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Concessionário da Mercedes trava venda a ciganos

xicca

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A C. Santos, um dos maiores concessionários da marca Mercedes no nosso país, impõe regras apertadas aos seus vendedores, de forma a travar a venda de viaturas a indivíduos de etnia cigana.

Um documento da Mercedes, a que o Expresso teve acesso, mostra que os vendedores da marca são desaconselhados a vender carros a ciganos
Entrar num "stand" de automóveis e sair ao volante de um Mercedes não é para todos. E mais difícil será para quem seja cigano.

Um documento oficial da C. Santos, um dos principais concessionários da marca alemã em Portugal, com vários "stands" na região da Grande Lisboa, aconselha energicamente os seus vendedores a evitar venderem automóveis da marca a pessoas de etnia cigana. Datado de Novembro de 2001, é assinado por Pedro Lourenço, até 2004 director comercial da firma. Destinava-se a todos os vendedores e directores de vendas da C. Santos.

O documento, cuja existência a empresa nega, e a que o Expresso teve acesso, chega mesmo a dizer que, caso a viatura seja efectivamente vendida, "a comissão do vendedor é de 50 por cento do valor estabelecido pela tabela de comissões". Quer dizer: vender um carro a um cigano é o mesmo que abdicar de metade da comissão.

"Isto não é a casa da Mariquinhas. Se há uma besta que fez um papel desses, ele não representa a empresa. Essa não representa, não representou, nem representará a política da C. Santos", garante ao Expresso Baptista da Silva, director-geral e presidente do Conselho de Administração da empresa. "Quem me dera que tivéssemos mais clientes ciganos".

A comunicação interna data de 22 de Novembro de 2001 e o autor, Pedro Emanuel Lourenço, que já deixou a C. Santos, não assume qualquer responsabilidade: "Não me lembro desse documento", garantiu ao Expresso numa conversa telefónica há duas semanas. Dirige uma empresa do ramo imobiliário da região de Lisboa e exerce funções na KIA, marca automóvel coreana. Inicialmente aceitou encontrar-se com o Expresso, mas na última semana manifestou indisponibilidade para falar pessoalmente sobre o assunto.

Um funcionário no activo garante que o documento existe e que nunca foi formalmente anulado: "E colegas meus também o viram, não é possível que não se lembrem agora".

Pedro Lourenço era director comercial da empresa. "E reunia todas as semanas com a administração, não teria feito nada sem o seu conhecimento", explica o mesmo funcionário.



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