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Vila Franca: Polícias ao lado dos cidadãos para prevenir criminalidade

C.S.I.

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Set 25, 2006
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O MIRANTE acompanha sensibilização da PSP no concelho de Vila Franca

Visitar vítimas de violência doméstica, transmitir conselhos de segurança aos mais velhos e aumentar o sentimento de segurança nas escolas e comércio são os objectivos do programa de policiamento de proximidade.

Júlia, 54 anos, é residente na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, e vítima de maus tratos por parte do próprio filho. As brutais agressões, continuadas, levaram-na a pedir socorro na esquadra da PSP de Alverca. “Se me calasse a situação agravava-se. Uma das vezes, se não fosse o meu filho mais velho estar em casa, eu tinha sido brutalmente espancada”.

Desde que é acompanhada pelos agentes da divisão da PSP de Vila Franca de Xira no âmbito do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP) sente-se mais segura. “Não hesitei em apresentar queixa porque vivia com medo. Desde que recebo este apoio sinto-me mais tranquila. Tenho alguém que me ajuda. Para todas as pessoas que estão a passar o que eu já passei, o meu apelo é para que denunciem, não se calem, porque é a vossa vida que está em risco”, desabafa.

Para cumprir a sua missão a Polícia de Segurança Pública está a pedir a colaboração dos cidadãos. Além dos vários apelos afixados nas freguesias do Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Alverca a PSP tem em marcha nas ruas o programa que começa a somar resultados positivos e que tem mobilizado cada vez mais agentes. O Programa Integrado de Policiamento de Proximidade engloba o apoio directo à vítima, aos idosos, às escolas e ao comércio.

Segundo Nelson Amaral, desde o inicio do ano a PSP já acompanhou 23 casos de violência domestica só na Póvoa de Santa Iria. “Imagine agora as freguesias que faltam: Alverca, Vila Franca, Alhandra, Forte da Casa… A violência doméstica é um crime silencioso de combate difícil”, assume o sub-chefe Nelson Amaral a O MIRANTE.

Aumentar o sentimento de segurança, sobretudo em alguns bairros habitacionais mais problemáticos, é o principal objectivo de um programa que, ano e meio depois de ter sido implementado já mobiliza 38 agentes e é realizado nas esquadras de Alverca, Alhandra e Vila Franca de Xira. “O PIPP consiste num policiamento mais próximo das pessoas, acompanhando os seus casos de uma maneira mais directa”, explica a sub-chefe Sandra Augusto, da esquadra da PSP de Alverca.

“Fazemos também várias acções que estão direccionadas para a instabilidade que ainda existe em determinados bairros. Existe a necessidade de apoiar os habitantes nessa área e por isso uma das nossas missões é deslocarmo-nos a locais com problemas de má vizinhança, ruídos, complicações no estacionamento ou até relatos de maus tratos”, informa Nelson Amaral.

A génese do programa consiste num acompanhamento quase permanente das vítimas logo depois destas apresentarem queixa na esquadra. Os agentes são destacados para uma determinada situação e ficam responsáveis por interagir com as vítimas. “Não temos o simples polícia a patrulhar a rua, eles saem da esquadra com um objectivo, acompanhar uma vítima, visitar uma escola, uma junta de freguesia ou aconselhar um comerciante”, salienta Sandra Augusto.

Os idosos e os comerciantes são outros dos beneficiados com o programa que contempla ainda a escola segura, luta contra o absentismo escolar, acompanhamento de alunos problemáticos e a resposta a solicitações dos conselhos executivos das escolas. O programa foi dividido pela área geográfica das juntas e, nesse contexto, Alverca possui seis elementos divididos em três equipas, a Póvoa ocupa quatro elementos e o Forte da Casa possui duas equipas constituídas.

Apesar dos resultados do programa superar as expectativas e ser do agrado da maioria da população muitos ainda lamentam que a PSP tenha um baixo número de efectivos nas ruas. São até os próprios agentes os primeiros a reconhecer, muitas vezes, que “não podem fazer milagres”, no seio de uma força de segurança nacional que continua a debater-se com condições quase precárias, falta de pessoal e escassez de meios.

Associação assaltada três vezes em três meses

A presidente da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Alverca, Eduarda Castanheira, não tem motivos para sorrir ao receber os agentes do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP). Ainda tem vivas na memória as imagens dos três assaltos que assolaram a associação nos últimos três meses.

“O último roubo aconteceu no dia 13 de Outubro. Passavam poucos minutos da meia-noite quando fui alertada por um vizinho para a presença de homens dentro da associação. Liguei para a PSP e foram muito rápidos, quando cheguei já tinham o edifício cercado. Foram impecáveis, poucos mas bons”, recorda Eduarda Castanheira a O MIRANTE.

Um dos assaltantes foi detido poucos minutos depois da chegada da PSP. Nestes três assaltos a associação perdeu o pouco que tinha: livros, batedeiras eléctricas, aparelhagens, medidores de tensão e nem um conjunto de garfos e facas de inox escapou aos larápios.

Para a dirigente o programa de policiamento de proximidade é salutar, não apenas na prevenção dos actos criminosos, como pela transmissão de conselhos de segurança aos mais velhos.

“É um programa muito importante e gostamos que a polícia cá venha porque nos enche de um sentimento de segurança que até aqui não tínhamos”, refere, lamentando ao mesmo tempo que “quem de direito não coloque mais polícias nesta zona, porque de noite nunca se vê ninguém”.

Um idoso que frequenta a associação, Manuel Horta, gaba os agentes: “são simpáticos e estão sempre a alertar para os perigos que corremos. Além disso podemos confiar neles, contando-lhes tudo. Se um dia eu for vítima de algum tipo de violência, pode crer que lhes telefono!”, conta.

Para já a associação não tem em mente a realização de eventos para angariar fundos, embora a presidente reconheça a importância de repor o equipamento roubado. Até agora, vai valendo a solidariedade.

O Mirante
 
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