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Suiniculturas de Leiria gastariam 3,9 milhões de euros por ano com estação de tratamento
As suiniculturas da região de Leiria estariam a gastar 3,9 milhões de euros por ano para lidar com os seus resíduos caso já estivesse construída uma estação de tratamento que chegou a estar prevista para 2003, mas só estará pronta em 2010.
Este valor resulta da aplicação da tarifa hoje estimada em 5,7 euros por metro cúbico de efluentes a entrar na futura estação de tratamento, cuja construção é da responsabilidade da Recilis, empresa que gere as suiniculturas da região. O volume diário actual é 1900 metros cúbicos por dia.
A própria Recilis, que concessionou a construção e exploração da estação a um consórcio externo, está a tentar encontrar formas de reduzir a futura factura. "É manifestamente uma tarifa elevada", afirma David Neves, administrador da Recilis.
Segundo David Neves, o atraso na construção da estação de tratamento tem a ver com várias razões, incluindo duas mudanças de Governo e consequentes alterações nos pressupostos do projecto. Mas a demora está a incomodar o Ministério do Ambiente, que não só tem criticado os alegados atrasos da Recilis, como reforçou a fiscalização sobre as suiniculturas.
A própria Recilis foi alvo de uma visita da Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAOT), em Agosto, que resultou num relatório recheado de críticas. Segundo a IGAOT, a empresa está descapitalizada e só tem quatro funcionários para garantir a gestão dos efluentes de 338 suiniculturas só em Leiria. "É uma estrutura pequena mas eficiente", rebate Neves.
O relatório diz também que a Recilis não está a cumprir algumas condições da sua licença para descarga de efluentes. Na Secretaria de Estado do Ambiente, a informação da IGAOT "foi vista com preocupação, pelo que denota do potencial incumprimento em matéria tão pertinente para a despoluição da região do Lis", segundo respostas escritas ao PÚBLICO. A inspecção deu lugar à abertura de processos de contra-ordenação.
David Neves diz que a Recilis nunca recebeu o relatório desta inspecção, do qual só tem conhecimento pela comunicação social. Mas rejeita todas as irregularidades e críticas apontadas, como a falta de controlo das descargas ou da quantidade de resíduos das explorações que aderiram ao sistema de tratamento. "Sabemos onde estão [as explorações], a quem pertencem e quantos animais têm."
Nova ETAR inaugurada hoje
Uma pequena parte dos efluentes das suiniculturas de Leiria poderá já ser encaminhada para uma grande estação de tratamento de águas residuais (ETAR) que é inaugurada hoje pelo ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, em Leiria.
É a maior ETAR da região Centro, reservada sobretudo para esgotos domésticos - cinco por cento da sua capacidade será para suiniculturas. Quando estiver pronta, a futura estação de tratamento de efluentes suinícolas da Recilis também ficará ligada a esta ETAR.
Público
As suiniculturas da região de Leiria estariam a gastar 3,9 milhões de euros por ano para lidar com os seus resíduos caso já estivesse construída uma estação de tratamento que chegou a estar prevista para 2003, mas só estará pronta em 2010.
Este valor resulta da aplicação da tarifa hoje estimada em 5,7 euros por metro cúbico de efluentes a entrar na futura estação de tratamento, cuja construção é da responsabilidade da Recilis, empresa que gere as suiniculturas da região. O volume diário actual é 1900 metros cúbicos por dia.
A própria Recilis, que concessionou a construção e exploração da estação a um consórcio externo, está a tentar encontrar formas de reduzir a futura factura. "É manifestamente uma tarifa elevada", afirma David Neves, administrador da Recilis.
Segundo David Neves, o atraso na construção da estação de tratamento tem a ver com várias razões, incluindo duas mudanças de Governo e consequentes alterações nos pressupostos do projecto. Mas a demora está a incomodar o Ministério do Ambiente, que não só tem criticado os alegados atrasos da Recilis, como reforçou a fiscalização sobre as suiniculturas.
A própria Recilis foi alvo de uma visita da Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAOT), em Agosto, que resultou num relatório recheado de críticas. Segundo a IGAOT, a empresa está descapitalizada e só tem quatro funcionários para garantir a gestão dos efluentes de 338 suiniculturas só em Leiria. "É uma estrutura pequena mas eficiente", rebate Neves.
O relatório diz também que a Recilis não está a cumprir algumas condições da sua licença para descarga de efluentes. Na Secretaria de Estado do Ambiente, a informação da IGAOT "foi vista com preocupação, pelo que denota do potencial incumprimento em matéria tão pertinente para a despoluição da região do Lis", segundo respostas escritas ao PÚBLICO. A inspecção deu lugar à abertura de processos de contra-ordenação.
David Neves diz que a Recilis nunca recebeu o relatório desta inspecção, do qual só tem conhecimento pela comunicação social. Mas rejeita todas as irregularidades e críticas apontadas, como a falta de controlo das descargas ou da quantidade de resíduos das explorações que aderiram ao sistema de tratamento. "Sabemos onde estão [as explorações], a quem pertencem e quantos animais têm."
Nova ETAR inaugurada hoje
Uma pequena parte dos efluentes das suiniculturas de Leiria poderá já ser encaminhada para uma grande estação de tratamento de águas residuais (ETAR) que é inaugurada hoje pelo ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, em Leiria.
É a maior ETAR da região Centro, reservada sobretudo para esgotos domésticos - cinco por cento da sua capacidade será para suiniculturas. Quando estiver pronta, a futura estação de tratamento de efluentes suinícolas da Recilis também ficará ligada a esta ETAR.
Público