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BCE pode levar juros a zero para forçar maior queda da Euribor

Hdi

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Set 10, 2007
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Análise do Citigroup

As Euribor continuam a cair. Completaram sexta-feira a 31ª sessão consecutiva de quedas, naquele que é já o maior ciclo de sempre de descidas nas taxas interbancárias da Zona Euro. Mas, apesar das descidas, mantêm-se substancialmente elevadas, quando comparadas com a taxa directora do Banco Central Europeu (BCE). Uma situação que, de acordo com o Citigroup, pode obrigar a autoridade monetária a reduzir o preço do dinheiro até zero, já no próximo ano, para forçar a queda dos juros nos mercados.

"Apesar das quedas observadas recentemente, o actual diferencial [das Euribor face à taxa do BCE, de 3,25%] continua a ser extraordinariamente elevado [mais de 80 pontos base]", salienta o Citigroup, no estudo a que o Negócios teve acesso. Acrescenta que, "sem uma redução substancial desse diferencial, há o risco do BCE poder ter que cortar a taxa até aos zero (ou próximo de zero, como na Suíça)".

O banco central helvético efectuou na semana passada um corte agressivo nos juros, reduzindo a taxa em 100 pontos base. Para combater aos efeitos da crise na economia os bancos centrais está a cortar os juros de forma acentuada, sendo o especialistas antecipam já a prática de juros zero em algumas das maiores economias, como no Estados Unidos e Reino Unido. Uma prática que, de acordo com o Citigroup, poderá ser seguida também pelo BCE.

Na Zona Euro, a taxa directora também reduziu em 100 pontos base, no conjunto das duas intervenções que o BCE fez, no espaço de apenas um mês. A taxa de juro caiu para 3,25%, dos anteriores 4,25%, mas o BCE, através do seu presidente, Jean-Claude Trichet, deixou em aberto a possibilidade de voltar a reduzir o preço do dinheiro já na reunião de Dezembro, que se realiza na próxima semana. "Já dissemos que podemos cortar a taxa de juro", reiterou Trichet na sexta-feira.

"Dissemos na última conferência de imprensa que não estava excluído continuar a reduzir a taxa de juro", acrescentou o presidente da autoridade monetária da Zona Euro. A média das estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg aponta para uma redução de 75 pontos base, para 2,5%, já em Dezembro. "Depois de um provável corte de 75 ou 100 pontos base em Dezembro, esperamos mais cortes por parte do BCE no primeiro semestre de 2008", refere o Citigroup, que agora prevê que a taxa desça até 1%. "Agora prevemos que a taxa recue até 1%, em meados de 2009, uma revisão em baixa da nossa estimativa de 2%".

Os cortes já efectuados e as perspectivas de novas reduções dos juros têm contribuído para a forte correcção das Euribor. Estas taxas interbancárias, ou seja, as taxas de juro cobradas pelos bancos nos empréstimos que concedem entre si, está já substancialmente abaixo dos recordes fixados no início de Outubro. Desde então, encetaram um ciclo de queda que se mantém e que, segundo as previsões, deverá persistir. As Euribor a três e seis meses estão agora nos 4,021% e 4,065%, respectivamente. A taxa a seis meses, a mais utilizada nos contratos de crédito à habitação, em Portugal, está já a ser negociada entre os bancos a 2,6%, para Maio.

Ou seja, no espaço de apenas seis meses (face ao recorde atingido em Outubro, de 5,448%) a Euribor cairá para metade, ou até mais. Boas notícias para quem tem que pagar a prestação da casa ao banco. Os novos empréstimos contraídos este mês pagarão uma prestação que representa uma quebra de 50 euros. Já num crédito com revisão este mês, a descida da prestação supera os 30 euros face ao valor fixado em Maio.

Jornal de Negócios
 
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