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Mitsubishi investe 20 milhões em Portugal

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A fábrica de camiões do Tramagal, que exporta 90% da produção, ganha um novo modelo. E duplica o número de postos de trabalho num sector ameaçado por despedimentos.

A fábrica da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE) no Tramagal anuncia sexta-feira um investimento superior a 20 milhões de euros, que terá como destino preparar a empresa para receber a produção do novo modelo Canter híbrido. Segundo o Diário Económico apurou, este valor servirá para aproveitar a actual capacidade instalada e que está sub-aproveitada.

Fontes sindicais confirmaram a vinda deste novo modelo, que implica a introdução de um novo motor nos camiões Canter e permitirá mais que duplicar o número de colaboradores para cerca de mil, contra os actuais 450, até 2011. De acordo com as mesmas fontes, para potenciar este investimento, a Câmara Municipal de Abrantes comprou um terreno com uma área de 57.600 metros quadrados, junto às instalações da fábrica, que agora será vendido à MFTE. O presidente da autarquia já admitiu que o terreno será vendido a um preço simbólico de 50 cêntimos por metro quadrado. Entretanto, a Mitsubishi adquiriu outra parcela de 1.531 metros quadrados que permitirá à unidade fabril passar dos actuais 110 mil para 160 mil metros quadrados. O objectivo é passar o volume de produção de 10 mil para 26 mil unidades e atingir um volume de facturação de cerca de 520 milhões de euros, contra os actuais 222,2 milhões de euros.

Hoje, a fábrica da Mitsubishi no Tramagal exporta cerca de 90% da produção para trinta países, assegurando em Portugal a liderança do segmento com 8.382 camiões vendidos entre Janeiro e Julho deste ano. O peso de incorporação de componentes nacionais na Canter é de 25%.

A possibilidade de Portugal passar a produzir os camiões na versão híbrida – até agora produzidos no Japão – era uma hipótese há muito tempo em cima da mesa e que se esperava que se tornasse uma realidade apenas em 2010.

Contactada a empresa, fonte da Mitsibishi do Tramagal afirmou que “não comenta e não confirma as informações resultantes do contacto para a fábrica”.

Os responsáveis da MFTE têm admitido o interesse no fabrico deste modelo, mas lembravam que, para que tal se concretizasse, seriam necessários incentivos fiscais. Estes incentivos poderão ser anunciados pelo primeiro-ministro, José Sócrates, durante a visita à fábrica do Tramagal para celebrar a produção de 150 mil unidades. Para comemorar este número de produção e anunciar o novo investimento no Tramagal estará também presente Andreas Renschler, membro do conselho de administração da Daimler AG, Daimler Trucks.


A fábrica que forneceu a guerra colonial
A fábrica de camiões do Tramagal nasceu em 1964, com a “Lei da Montagem” criada pelo Estado Novo. A produção resultante da ‘joint-venture’ entre a família Duarte Ferreira e o fabricante francês Berliet servia para produzir camiões militares para o exército português em África. Com o fim da guerra colonial, a fábrica do Tramagal vive seis anos de indefinição. Em 1980, o importador português da Mitsubishi estabelece um contrato com a empresa para produzir no Tramagal todos os modelos comercializados em Portugal. Nessa altura a fábrica mantinha uma produção anual de 4 mil unidades. Dez anos mais tarde a Mitsubishi Motors de Portugal, importador da marca, compra a empresa à família mantendo modelos e níveis de produção para satisfazer a procura do mercado nacional. A situação altera-se em 1996, quando a japonesa Mitsubishi Motors Corporation investe 20 milhões de euros no Tramagal, concentrando a produção do modelo Canter em Portugal para fornecer todo o mercado europeu.


Cinco fábricas em Portugal
Apesar do número de fabricantes de componentes automóveis portugueses ser vasto, existem apenas cinco fábricas de montagem de carros em Portugal. Autoeuropa e Peugeot Citroen (PSA), no segmento de ligeiros de passageiros, e Toyota Caetano, Mitsubishi Fuso Truck Europe e V.N. Automóveis, de veículos comerciais e camiões. Com o actual cenário de crise as fábricas de ligeiros tem sido as mais afectadas. Em Julho de 2008, registaram-se quedas na produção da Autoeuropa (-18,7%) e da PSA (-0,2%), ao contrário da Toyota Caetano (40,7%), Mitsubishi Fuso Truck Europe (13,2%) e V.N. Automóveis (3,5%) cuja produção cresceu.


Construtoras suspendem produção e cortam postos de trabalho

1 - Cortes na Seat já afectam produção na Autoeuropa
A Seat foi das primeiras fabricantes mundiais a interromper a título provisório a produção, o que levou à suspensão temporária de cerca de 1.500 trabalhadores. Na unidade fabril de Martorell foi decidida a diminuição em cerca de 5% motivada pela crise no mercado automóvel na Europa. Foi criado um Expediente de Regulação de Emprego (ERE), que afecta a 750 pessoas da unidade fabril, entre Novembro e Dezembro, que se prolongará de Janeiro a Julho de 2009, afectando o mesmo número de pessoas. No total, a fabricante espanhola quer produzir menos 21 mil veículos, o que já afecta a Autoeuropa, a quem foi pedido para reduzir a produção do Seat Alhambra.

2 - Crise ataca os gigantes do ramo automóvel
A Ford, General Motors e Fiat são três das construtoras que já avançaram com a suspensão de produção e admitiram cortar postos de trabalho. A empresa de Henry Ford vai reduzir em 1.300 a força de trabalho em Valência e em 500 na Austrália. Na Alemanha, colocou em ‘lay-off’ 820 trabalhadores. A Volvo, do grupo Ford, só em 2008 dispensou mais de 6 mil trabalhadores. A GM anunciou também a suspensão da produção em todas as unidades europeias, pretendendo reduzir em cerca de 40 mil os veículos produzidos. Para Espanha, a decisão afecta 7.500 pessoas e na Alemanha passa pela suspensão da produção em duas fábricas. Nos EUA, vai dispensar 1.500 trabalhadores.

Diário Económico
 
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