• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Elas assaltavam as casas.

carlodani

GF Bronze
Membro Inactivo
Entrou
Dez 31, 2006
Mensagens
73
Gostos Recebidos
0
Treze homens e mulheres de várias nacionalidades e de etnia cigana estão acusados da prática de furtos em cadeia em residências nos distritos de Lisboa, Setúbal e Leiria, mas há suspeitas de outros casos no distrito de Braga.

As autoridades conseguiram elementos que lhes permitiram concluir haver uma estrutura hierarquizada com uma correspondente divisão de tarefas, em que cabia às mulheres a prática dos furtos, enquanto os homens apoiavam as deslocações e escoavam o produto dos furtos. Vários menores foram também identificados por terem sido associados à prática de crimes de furto e chegaram a estar internados em colégios estatais por decisão judicial.

As acusações vão desde associação criminosa a falsificação de documentos, passando por furto qualificado. O processo está para marcação de julgamento no Tribunal da Moita, naquele que poderá ser um caso paradigmático quanto ao género de actuação deste tipo de grupos. Os indivíduos não tinham qualquer profissão, mas, não obstante, apresentavam capacidade financeira para comprar carros e proceder ao arrendamento de apartamentos.

É que os crimes praticados e a dificuldade em investigar e em conseguir provas para produzir em julgamento surgem directamente associados à forma de vida nómada dos arguidos, uma mobilidade preocupante para as autoridades. As investigações da actividade do grupo estiveram a cargo da Investigação Criminal da PSP da Moita, da Divisão do Barreiro, tuteladas pelo Ministério Público junto do Tribunal da Moita.

O grupo é maioritariamente originário da região dos Balcãs e os seus elementos terão entrado na Europa comunitária através da Itália, deslocando-se em rolotes, que ficavam estacionadas em áreas limítrofes de centros urbanos, como veio a ser o caso em Portugal. No entanto, a documentação - desde passaportes a cartas de condução - era na sua maioria falsificada ou propriedade de outros indivíduos do grupo.

Vários dos indivíduos arguidos no processo foram detidos pela PSP da Moita na zona de Elvas quando se dirigiam para Espanha, na posse de artigos furtados.

A informação policial dá conta de que haverá igualmente fortes contactos em Espanha, a funcionarem como zona de recuo, para encaminhamento e escoamento do material furtado.

Era também em Elvas, no colégio de S. Fernando, que estavam internadas duas menores, familiares de adultos do grupo, depois de várias detenções. As menores acabaram por escapar, tudo levando a crer que tenham tido o apoio de outros elementos do grupo.

Os artigos eram normalmente de fácil e rápido transporte, maioritariamente jóias, dinheiro e telemóveis, que as mulheres transportavam em sacos ou nas longas saias tradicionais, enquanto desprezados todos os outros equipamentos, o que caracterizou o "modus operandi" do grupo. As casas alvo eram inicialmente vigiadas e testados os hábitos dos moradores. Mais uma vez, eram as mulheres, acompanhadas por menores, utilizadas para fiscalizar as habitações com o pretexto de venda ambulante ou de mendicidade.

Logo que uma habitação ficava referenciada, as mulheres eram colocadas nas zonas pelos homens, após o que entravam na simulação de venda ambulante para permitir a aproximação à casa-alvo. A entrada era feita pela porta, com dois métodos, se estava fechada apenas no trinco era inserido um cartão plástico entre o fecho e a ombreira. Se a segurança era maior, usavam ferramentas para extracção do canhão.

:right: Jornal de Notícias
 
Topo