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Instituto Bacteriológico Câmara Pestana fecha portas

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Instituto Bacteriológico Câmara Pestana fecha portas

O Instituto Bacteriológico Câmara Pestana (IBCP) vai fechar as portas dentro de dias e acabar com a agonia dos seus últimos dez anos, em que funcionou praticamente sem actividade, revelou à Lusa o reitor da Universidade de Lisboa (UL).

António Nóvoa reconheceu que o instituto, que se encontra num estado avançado de degradação e com a administração da vacina anti-rábica como única actividade, está, "em rigor, extinto".

O reitor recordou o IBCP como "um instituto de referência", mas que, "por dificuldades de renovação, foi entrando num processo de algumas dificuldades do ponto de vista do futuro e do seu projecto científico".

"A partir dos anos 90, a situação começou a ser muito difícil", contou.

Em 1998, foi assinado um protocolo entre a UL e a Universidade Nova de Lisboa (UNL), segundo o qual a maior parte dos edifícios do IBCP passam para a UNL, permanecendo com a UL o edifício principal.

O novo IBCP será construído no “campus” de Santa Maria.

O projecto conta já com uma década, tendo sido confirmado em 2001. Contudo, "por razões várias, dificuldades das obras, de fundos e de atribuição de fundos, este programa levou mais tempo a concretizar do que aquele que queríamos", disse.

O reitor da UL revelou que, apesar de o projecto datar de 1998, só há cerca de 15 dias é que a universidade teve "finalmente" uma verba que permitirá a construção do edifício para o novo IBCP e o novo instituto de investigação da Universidade Nova, que funcionará nas actuais instalações do IBCP.

Sobre o avançado estado de degradação do IBCP, António Nóvoa disse que a existência de um projecto para um novo instituto inviabilizou qualquer investimento nas instalações actuais.

"É evidente que um instituto que está desactivado há dez anos é um edifício em que não se justificam investimentos, quando não é esse o projecto que está em causa", afirmou.

O novo IBCP será um instituto de microbiologia que vai "redefinir a missão" do Câmara Pestana, mas "com outra qualidade", disse.

"Será centrado em questões de microbiologia, mas com ligações muito fortes ao Instituto de Biologia Molecular", afirmou.

O reitor da UL anunciou ainda que o edifício no actual IBCP que vai permanecer nesta universidade irá acolher "um museu que vai preservar o essencial dos laboratórios do IBCP".

Vai ser "um espaço para círculos de debate, reflexão, contactos entre professores nacionais e estrangeiros e que permitirá assegurar que o património do IBCP - que para nós é essencial - não se perca e que essa memória seja preservada", acrescentou.

Igualmente entusiasmado com a mudança está o reitor da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas, que recorda o IBCP como "um excelente laboratório de microbiologia".

Para António Rendas, "a melhor forma de homenagear tudo o que o Câmara Pestana fez enquanto instituição em Portugal é dar vida ao Câmara Pestana".

O que passa, disse, por "colocar no Câmara Pestana uma instituição que vai trabalhar em áreas que são muito próximas às que estiveram na origem do Câmara Pestana".

António Rendas ressalva que nunca houve da parte da UNL a ideia de ficar com alguma memória ou património do instituto. "É da Universidade de Lisboa", disse.

Nas actuais instalações do IBCP, que passarão para a UNL, serão construídos três grandes laboratórios. O reitor destaca a "investigação biomédica" e a "componente patrimonial" do projecto.

Para esta transformação, a UNL receberá 17 milhões de euros. A construção do novo IBCP no campus de Santa Maria custará quatro milhões de euros.


Diário Digital / Lusa
 
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