Romenos ameaçam fugir com os filhos

Mantém-se num impasse a decisão quanto ao futuro de duas crianças romenas, de um e dois anos, inseridas numa família de imigrantes ilegais a residir em Braga numa situação de extrema pobreza, que levou já a Comissão de Protecção de Menores (CPCJ) a retirar dos pais uma bebé de um mês, por se encontrar subnutrida e em risco de vida.

Apesar da situação de fome, os pais recusam entregar as crianças à CPCJ e ameaçaram já fugir com elas. A bebé teve de ser na quinta-feira hospitalizada no S. Marcos, onde se encontra na companhia da mãe, uma jovem de 18 anos.

As outras duas crianças vão permanecer com o pai e os avós durante o fim-de-semana, sob acompanhamento da equipa de acção social da Bogalha.

Em causa está um aglomerado de 11 imigrantes ilegais que vivem em situação de carência absoluta num apartamento das imediações da igreja de S. Victor. "São autênticos acampamentos. Há uma série de apartamentos aqui na zona onde vivem às dezenas, e sobretudo crianças", apontou João Nascimento, um morador local que reconheceu o caso da família da bebé hospitalizada como "apenas uma situação mais grave do que o normal por causa de estarem em causa três bebés" e ser evidente "a falta de recursos e até de fome".

O presidente da Junta, Firmino Marques, adiantou ao CM que já se deparou com duas situações em que "estavam 30 romenos a viver num só apartamento".
Mário Fernandes