vão variar de cultura para cultura.


Reconhece-se a difícil previsão das implicações de AC associadas ao aumento das concentrações de GEE (gases com efeito de estufa) a nível global, regional e local, dada a grande diversidade de factores ambientais em jogo, o elevado grau de incerteza dos acontecimentos que as provocam e do funcionamento global do sistema atmosférico terrestre. Embora não existam provas científicas suficientes do seu nexo de causalidade, tem-se procurado equacionar o problema e implementar medidas que evitem as consequências previstas, invocando o princípio da precaução [1], isto é, o ambiente deve ter em seu favor o benefício da dúvida.




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