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A vizinha Espanha conta, actualmente, com oito centrais nucleares em modo operacional. Portugal continua a primar pela ausência de uma instalação desse tipo. Localizada a 100 km da fronteira, junto ao rio Tejo, a central espanhola de Almaraz é a mais próxima do território português. Perante esta proximidade, muito se tem debatido sobre os efeitos de acidentes nas centrais espanholas para o território nacional.
Segundo Aníbal Fernandes, presidente do consórcio Energias de Portugal (ENEOP), os acidentes em centrais nucleares espanholas são constantes. «Só este ano foram registados 40 acidentes nas 8 centrais daquele país, o que colocou, em média, 2,2 centrais indisponíveis em permanência», relata.
«Gostem ou não, já sofremos os impactos ambientais e os riscos das centrais nucleares espanholas. Estarem em Espanha ou em Portugal é indiferente, basta ver a central nuclear de Almaraz junto ao rio Tejo», destaca o consultor Mira Amaral, que tem sido em Portugal um dos defensores do nuclear em Portugal, no seu livro «Energia e Mercado Ibérico».
Sobre a segurança desta fonte de energia, o empresário Pedro Sampaio Nunes garante que o nuclear é mais seguro que qualquer outra forma de energia. «O controlo é de tal modo apertado que qualquer incidente tem que ser reportado», sustenta ao AmbienteOnline.
Em Portugal, é a Rede de Monitorização de Emergência (RADNET) que mede os índices diários de radioactividade no País. Dispõe de 11 estações instaladas no território continental, uma na Madeira e outra nos Açores. Na base aérea de Talavera La Real, em Badajoz (Espanha), encontra-se instalada uma estação fixa portuguesa. Já nas Penhas Douradas está instalada uma estação fixa espanhola pertencente à espanhola REVIRA. Estas estações são utilizadas para intercomparação de dados e estão operacionais desde Julho de 1996.
Nuclear em Portugal inevitável?
Os problemas ambientais e sociais relacionados com a radioactividade não ficam indiferentes à Agência Portuguesa do Ambiente (APA). «À medida que mais desastres ocorrem, despertando a necessidade de novas tecnologias para lhes fazer face, também os desafios para a humanidade se tornam mais exigentes», assume a APA.
«Sem garantias reais dos Estados, não há nenhuma seguradora no mundo que se preste a segurar estes projectos e nenhum banco está disponível para assumir o risco de os financiar», conclui o presidente da ENEOP.
Por sua vez, o empresário Pedro Sampaio Nunes, sublinha a inevitabilidade da construção de uma central nuclear no país, a única forma de produzir grandes volumes de energia sem emissões de CO2. «Sem isso caminhamos para o abismo em termos económicos e ambientais», acrescenta.
Ambiente Online