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Tutancâmon

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Fev 29, 2008
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Tutancâmon

Tutancâmon (ou Tutankhamon) foi um faraó do Antigo Egito que faleceu ainda na adolescência. Era provavelmente filho e genro de Akhenaton (o faraó que instituiu o culto de Aton, o deus Sol) e filho de Nefertiti. Casou-se aos 10 anos com Ankhsenpaaton, sua meio-irmã que, mais tarde, trocaria o seu nome para Ankhsenamon. Assumiu o trono quando tinha cerca de doze anos, restaurando os antigos cultos aos deuses e os privilégios do clero (principalmente o do deus Amon de Tebas) e morreu, aos dezenove anos, sem herdeiros.

Devido ao fato de ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão suntuoso quanto o de outros faraós, mas mesmo assim é o que mais fascina a imaginação moderna pois foi uma das raras sepulturas reais encontradas quase intacta. Ao ser aberta, em 1922, ela ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egipto de 3400 anos atrás.

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Máscara mortuária de Tutancâmon​

Origens familiares

As fontes disponíveis sobre a vida de Tutancâmon não referem explicitamente o nome do pai e da mãe deste rei. A sua origem real é contudo certa, como mostra uma inscrição num bloco de pedra calcária encontrado em Hermópolis onde o rei é descrito como "filho do rei, do seu corpo".

Para alguns investigadores o seu pai foi o rei Amen-hotep III (ou Amenófis III, segundo a versão helenizada do nome), enquanto que outros defendem ter tido como pai o filho e sucessor deste, Amen-hotep IV, que mais tarde mudaria o seu nome para Akhenaton em resultado das concepções religiosas que faziam do deus Aton a divindade mais importante.

Para apoiar a tese da paternidade de Amen-hotep aponta-se as várias inscrições nos muros e na colunata do templo de Luxor, feitas no tempo de Tutancâmon, nas quais o jovem rei refere-se a Amen-hotep como seu pai. Contudo, deve ser salientado que no Antigo Egipto o termo "pai" tinha um sentido amplo, podendo ser utilizado para se referir a um avô ou até mesmo a um antepassado longínquo. A ser filho de Amen-hotep III, poderia ter tido como mãe a grande esposa real deste soberano, Tié, mas segundo historiadores, sendo Akhenaton proscrito, era mais interessante que se pensasse que Amen-hotep III era seu pai. No túmulo de Tutancâmon no Vale dos Reis encontrou-se uma madeixa de cabelo desta rainha. Para reforçar ainda mais esta tese apontam-se as semelhanças físicas entre Tié e Tutancâmon, mas a mesma era sua avó paterna.

Outra hipótese relativa os progenitores de Tutancâmon, a mais aceita hoje em dia, aponta como seus pais Akhenaton e uma esposa secundária deste, Kia. Esta rainha poderia ter uma origem estrangeira, talvez mitânia. Uma cena num relevo do túmulo de Akhenaton, no qual a família real lamenta a morte de um membro, é interpretado como uma alusão à morte de Kia durante um parto, sendo este justamente o parto de Tutancâmon. Sabe-se pouco sobre Kia, mas os últimos dados que se conhecem desta figura referem-se ao ano 11 do reinado de Akhenaton, data que se considera mais ou menos coincidente com o nascimento de Tutancâmon. o sarcófago de tutancamôn

Reinado

Tutancâmon ascendeu ao trono aos nove anos de idade, sucendendo no cargo a Semenkhkhare, rei sobre o qual se sabe muito pouco (segundo o egiptólogo Nicholas Reeves, Semenkhkhare seria Nefertiti com outro nome), mas, Semenkhkhare era o título dado á co-regentes dos faraós, esse citado era na realidade um nobre, chamado Panhese, da alta estirpe de Amarna que se casou com MeritAton, filha mais velha de Akhenaton, que o sucedeu após sua morte - ambos teriam sido assassinados em Amarna juntamente com quase todos seus moradores, pois "Ay" vizir na época, queria o trono para sí e sem herdeiros seria mais fácil. Por milagre, Tuthankamon e sua irmã Ankhesenamon,conseguiram sobreviver á matança e foram levados a Tebas para serem casados e coroados, ele com 9 anos e ela com 11 anos de idade. Devido à jovem idade do rei, os verdadeiros governantes durante este período foram Ay e Horemheb, dois altos funcionários do tempo de Akhenaton, que mais tarde seriam eles próprios faraós. Ay era, provavelmente amante de Tié e pai de Nefertiti. Durante o tempo de Akhenaton era o intendente dos cargos reais, tornando-se vizir, uma posição de grande prestígio que manteve durante o reinado de Tutancâmon.

No quarto ano do seu reinado o jovem rei mudou o seu nome de Tutankhaton para Tutancâmon ("imagem viva de Amon"). A sua esposa fez o mesmo, passando de Ankhesenpaaton para Ankhesenamon ("ela vive para Amon"). Esta mudança dos nomes está relacionada com a rejeição das doutrinas religiosas de Akhenaton e com a restauração dos deuses antigos. Durante a fase final do reinado de Tutancâmon a repressão sobre o culto aos outros deuses tinha se acentuado, tendo o rei mandado destruir todos os nomes de outros deuses que se achassem em inscrições, com excepção de Aton.

A situação do Egipto parecia ser catastrófica nesta época, a acreditar no texto gravado numa estela, a chamada "Estela da Restauração", que foi encontrada no terceiro pilote do templo de Amon em Karnak. Nele se afirma que os templos dos deuses estavam em pleno estado de decadência e estes, irados, tinham lançado a confusão no país. Até as expedições militares no Próximo Oriente pareciam não alcançar sucesso devido à indiferença perante os templos e os deuses.

Assim, e ainda segundo a estela, o rei terá mandado fazer novas estátuas de deuses, restaurar os seus templos, bem como os cultos diários que ali eram conduzidos pelos sacerdotes.

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Tutancâmon e Ankhesenamon


Morte

Acontecimentos após a sua morte

Tutancâmon faleceu aos dezenove anos em 1324 a.C. Uma vez que o seu túmulo não estava ainda pronto, foi sepultado num túmulo de dimensões pequenas, pouco habitual para alguém que ocupou o cargo de faraó.

A sua viúva, Akhesenamon, toma uma atitude desconcertante. Numa carta enviada a Suppiluliuma I, rei dos Hititas, a rainha pede ao soberano um dos seus filhos como marido, prometendo-lhe o trono do Egipto. Os Hititas tinham sido inimigos do Egipto, razão pela qual este de pedido era estranho. Suppiluliuma desconfiou das intenções da rainha, julgando tratar-se de uma armadilha. Na resposta enviada perguntou à rainha onde estava o filho de Tutancâmon. Ankhesamon, despeitada, afirma que não tem filhos. Depois de refletir o rei hitita decidiu atender ao pedido da rainha, enviando um filho que seria coroado rei do Egipto. Contudo, este princípe nunca chegou ao Egipto, julgando-se que foi morto no caminho por espiões enviados por Horemheb ou Ay.

Ay casaria com Akhesenamon, talvez contra vontade desta, o que lhe permitiu tornar-se rei. Teria já uma idade avançada (entre os sessenta e os setenta anos), e inexplicavelmente meses depois, a rainha morre misteriosamente, tendo sido faraó durante quatro anos, morrendo de "causas naturais" meses após Horemheb retornar de uma das várias guerras que participava. Respeitou a memória de Tutancâmon, não usurpando os seus monumentos. Foi sucedido por Horemheb que não precisou se casar com ninguém, pois já não haviam membros da família real vivos e o mesmo por ser herói de guerra, teve apoio maciço do povo, reinou durante vinte e sete anos e não deixou herdeiros.

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Pintura mural no túmulo de Tutancâmon

Causa da morte

Devido à falta de elementos informativos relativos a Tutancâmon, especula-se sobre os motivos da morte do faraó.

Em 1925 foi realizada uma autópsia na múmia por Douglas Derry, tendo se considerado na época a hipótese de uma morte natural, talvez por tuberculose.

Em 1968 uma equipe da Universidade de Liverpool liderada por R.G Harrison obteve autorização para realizar raios-x à múmia. Uma ferida perto da orelha esquerda do rei, que penetrou no crânio, produzindo uma hemorragia, foi apontada como causa da morte. Esta ferida poderia ter sido causada por um golpe ou um acidente. As radiografias mostraram como um osso tinha penetrado no crânio. Alguns investigadores avançaram com a hipótese de assassinato que teria tido como autores Ay e Horemheb. O que pelas confusões pelo poder na época é o mais provável.

Em Janeiro de 2005 a múmia foi retirada do seu sarcófago no túmulo do Vale dos Reis, tendo sido alvo de um exame no qual se recorreu à tomografia computadorizada (TC). Este exame, que teve uma duração de quinze minutos, gerou 1700 imagens.

Os novos exames descartaram a hipótese de morte por assassinato.Em Novembro de 2006 o médico Ashraf Selim, com base em novas e sofisticadas análises, apresentou novas evidências que sustentam esta teoria. Quanto ao osso encontrado no crânio julga-se que foi provocado por um erro durante o processo de embalsamento do corpo.

Em maio de 2005, egípcios, franceses e americanos reconstituíram sua face a partir de imagens de tomografia computadorizada. O rei Tut - como foi apelidado - tinha a parte posterior do crânio estranhamente alongada e o queixo retraído.


Túmulo de Tutancâmon

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Capela funerária de Tutancâmon

O desenhista inglês Howard Carter, já aos dezoito anos, acompanhou o arqueólogo Percy Newberry em suas expedições ao Egito. Um ano depois, em 1892, trabalhou como assistente em outra escavação e logo depois passou a ser desenhista do Egypt Exploration Fund. Sua técnica era tão esmerada, que acabou recomendado a Lorde Carnarvon, promotor da arte egípcia. Disso resultou uma proveitosa colaboração entre os dois que durou dezesseis anos de trabalhos difícies, coroados com a descoberta do túmulo de Tutancâmon.
Apesar de vários especialistas terem afirmado que no Vale dos Reis não havia mais nada a encontrar, Carter e Carnarvon acreditavam que havia certos lugares que não tinham sido examinados corretamente. Vários objetos associados ao faraó Tutancâmon tinham sido localizados nesta região e os exploradores estavam certos de que a tumba lá se encontrava, embaixo de toneladas de terra e escombros. Escreveu Carter: "Nosso trabalho de escavações começou no outono de 1917. Sugeri a Lorde Carnavon tomar como ponto de partida o triângulo formado pelas tumbas de Ramsés II, Merenptah e Ramsés VI".
As escavações continuaram sem êxito até 1922, quando no dia 4 de novembro foi encontrado um degrau esculpido em rocha viva ao pé da tumba de Ramsés VI. Era aquele degrau o início de uma escada e no dia 5 de novembro de 1922 já haviam descoberto dezesseis degraus que levavam a um corredor que acabava numa porta selada. Como Carnavon estava na Inglaterra, Carter esperou sua chegada para então abrirem a porta da tumba. Isso aconteceu no dia 24 do mesmo mês e encontraram um corredor cheio de entulho que levava a outra porta. Assim relatou Carter: "O dia 26 de novembro devia tornar-se o mais belo de minha vida... A dez metros da primeira porta tinha aparecido uma segunda, selada também... Os selos eram de Tutancâmon e da necrópole real... Com as mãos trêmulas, abri um pequeno buraco no canto superior esquerdo. Lá introduzi uma barra de ferro que não tocava em nada... alarguei o buraco e olhei..."
Nunca antes na história da arqueologia alguém tivera o privilégio de contemplar uma visão tão espetacular. Havia um aposento abarrotado de objetos luxuosos: ouro cintilando, estátuas e centenas de peças cuja descrição ocupa cerca de sessenta páginas do livro de Carter. A exploração dos quatro aposentos da tumba durou sete anos. O momento mais dramático veio no dia 17 de fevereiro de 1923, quando se abriu a porta da câmara mortuária e "tivemos uma visão fantástica, pois aí , a menos de um metro da porta e estendendo-se por todo o espaço visível, bloqueando a entrada, havia o que parecia um muro de ouro maciço..." Era a parede frontal de um imenso sacrário dourado e que tinha uma porta com dois batentes na outra extremidade. No total, havia quatro sacrários, um dentro do outro, todos cobertos com ouro em folha e o último contendo um esquife de quartzo medindo 2,75 por 1,50m de altura. Dentro dele estavam três sarcófagos antropomórficos, representando Tutancâmon, um dentro do outro, mostrando o bonito rosto do faraó; o mais interior era de ouro puro. Neste último, estava o corpo do faraó coberto com uma máscara de ouro e lápis-lazúli.
O espantoso luxo do tesouro de Tutancâmon, cujo túmulo é pequeno e feito às pressas e onde somente a câmara mortuária é decorada com afrescos, convida a especular sobre as inimagináveis riquezas perdidas nas tumbas dos grandes faraós: o túmulo de Amenófis II tem sete aposentos encontrados quase vazios e o de Séti I, dez. No túmulo de um dos funcionários de Tutancâmon está documentado que o faraó recebia tributos de várias tribos da Síria e do Sudão, e em alguns dos seus objetos observa-se o rei pisando orgulhosamente em prisioneiros de guerra e abatendo centenas de inimigos. Mas trata-se de fantasia, pois se sabe que Tutancâmon nunca participou de qualquer batalha.
Quanto à jovem rainha, parece ter sido uma moça bastante atraente. Em duas cenas ela aparece especialmente terna: numa, unta o ombro do marido com essência e na outra, acompanha-o numa caçada e, agachando-se a seus pés, dá-lhe uma flecha, apontando com a outra um pato. Mas é nos tesouros do Museu do Cairo que encontramos as informações mais precisas sobre a vida de Tutancâmon.


Fontes: wikipedia
areliquia
 
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