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Nuclear/Portugal: «Palavra de ordem é «esperar para ver» - Hans Blix

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Nuclear/Portugal: «Palavra de ordem é «esperar para ver» - Hans Blix

Lisboa, 18 Nov (Lusa) - A palavra de ordem para a introdução de energia nuclear em Portugal é "esperar para ver", declarou hoje, em Lisboa, o antigo chefe dos inspectores da ONU no Iraque, o sueco Hans Blix.

O responsável pela Comissão das Nações Unidas para a Monitorização, Verificação e Inspecção (UNSCOM) das armas de destruição em massa no Iraque (2003) respondia à Agência Lusa sobre a polémica da introdução da energia nuclear em Portugal, país totalmente dependente do exterior em combustíveis fósseis que, queimados, emitem gases com feito de estufa responsáveis pelo aquecimento global do planeta.

Defensor das energias renováveis e outras passíveis de diminuir a dependência energética e certamente mais limpas, o antigo director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA, 1981-1997) - organismo regulador das Nações Unidas (ONU) - recordou haver "muitos países a apostar no nuclear".

Como exemplo, indicou que "os dinamarqueses, durante muito tempo avessos ao nuclear - tal como a Suécia, Irlanda ou Áustria - estão a mudar de opinião".

"Estive na passada segunda-feira em Copenhaga e vi num jornal local que a percentagem da população a considerar o nuclear uma energia sem efeitos nocivos sobre o aquecimento global está a aumentar significativamente, embora ainda não seja a maioria", recordou.

O antigo chefe da diplomacia de Estocolmo (1978-79) admitiu, no entanto, que "a questão continua a ser controversa".

"Se a chanceler Angela Merkel ganhar as próximas eleições na Alemanha, haverá muito possivelmente mudanças" a favor do nuclear, observou.

"No Reino Unido, trabalhistas e conservadores puseram-se de acordo sobre a expansão da energia nuclear", acrescentou.

Quanto ao novo presidente norte-americano, Barack Obama, Hans Blix disse saber apenas que "é favorável às energias renováveis e ao nuclear seguro".

"Em sintonia com o Partido Democrata, deverá haver uma ênfase na poupança energética, energias renováveis e eventualmente na construção de mais centrais nucleares, com recurso à iniciativa privada", adiantou.

Tendo como fundo este cenário internacional, o académico sueco concluiu que, para Portugal, a palavra de ordem "é esperar para ver o que dá o debate sobre a matéria".


Actualmente, existem 450 centrais nucleares em todo o mundo.


Hans Blix ficou conhecido internacionalmente por insistir na cooperação do regime de Saddam Hussein com a UNSCOM e negar a existência de armas de destruição em massa no Iraque, denunciando a encenação de Washington e Londres para invadirem aquele país do Médio Oriente.

Deu controversas entrevistas à BBC e ao jornal britânico Guardian e chegou a acusar os serviços secretos norte-americanos de terem colocado escutas no seu gabinete e no Conselho de Segurança da ONU.

Desde 2003, preside a uma comissão independente para as armas de destruição em massa, com sede em Estocolmo.

Hans Blix falava na conferência "O Mediterrâneo, o Norte de África e a Ameaça Nuclear", realizada no Instituto de Estudos Superiores Militares, em Lisboa.


JHM.

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