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Novas pistas apontam para Kundera delator

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Controvérsia: Denúncia autenticada por segunda entidade

Novas pistas apontam para Kundera delator


A revelação da denúncia de um anticomunista na clandestinidade, feita aos 21 anos pelo escritor Milan Kundera, actualmente com 79, desmentida na segunda-feira pelo visado, recebeu novos dados que reforçam a sua autenticidade: o instituto público

Arquivo das Forças de Segurança confirmou a delação feita pelo estudante Milan Kundera ao polícia Jaroslav Rosicki, de serviço na tarde de 14 de Março de 1950 na esquadra Praga VI, enquanto familiares afirmam que antes de morrer, nos anos 90, Miroslav Dlask, único informado do encontro clandestino, garantiu à mulher, Iva Militka, que não fora ele o delator mas que falara do assunto a Milan Kundera.

O caso dificilmente se esclarecerá sem que o escritor assuma os seus actos nos anos 50, quando escrevia canções com versos do género "A União Soviética e a Checoslováquiaserãounidaspara sempre/A nossa aliança é firme como uma grande rocha frente às ondas", respigados pela edição de ontem do ‘Corriere della Sera’.

Para os comentadores, é notório que a revelação feita na segunda-feira afecta o prestígio moral do escritor que, como muitos outros antigos adeptos do regime comunista checo, acabou por romper com o poder. Segundo Martin Simecka, chefe de redacção da revista ‘Respekt’, que revelou o caso em simultâneo com o seu aparecimento no site do Instituto de Estudo dos Regimes Solitários, "Kundera perdeu a oportunidade de confessar, ele próprio, um pecado de juventude, tal como fez recentemente o escritor alemão Gunther Grass".

SAIBA MAIS

O CASO

A denúncia levou à prisão de Miroslav Dvoracek. Foi condenado à morte, mas teve a pena comutada. Passou 14 anos de trabalhos forçados numa mina.

1950

Era tempo da glorificação de Estaline. A Checoslováquia teve o seu primeiro governo comunista em 1948. O regime só abalou em 1968.

MILITÂNCIA

Filho de família da classe média, Milan Kundera era comunista entusiasta. Foi expulso do PC checo, mas voltou a filiar-se em 1956 para militar até 1970.


João Vaz em Correio da Manhã
 
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