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Simulacro põe meios à prova

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Nov 18, 2007
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"Vermelho!", grita o militar da Marinha à entrada do hospital de campanha. A cor designa o estado máximo de gravidade do ferido, retirado há minutos de uma das arribas de Porto Brandão. É imediatamente levado para a sala de estabilização, onde é observado por dois médicos. O diagnóstico aponta lesões abdominais graves e passa para a tenda de onde será evacuado de barco.

Este é apenas um dos casos do exercício que ontem transformou por completo a habitual pacatez de Porto Brandão, Almada. Integradas no PROCIV IV – o maior simulacro de sismo feito em Portugal – as operações na Margem Sul simularam a resposta à derrocada de encostas com corte de estradas.

No total dos simulacros, participam 68 entidades, incluindo Protecção Civil, Forças Armadas, Forças de Segurança e bombeiros.

O sismo fictício, de magnitude 6.7 na escala de Richter – à semelhança do que aconteceu em 1909 em Benavente – foi sentido pouco depois das 16h00. Até domingo, sucedem-se os exercícios de resposta a derrocadas, soterramentos e outras situações-limite, que vão mobilizar 4548 pessoas.

Dois dos participantes são Rui Roque, de 27 anos, e Afonso Santos, de 45, que fazem o papel de feridos ligeiros em Porto Brandão. "Acho este tipo de exercícios muito importantes para preparar as populações", diz Rui Roque, que se voluntariou para ser figurante.

No hospital de campanha montado pela Marinha conta-se oito feridos e um morto. Os dois helicópteros Kamov da Protecção Civil largam bombeiros no largo, provocando uma tempestade de areia. Nas arribas, militares resgatam vítimas, perante a ira de uma residente que viu o quintal invadido: "Então fazem isto e nem me avisam de nada?"

Até domingo, os simulacros sucedem-se nos distritos de Santarém, Lisboa e Setúbal para "pôr à prova o plano de resposta a sismos que temos em Portugal e corrigir as deficiências que se detectarem", explica o ministro Rui Pereira.

Os responsáveis repetem uma ideia: 95% das vítimas de sismos é salva pelos seus vizinhos, muito antes de chegar o apoio.

SIMULACROS CORTAM VIAS

Hoje é o dia com mais simulacros nos três distritos (Lisboa, Santarém e Setúbal) onde decorre o exercício, pelo que se esperam condicionamentos de trânsito. Em Lisboa, a simulação de acidente num posto de combustível vai condicionar a zona do Campo das Cebolas e cortar as ruas da Alfândega e do Cais de Santarém desde o início da tarde. As zonas ribeirinhas de Vila Franca de Xira e Póvoa de Santa Iria também vão ser afectadas, tal como a EN10. Em Samora Correia, Benavente e Porto Alto, são esperadas restrições na EN118 e em várias ruas, desde as 09h00. Em Almada haverá restrições na zona histórica, que começam às 15h00. Seixal (junto ao centro de estágios do Benfica) e zonas ribeirinhas do Seixal e Arrentela também são condicionadas.

PORMENORES

ABRIGOS PARA TSUNAMIS

Carlos Palhares, responsável da Protecção Civil de Lisboa, defendeu ontem que deviam ser criados locais seguros e sinalizados para abrigar a população em caso de maremoto.

VISEU É ALTERNATIVA

A Cruz Vermelha vai instalar até ao final de 2009 uma sala de emergência para catástrofes em Viseu, como alternativa à que existe na sede, em Lisboa. O baixo risco sísmico da região justifica a escolha.

ASSOCIAÇÃO CRITICA

A Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil criticou a divulgação do simulacro, dizendo que não vai produzir resultados rigorosos.






José Carlos Marques
 
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