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Santarém - Utente acusa médica do Centro de Saúde de mau comportamento

C.S.I.

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Ana Maria Rodrigues teve problemas de saúde, foi assistida nas urgências do Hospital de Santarém, que depois a enviou para o médico de família. Foi aqui que as coisas se complicaram. Como não tem médico de família dirigiu-se ao Atendimento Complementar (AC) do Centro de Saúde de Santarém e aí foi confrontada com a má disposição da médica que se encontrava de serviço, que acabou “sem qualquer justificação” a expulsá-la do consultório. Um comportamento que já foi criticado pelo director da unidade de saúde.

A utente, uma jovem professora, teve um aborto espontâneo. Como muitos milhares de portugueses, não tem médico de família e dirigiu-se ao AC. A médica de serviço, Conceição Goucha, estava em dia não e desde que ela entrou no consultório tê-la-á tratado de uma forma que considera desprezível. “Parecia que estava a tratar um delinquente”, comenta.

A médica ainda passou uma credencial para um primeiro exame que era pedido no relatório que tinha trazido das urgências. A situação agravou-se quando Ana Maria pediu, como tinha sido aconselhado no hospital, uma ecografia e uma consulta com um ginecologista.

A médica respondeu-lhe que não lhe competia estar a passar credenciais para especialistas, que não sabia quem o podia fazer e muito menos onde o podia ir fazer. “Acrescentou que não ia prescrever a dita consulta com o especialista porque não tem computador, e ainda de forma agressiva disse para eu ir no outro dia falar com outro médico”, declara a jovem professora.

Contudo, a doutora Conceição Goucha começou a passar a credencial para a ecografia que a utente lhe tinha pedido. “Foi então que calmamente reclamei um atendimento mais correcto e a explicação sobre como é que podia aceder a uma consulta com um especialista. Perante o meu espanto e até algum receio, a doutora rasgou a credencial que tinha começado a passar, gritou que não estava ali para me aturar, e chamou um segurança para me expulsar do gabinete, como se eu fosse uma delinquente qualquer”.

“Nervosa e humilhada saí do consultório e logo fiquei a saber que esta situação não é virgem, existem muitos utentes daquele serviço a falar mal do atendimento que é feito pela doutora Conceição Goucha, e resolvi pedir o livro de reclamações para dar conhecimento do meu desespero e da minha indignação”, disse utente.

Ana Maria Rodrigues já recebeu uma resposta à sua reclamação, que não considerou satisfatória. E garante que vai levar este caso por diante, porque tudo o que se passou não se resolve com um pedido de desculpas do director do Centro de Saúde. “E a doutora Conceição Goucha não me deve também um pedido de desculpa? Não tenho direito a uma consulta correcta? Não tenho direito a uma credencial para ser observada por um especialista? E pelo que me é dado a observar este comportamento da médica não é anormal. Não há processos disciplinares?”, pergunta com desagrado.

“Tenho pessoas que já passaram pelo mesmo que estão dispostas a testemunhar e a expor publicamente o mau comportamento, a atitude e profissionalismo negativo da médica perante os doentes, por isso estou decidida a levar o caso a conhecimento do Ministério da Saúde e a expor o caso na comunicação social, para que o problema seja resolvido e ninguém mais tenha que passar pelo que passei”, diz com tristeza Ana Maria Rodrigues.

Director do Centro de Saúde de Santarém pede desculpa à utente

O director do Centro de Saúde de Santarém, Gonçalves Marques, enviou um pedido de desculpas formal à utente. “Compreendemos a situação lamentando o sucedido, pedimos desculpa, assumindo a nossa falta, pelo pouco rigor demonstrado pela profissional referenciada, no que se refere à sua relação com os utentes das suas consultas”.

O responsável acrescenta ainda que “a profissional em causa já foi abordada superiormente sobre este tema, para se evitar no futuro mais exposições com queixas dos serviços sobre esta questão que não dignifica nem os serviços, nem quem os utiliza”. Gonçalves Marques diz ainda que “não é fácil a substituição de pessoal ao serviço, quando a escassez deste já é bastante grave, para assegurar o seu normal funcionamento”.

Quanto ao facto da médica não ter prescrito a ecografia, diz que foi um procedimento eticamente correcto, uma vez que sem relatório ou informação clínica que justificasse o pedido este não lhe poderia ter sido pedido. Esta última situação é contestada por Ana Maria, que pergunta por sua vez, “o que é que é preciso fazer para ter acesso ao exame e ao especialista, quando a única justificação que tem é de se sentir doente, ter dores e ter tido um aborto espontâneo”.


O MIRANTE
 
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