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- Set 25, 2006
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Cantora diz que concerto foi para colocar um sorriso no rosto das crianças retiradas aos pais.
Como surgiu a ideia de fazer um concerto de solidariedade para ajudar esta família de Foros de Salvaterra?
Tive conhecimento através da comunicação social do que se estava a passar com esta família. Dado o facto de morar perto de Foros de Salvaterra e poder contactar as pessoas surgiu a ideia de fazer um espectáculo de solidariedade e propus isso aos pais e à Associação de Shorinji Kempo, que foram incansáveis no apoio disponibilizado. Com a ajuda de todos conseguimos concretizar o espectáculo.
O que achou desta situação? Enquanto mãe, chocou-a?
Infelizmente, hoje em dia, choco-me cada vez menos com as situações uma vez que as coisas têm tendência a piorar a cada dia que passa no mundo. Temos que contornar e ultrapassar os problemas Quando a situação parece dolorosa temos que dar a volta. Se se fecha uma porta temos sempre uma janela aberta e temos que seguir esse caminho. Só temos que olhar para o sítio certo.
Qual a sua opinião quanto ao facto dessas três crianças terem sido retiradas aos pais pelo facto de não existirem condições na casa onde habitavam?
Eu cresci numa casa em que partilhava o quarto com o meu irmão, havia pouco espaço para colocar as nossas coisas e a verdade é que crescemos felizes. O mais importante para a felicidade de todas as crianças é o carinho, o amor e a atenção. Desde que as crianças sejam felizes o espaço onde se vive é o menos importante. Por vezes, temos demasiado e não damos valor às coisas verdadeiramente importantes.
Concorda com o facto de os pais só poderem ver os filhos ao domingo e as visitas serem feitas apenas dentro das instalações do Centro de Acolhimento Temporário?
Não consigo dar opinião. É uma situação que penso que nenhuma mãe gostaria de passar. Temos que pensar sobretudo no amanhã. A realização deste concerto tem esse objectivo: alcançar o sonho destas três crianças e colocar um sorriso no rosto delas. E que venham o mais depressa possível para casa. Devemos sempre olhar para o lado positivo de tudo o que é menos bom. Por exemplo: este drama originou uma acção muito bonita de solidariedade que foi o apoio de algumas pessoas na construção da casa desta família. São estes actos de solidariedade que fazem falta.
Costuma participar em concertos de solidariedade? Gosta de ajudar quem precisa?
Tudo o que esteja ao meu alcance e que veja que vale a pena ajudar participo e gosto de ajudar. Antes de propor fazer o concerto informei-me se as crianças não eram vítimas de maus-tratos. Se assim fosse, não estaria aqui hoje. Tento ter sempre um pouco de atenção para onde vou porque, infelizmente, há muitas histórias de solidariedade hoje que são verdadeiras fraudes e as pessoas acabam por fugir com o dinheiro.
Já lhe aconteceu uma situação dessas?
Sim. Fiz um espectáculo para uma menina que tinha um tumor na cabeça e tinha que ser operada. No final do espectáculo, alguém desapareceu com o dinheiro e a criança acabou por morrer. Por isso, informo-me muito bem e gosto de analisar tudo ao pormenor para evitar que situações destas se repitam.
Leia a entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE que sai à quinta-feira