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Literatura: Fernando Pessoa é "um desinquietador nato"

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Lisboa, 08 Out (Lusa) - O filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço descreveu hoje, em Lisboa, o poeta Fernando Pessoa como "um desinquietador nato" com "consciência daquilo que é a essência da modernidade".

"[Fascina-me em Fernando Pessoa] a beleza dos poemas, de todos os poemas, e o facto de que ele tem uma consciência daquilo que é a essência da modernidade, que é uma idade de esplendor - mas de um esplendor que não consegue encontrar verdadeiramente sentido - e ler esse esplendor como qualquer coisa que seja uma espécie de paraíso reencontrado da humanidade. É um desinquietador nato", disse à agência Lusa Eduardo Lourenço, no final de uma conferência proferida na Fundação Calouste Gulbenkian.

Subordinada ao tema genérico "A Geração Literária de Fernando Pessoa", a palestra foi a primeira de um ciclo que decorre até Dezembro, uma das iniciativas associadas à exposição "Weltliteratur: Madrid, Paris, Berlim, São Petersburgo, o Mundo!", patente até 04 de Janeiro de 2009 na galeria de exposições temporárias da Gulbenkian.

Construída sobre textos, documentos e obras de arte em que figuram autores da geração literária de Fernando Pessoa, a exposição constitui uma homenagem ao escritor português, no ano em que se assinalam 120 anos do seu nascimento (a 13 de Junho de 1888).

Eduardo Lourenço caracterizou-o como "um homem de uma angústia que não é apenas uma angústia banal, psicológica, da alma mas uma angústia que faz parte da existência humana, quando ela é consciente de si própria: de que não sabemos de onde vimos, verdadeiramente quem somos e para onde vamos, para lembrar uma famosa tríade de Gauguin".

"É um desmistificador nato" - sustentou - no sentido de que "nenhum dos valores consensuais sobre os que repousa a nossa comum experiência do mundo em que vivemos, do tempo em que vivemos, é por ele considerado qualquer coisa que seja satisfatória. Há sempre qualquer coisa que falta".

"Mas isso é positivo, porque ninguém como ele inventou um mundo, que é um mundo parecido com o dos sonhos, um mundo quase onírico, um mundo virtual" em "que nos parece - quando a gente o lê, quando a gente está imerso nele - que se encontra aquilo que mais próximo está desse sentido que ele diz que não existe", defendeu.

No ciclo de conferências, a decorrer até 17 de Dezembro, participam ainda Miguel Tamen (15 de Outubro), D. José Policarpo (21 de Outubro), Vasco Graça Moura (26 de Novembro), José Pacheco Pereira (29 de Novembro) e Frederico Lourenço (13 de Dezembro), além do Nobel da Literatura V.S. Naipaul (22 de Novembro).

ANC.
 
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