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Estudos sobre leucemia e sida premiados
Prémios Pfizer: atribuída uma bolsa de investigação do risco cardiovascular em infectados com HIV
Um trabalho sobre o papel das proteínas do vírus da sida e outro sobre o tratamento do tipo de leucemia mais aguda venceram esta quinta-feira os prémios Pfizer 2008, que atribuíram ainda uma bolsa para a investigação do risco cardiovascular em infectados com HIV.
O estudo que venceu o prémio de Investigação Clínica incidiu sobre os «efeitos distintos das proteínas do invólucro do HIV-1 e do HIV-2» e concluiu que «a proteína do HIV-2 tem uma capacidade mais imunossupressora da activação da célula imunitária», segundo Rita Cavaleiro, da Unidade de Imunologia Clínica do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa.
Segundo a investigadora, a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) caracteriza-se por uma perda progressiva de linfócitos T CD4 - células que têm um papel fundamental na resposta imunitária.
«Também descobrimos que é muito importante a presença dos monócitos (outras células do sistema imunitário para defesa de microorganismos) e que estejam em contacto com as células T para que se verifique o efeito imunossupressor», esclarece Rita Cavaleiro.
O que a investigadora diz ter verificado é que indivíduos infectados pelo HIV-2 têm um menor ritmo de progressão para doença, menor quantidade de vírus em circulação e uma transmissibilidade também inferior, «o que faz com que a infecção seja confinada».
Neste sentido, uma vez conhecidos os mecanismos, a nível terapêutico «é possível que se possa manipular o sistema imunitário ao nível dos monócitos para se vir a diminuir a activação imunitária e dessa forma contribuir para uma menor progressão», clarificou a Rita Cavaleiro.
Possibilidade de novas terapêuticas
O investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa João Barata, um dos vencedores do prémio Pfizer de Investigação Básica, considerou que o estudo sobre leucemia linfoblástica aguda de tipo T (a mais agressiva) «abre portas» para o desenvolvimento de terapêuticas que «permitam fazer um ataque selectivo às células tumorais sem afectar as células normais».
Isto porque, segundo João Barata, ao contrário dos doentes que têm a leucemia de tipo B (a predominante) estes «são tratados com uma quimioterapia mais agressiva e estão sujeitos a efeitos secundários mais nocivos».
Portanto, alerta o investigador, «qualquer estratégica terapêutica nova que permita fazer um ataque selectivo às células tumorais sem afectar as células normais terá um potencial de melhoria da qualidade de vida dos doentes muito significativa».
Bolsa de 60 mil euros
Os laboratórios Pfizer atribuíram ainda uma bolsa no valor de 60 mil euros para o projecto de investigação sobre «risco cardiovascular aumentado na infecção VIH», levado a cabo pela equipa de Manuel Pestana e de António Carlos Sarmento, do Hospital de S. João e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Além de reconhecerem os riscos cardiovasculares clássicos (diabetes, tabagismo, etc.) nos infectados com VIH, os investigadores pretendem avaliar outros factores que possam ser responsáveis pelo aumento desses riscos, por exemplo, o não funcionamento dos rins.
A equipa vai também estudar uma molécula que é produzida em todos os organismos que, segundo os investigadores, pode influenciar a «disfunção endotelial» (uma disfunção a nível cardiovascular): «O risco cardiovascular dos doentes de sida está directamente relacionado com esta disfunção», por isso, «se conseguirmos prever que a doença vai aparecer podemos preveni-la precocemente», declarou Manuel Pestana.
Em 2008 foram entregues 38 candidaturas aos Prémios de Investigação Pfizer, que desde 1956 distinguem trabalhos nesta área.
Prémios Pfizer: atribuída uma bolsa de investigação do risco cardiovascular em infectados com HIV
Um trabalho sobre o papel das proteínas do vírus da sida e outro sobre o tratamento do tipo de leucemia mais aguda venceram esta quinta-feira os prémios Pfizer 2008, que atribuíram ainda uma bolsa para a investigação do risco cardiovascular em infectados com HIV.
O estudo que venceu o prémio de Investigação Clínica incidiu sobre os «efeitos distintos das proteínas do invólucro do HIV-1 e do HIV-2» e concluiu que «a proteína do HIV-2 tem uma capacidade mais imunossupressora da activação da célula imunitária», segundo Rita Cavaleiro, da Unidade de Imunologia Clínica do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa.
Segundo a investigadora, a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) caracteriza-se por uma perda progressiva de linfócitos T CD4 - células que têm um papel fundamental na resposta imunitária.
«Também descobrimos que é muito importante a presença dos monócitos (outras células do sistema imunitário para defesa de microorganismos) e que estejam em contacto com as células T para que se verifique o efeito imunossupressor», esclarece Rita Cavaleiro.
O que a investigadora diz ter verificado é que indivíduos infectados pelo HIV-2 têm um menor ritmo de progressão para doença, menor quantidade de vírus em circulação e uma transmissibilidade também inferior, «o que faz com que a infecção seja confinada».
Neste sentido, uma vez conhecidos os mecanismos, a nível terapêutico «é possível que se possa manipular o sistema imunitário ao nível dos monócitos para se vir a diminuir a activação imunitária e dessa forma contribuir para uma menor progressão», clarificou a Rita Cavaleiro.
Possibilidade de novas terapêuticas
O investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa João Barata, um dos vencedores do prémio Pfizer de Investigação Básica, considerou que o estudo sobre leucemia linfoblástica aguda de tipo T (a mais agressiva) «abre portas» para o desenvolvimento de terapêuticas que «permitam fazer um ataque selectivo às células tumorais sem afectar as células normais».
Isto porque, segundo João Barata, ao contrário dos doentes que têm a leucemia de tipo B (a predominante) estes «são tratados com uma quimioterapia mais agressiva e estão sujeitos a efeitos secundários mais nocivos».
Portanto, alerta o investigador, «qualquer estratégica terapêutica nova que permita fazer um ataque selectivo às células tumorais sem afectar as células normais terá um potencial de melhoria da qualidade de vida dos doentes muito significativa».
Bolsa de 60 mil euros
Os laboratórios Pfizer atribuíram ainda uma bolsa no valor de 60 mil euros para o projecto de investigação sobre «risco cardiovascular aumentado na infecção VIH», levado a cabo pela equipa de Manuel Pestana e de António Carlos Sarmento, do Hospital de S. João e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Além de reconhecerem os riscos cardiovasculares clássicos (diabetes, tabagismo, etc.) nos infectados com VIH, os investigadores pretendem avaliar outros factores que possam ser responsáveis pelo aumento desses riscos, por exemplo, o não funcionamento dos rins.
A equipa vai também estudar uma molécula que é produzida em todos os organismos que, segundo os investigadores, pode influenciar a «disfunção endotelial» (uma disfunção a nível cardiovascular): «O risco cardiovascular dos doentes de sida está directamente relacionado com esta disfunção», por isso, «se conseguirmos prever que a doença vai aparecer podemos preveni-la precocemente», declarou Manuel Pestana.
Em 2008 foram entregues 38 candidaturas aos Prémios de Investigação Pfizer, que desde 1956 distinguem trabalhos nesta área.
IOL