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EUA: Academia de Ciências inaugura 'edifício verde'

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EUA: Academia de Ciências inaugura 'edifício verde'

Malia Wollan

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Há milhares de espécies de flora e fauna vivas expostas no museu

A nova sede da Academia de Ciências da Califórnia abrirá as portas ao público neste sábado. A academia, localizada no Parque Golden Gate, em San Francisco, conta com isolamento térmico fornecido por tecido não tóxico, extraído de jeans usados, e tem como coroa um jardim de um hectare plantado no telhado, oferecendo grande variedade de espécies de plantas selvagens californianas. Há milhares de espécies de flora e fauna vivas expostas no museu, e o edifício abriga além disso outras 20 milhões de espécies.

Não é a espécie mais forte que sobrevive, e nem a mais inteligente, disse Charles Darwin certa vez, mas "aquela que responde com mais eficiência à mudança". Em meio à grande variedade de criaturas coloridas e bem camufladas que estão em exposição, a sede talvez seja o que represente a melhor ilustração para a definição darwiniana.

Certa tarde, era possível ver um aligátor albino cochilando sobre uma pedra aquecida, cardumes inteiros de sardinhas prateadas deslizando por trás do vidro do aquário, um ruidoso e desordeiro grupo de pingüins acompanhando um cientista que usava um traje de mergulho.

O museu já tinha diversas de suas alas de exposição em funcionamento há uma semana, o que permitiu que seus funcionários e associados vissem com antecedência algumas das atrações. Foi dessa maneira que Sammy Hitomi, 9, aluno da terceira série, terminou encarando de perto um peixe vermelho brilhante nativo do Mar do Sul da China.

Contemplando a maior exposição mundial de corais vivos, com a testa encostada ao vidro do aquário, Sammy afirmou que o ponto alto de seu dia até o momento havia sido o espinhento peixe-leão. Ele ainda guarda na memória muitas das criaturas que pôde ver no antigo edifício da Academia de Ciências da Califórnia, quando tinha três anos de idade.

"Genial" foi a palavra que Sammy empregou para descrever as novas instalações. "Há terra por toda parte", ele explicou.

O famoso arquiteto italiano Renzo Piano é o responsável pelo projeto do novo edifício sede da Academia de Ciências da Califórnia, uma obra de US$ 488 milhões. Vista pelo lado de fora, a elegante estrutura se combina com os topos arrendados das colinas gramadas da cidade e com os extensos gramados do parque.

"Com esse projeto, Renzo queria o efeito de erguer a paisagem e como que deslizar o museu por sob ela", disse Frank Almeida, o diretor da curadoria de botânica do museu, que estava em pé no topo do edifício. Os morangos selvagens e outras espécies lá plantadas capturarão cerca de 13,6 milhões de litros de água por ano, o que impedirá que os grandes temporais causem alagamento em certas porções da cidade, e também fornecerá um habitat para a fauna local.

No pavimento térreo da ala dedicada a florestas tropicais, peixes tropicais nadam em meio às raízes alagadas de árvores. Depois, o visitante toma um elevador que o conduz para a cima, rumo a uma cúpula na qual pássaros voam livremente sob um gigantesco domo de vidro.

Na piazza, a brisa que agitava as saias de uma mulher não era resultado do trabalho do ar condicionado, mas ar frio do Oceano Pacífico que soprava pelas clarabóias imensas do edifício, abertas e fechadas por um sistema de alta tecnologia que combina monitores de temperatura e computadores.

Células fotovoltaicas capazes de capturar a energia celular geram até 10% das necessidades comparativamente baixas de eletricidade do edifício, e aço reciclado foi utilizado para erguer o esqueleto estrutural da construção.

O Conselho de Construção Ecológica dos Estados Unidos em breve deve conceder ao museu um certificado "LEED Platina", a mais elevada classificação que ele confere no que tange à sustentabilidade de uma obra arquitetônica.

A nova academia provavelmente não será um dos ambientes preferidos das pessoas que defendem a teoria de que um ser superior criou o universo ou dos céticos quanto aos efeitos das alterações climáticas. O edifício novo da Academia de Ciências da Califórnia foi concebido para investigar duas questões básicas: "Como a vida evoluiu?" e "como a vida sobreviverá?" E, quase 150 anos depois que Charles Darwin escreveu seu seminal trabalho sobre "A Origem das Espécies", cerca de 38% dos norte-americanos entrevistados para uma pesquisa em 2005 afirmaram que continuavam a preferir que as escolas do país ensinassem que Deus criou o mundo, de preferência a ensinar a teoria da evolução.

A Academia de Ciências da Califórnia classifica a evolução como "o conceito central da biologia", e todas as alas de exposição do museu foram concebidas como forma de enfatizar essa mensagem.

Na Ala Africana, além de dioramas que mostram animais empalhados, um painel na parede conduz os visitantes a uma visita pelos séculos de evolução do Homo sapiens naquele continente. Mais adiante, um jogo infantil permite que as crianças brinquem com réplicas em madeira de tentilhões das Galápagos.

Uma visita digital estonteante ao cosmos, no Planetário Morrison, emprega os mais recentes dados obtidos pelos satélites de observação da Agência Espacial Americana (Nasa) a fim de recriar as estrelas e planetas, e lembra aos visitantes de até que ponto territórios habitáveis são raros no universo.

"Quero que as pessoas deixem o museu sabendo que a vida é especial e que é preciso que façamos tudo que pudemos a fim de preservá-la", disse Greg Farrington, diretor executivo da academia.


Tradução: Paulo Migliacci
AP
G1​
 
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