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Nisa promove hoje manifestação contra eventual exploração de urânio

xicca

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A vila alentejana de Nisa, Portalegre, é hoje palco de uma jornada de protesto contra a eventual exploração de urânio no concelho, que inclui uma Tribuna Cívica e uma "Marcha da Indignação".

A iniciativa está a cargo do Movimento Urânio em Nisa Não (MUNN), da Quercus e de várias entidades locais, como o município, a associação comercial, Associação de Desenvolvimento de Nisa, Terra-Associação para o Desenvolvimento Rural e Associação Ambiente em Zonas Uraníferas.

A jornada de protesto e sensibilização começa no Cine Teatro de Nisa com uma Tribuna Cívica, seguindo-se uma "Marcha da Indignação", pelas artérias da vila até à jazida de urânio inexplorado.

A decisão de promover a acção de protesto surgiu na sequência de uma "Jornada Nacional contra a Exploração de Urânio", integrada na iniciativa "European Uranium Action Day", que decorreu recentemente na Urgeiriça (Nelas).

O concelho alentejano de Nisa possui no seu jazigo inexplorado de urânio um potencial que ronda os 6,3 milhões de toneladas de minério não sujeito a tratamento, 650 mil quilos de óxido de urânio e 760 mil toneladas de minério seco.

O responsável do núcleo regional de Portalegre da associação ambientalista Quercus, Nuno Sequeira, disse que a acção de contestação "pretende sensibilizar o Governo para recusar o avanço da exploração de urânio na zona de Nisa".

"É importante não esquecer os erros cometidos em toda esta actividade na zona centro do país, as marcas familiares, dramas de saúde e ambientais e alertar para as consequências gravosas que poderá trazer para o concelho de Nisa e para o distrito".

Além da sensibilização das populações locais para os "riscos que a eventual exploração de urânio comportará", a iniciativa pretende alertar para o facto de o "modelo de desenvolvimento, investimentos em curso e economia local não serem compatíveis com a exploração de urânio".




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Hdi

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“Urânio em Nisa não!” Centenas de pessoas numa marcha de luta

O MUNN promoveu uma jornada de protesto e, nesta luta contra a exploração de urânio no concelho de Nisa, contou com a colaboração da Câmara Municipal de Nisa, da Associação para o Desenvolvimento de Nisa (ADN), da Associação Comercial do Concelho de Nisa (Nisa.Com), da Associação de Desenvolvimento Rural de Nisa (Terra), da Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus) e da Comissão de ex-trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio (ENU).

Depois da Tribuna Cívica 'As consequências da exploração de urânio em Portugal', promovida pelos ex-trabalhadores da ENU e que teve lugar no Cine-Teatro de Nisa, arrancou então a Marcha da Indignação. Pelas 12 horas, cerca de 300 pessoas partiram a pé do centro da vila com destino à jazida de urânio situada entre as freguesias urbanas da vila de Nisa (Nossa Senhora da Graça e Espírito Santo) e a freguesia de S. Matias.

Cartazes, cruzes enormes em madeira, t-shirts apresentando frases contra a exploração de urânio e gritos de ordem constituíram a jornada de protesto que juntou desde crianças a idosos.

Por entre os manifestantes estava Gabriela Tsukamoto, presidente da autarquia de Nisa. Assumindo-se publicamente contra a exploração de urânio em Nisa, como de resto já o havia feito antes, a edil afirmou ao nosso jornal que "a nossa posição sempre foi essa por-que a exploração de urânio é absolutamente contrária à estratégia de desenvolvimento do concelho e da região".

A edil lembrou a abertura do complexo termal em Nisa, cujas perspectivas apontam "para chegarmos aos 100 postos de trabalho, directos e indirectos", e frisou os produtos tradi-cionais que "cada vez se afirmam mais", sublinhando que "não são compatíveis com os impactes ambientais que certamente terá uma exploração de urânio, até mesmo em termos de crítica de mercado". A autarca fez questão de aclarar que "não estamos a falar de uma exploração subterrânea mas sim de uma exploração a céu aberto que, além de todo o impacto para a saúde pública, terá também um impacto económico". Além disso, como defendeu Gabriela Tsukamoto, "estamos a falar de uma coisa que terá a duração de 10 anos e isso num concelho, numa região, não é absolutamente nada".

A autarca nisense afirmou que "as questões da sustentabilidade energética estão na ordem do dia, a questão do nuclear e do urânio está aí novamente e é preciso que as pessoas tenham consciência disso porque temos que fazer uma opção".

Continuando, Tsukamoto frisou que "estes impactos não são apenas aqui", lembrando "o caso do DDT, um pesticida utilizado nos anos 60. Que se saiba, nunca se combaterem pragas nos Pólos e onde aparece maior nível de DDT neste momento é exactamente nos glaciares e nas zonas onde o pesticida nunca foi usado". Ou seja, "os ventos e as águas trabalham em rede e levam-nos até sítios que nós não podemos imaginar" e, para a autarca, a questão que hoje se coloca é que "não é só uma economia que é global, mas é acima de tudo uma natureza e a sustentabilidade ambiental do próprio Mundo que se põe em causa com intervenções como esta, portanto todos temos que ter consciência disso".

Tsukamoto foi peremptória ao afirmar-se "absolutamente contra a exploração de urânio em Nisa", reconhecendo que esta questão "não é consensual ao nível dos partidos políticos, é um tema que também se discute dentro dos partidos, mas o essencial é a informação aos cidadãos para que as pessoas sejam chamadas ao processo e também se possam pronunciar".

Para a presidente da Câmara de Nisa, esta discussão "tem que ser feita duma forma muito séria, muito honesta, sem demagogias e pesando muito bem todas as situações". Isto para que, tendo outros projectos que tragam sustentabilidade, "a população possa dizer que não à exploração de urânio, tal como já acontece", concluiu Tsukamoto.

Jornal Fonte Nova
 
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