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O último voo da gralha

xicca

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A Quercus e a Vodafone uniram-se para salvar uma ave em perigo de extinção um pouco por todo o mundo.

O projecto de conservação da gralha-de-bico-vermelho nas serras de Aire e Candeeiros, com cinco anos de duração, custará à empresa de telecomunicações 150 mil euros
Há menos de 500 em Portugal... o fim da agricultura tradicional, a perda de habitat e a intervenção humana deixaram a gralha-de-bico-vermelho à beira da extinção. "Nos últimos dez anos, a população desta ave sofreu uma redução de 50% a 80% ", alerta o Instituto de Conservação da Natureza (ICN).

Para evitar que esta graciosa ave, de plumagem negra e bico curvo vermelho, desapareça definitivamente dos bosques portugueses, a Quercus, com o apoio da Vodafone, lançou o programa "Criar bosques, conservar a biodiversidade 2008-2012", que prevê a recuperação de actividades agrícolas no Parque Nacional da Serra Aire e Candeeiros, dois dos habitats da gralha. O projecto, patrocinado totalmente pela Vodafone, implica um investimento de 150 mil euros.

Este projecto enquadra-se no programa Business & Biodiversity, lançado pela União Europeia, que como objectivo integrar as empresas na problemática da biodiversidade.

Para garantir o sucesso, o projecto de conservação da gralha, que abrange 300 hectares das serras de Aire e Candeeiros, pretende criar benefícios económicos para a região, que levem ao envolvimento da comunidade local.

O que pode então fazer-se para salvaguardar a existência da gralha-de- -bico-vermelho? A vigilância dos algares durante a época de nidificação é um dos primeiros passos; mas está também prevista a criação de um rebanho com cerca de 150 cabras e a recuperação de uma lagoa (elemento muito importante na biodiversidade local) que servirá de bebedouro para os rebanhos e para a fauna.

Por outro lado, pretende-se controlar a presença humana nas zonas onde vivem as aves. "Os desportos radicais e o montanhismo, por exemplo, têm contribuído para a perturbação dos ninhos", explicam os responsáveis do programa. Pôr fim ao abate das aves ou à sua captura para fins ornamentais é outra das prioridades.

As gralhas-de-bico-vermelho têm presença em zonas onde o homem não intervém muito: nas serras calcárias, como a dos Candeeiros (onde existe uma população de 93 indivíduos), em zonas costeiras como no Sudoste do Alentejo, e em escarpas fluviais como o Douro Internacional, revelam os ecologistas.

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A Quercus e a Vodafone esperam, assim, aumentar os efectivos populacionais e garantir a conservação de um habitat que permita a nidificação das aves, que normalmente se faz em buracos e algares e dura cerca de duas semanas. As duas entidades, que já antes foram parceiras em projectos de âmbito social (como o projecto Re-utilize, que visava a reciclagem de telemóveis), pretendem celebrar uma parceria com a cooperativa de desenvolvimento local Terra Chã, com os objectivos da certificação do cabrito e do queijo de cabra e a dinamização de produtos de turismo, de modo a ligar as actividades económicas tradicionais com a conservação da natureza.

Uma vez por ano, um indivíduo qualificado e independente irá visitar a Serra para monotorizar as aves e tentar perceber se o que foi feito no último ano contribui para o aumento das populações da gralha, uma ave da família do corvo, de dimensões médias, que se alimenta de insectos, bagas e sementes.

A principal finalidade "do projecto é implementar medidas que garantam a continuidade da espécie", mesmo depois do fim do programa em 2012, explicou ontem Luísa Pestana, directora da área de Responsabilidade Social da Vodafone, durante um passeio à serra de Aire... sem que uma única gralha-de-bico-vermelho tivesse cruzado os céus.




DN
 
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