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PCP reúne no fim-de-semana no XVIII Congresso Nacional

Hdi

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Jerónimo de Sousa de novo candidato e sem oposição visível

Jerónimo de Sousa entra sábado no XVIII Congresso Nacional do PCP, em Lisboa, sem oposição interna visível, após um mandato de quatro anos à frente dos comunistas em que conseguiu uma pacificação interna e uma recuperação eleitoral.

O secretário-geral do PCP não usa o termo pacificação, mas em entrevista à Agência Lusa garantiu que, com a sua liderança, o partido está "mais forte, com bom ambiente" e que obteve resultados como já não tinha há 20 anos.

"Neste momento, o colectivo partidário, direcção e secretário-geral, liquidaram as teses liquidacionistas, na medida que é um partido que está mais forte, com um bom ambiente", afirmou o líder comunista, que já anunciou estar disposto a continuar mais quatro anos.

Jerónimo de Sousa assinala mesmo que militantes que "tinham profundas inquietações" em 2004 "hoje estão a participar activamente, independentemente da defesa das suas ideias".

O PCP viveu um período conturbado antes do congresso de 2004, após um processo em que o chamado grupo de renovadores - com João Amaral, Edgar Correia e Carlos Figueira, expulsos em 2002, e Carlos Brito, por exemplo - a defenderem uma "abertura" do partido e a pôr em causa o centralismo democrático.

Desde que foi eleito, porém, Jerónimo enfrentou três momentos de agitação interna: a retirada da confiança política a Alfredo Barroso, que ganhou a câmara do Redondo como independente nas autárquicas de 2005, a substituição em 2006 de Carlos Sousa na presidência da câmara de Setúbal e a conturbada substituição de Luísa Mesquita, agora deputada não inscrita.

Nos três dias de congresso no espaço multiusos/Campo Pequeno, em Lisboa, não deverão participar os críticos de 2004, como Lopes Guerreiro, que, como Fernando Vicente, já este ano denunciaram um clima de "paz podre" no partido.

O ex-autarca de Alvito, que há quatro anos defendeu o voto secreto contra "o definhamento" do partido, disse à Lusa que não vai ao congresso dado que no passado a direcção "usou as vozes críticas como bode expiatório dos insucessos do partido".

Além de Lopes Guerreiro, apenas o "renovador" Fernando Vicente, militante desde a década de 60 e durante anos organizador da Festa do Avante!, falou no congresso de Almada.

Eleitoralmente, nos últimos quatro anos, a CDU conseguiu uma subida nas legislativas de 2005, tanto em percentagem como em número de deputados (14) - mais dois do que 2001.

Nas autárquicas do mesmo ano, a coligação liderada pelos comunistas perdeu câmaras como o Redondo, mas recuperou outras, como o Barreiro, conseguindo mais quatro presidências (32) do que em 2001 (28).

"O partido cresceu, com resultados que não se verificavam há cerca de 20 anos", afirmou à Lusa Jerónimo de Sousa, que reclama a adesão de mais 7.200 militantes.

No congresso, que reúne cerca de 1.500 delegados, os comunistas vão votar a proposta de Resolução Política (Teses), um documento de mais de 90 páginas, que determina a estratégia do partido para os próximos quatro anos.

A direcção do PCP propõe a reedição da Coligação Democrática Unitária (CDU), com "Os Verdes", Intervenção Democrática (ID) e independentes, nas eleições europeias, legislativas e autárquicas.

As Teses foram aprovadas por unanimidade pelo Comité Central do partido, na reunião de 22 e 23 de Novembro, a mesma que aprovou, com dois votos contra e três abstenções, a lista dos órgãos dirigentes a ser aprovados em congresso.

Durante os três dias do congresso, os comunistas vão utilizar o palco do multiusos do Campo Pequeno para dar fazer ecos das suas "bandeiras" - contra o Código do Trabalho ou a crise do capitalismo - ou das críticas ao Governo do PS, que acusa de seguir "uma política de direita".

SIC
 

migel

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Abertura do Congresso do PCP

Abertura do Congresso do PCP
Jerónimo reforça uso do léxico marxista

O PCP orgulha-se da sua filiação marxista-leninsta. Jerónimo quis mostrá-lo povoando a sua intervenção de expressões de jargão ideológico. Pela «luta de massas», contra «os inimigos de classe» e «grande ital» em direcção «à democracia avançada no limiar do séc. XXI»


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O discurso inicial do líder do PCP mostrou que existe um novo orgulho na escolha que os comunistas fizeram, há quatro anos, contra os que pretendiam uma revisão ideológia, «social-democratizante», no entendimento da actual direcção.

Em hora e vinte de discurso, Jerónimo de Sousa, não se cansou de repetir expressões como «grande capital», «luta de classes», «contradições de classe» e «luta de massas» e referiu-se à «democracia avançada no limiar do século XXI» (expressão do regime que o PCP gostaria de instaurar em Portugal), .

O uso da linguagem marxista-leninista, muito mais contida durante a liderança de Carlos Carvalhas, foi um sinal distintivo do discurso e reforçou alguns ataques aos adversários políticos do PCP. Nas várias referências ao PS, isso notou-se particularmente.

«Sabemos do ódio que provocamos nos nossos inimigos de classe», disse a propósito das novas regras do financiamento partidário, que pretendem a «asfixia financeira do PCP».

Depois de criticar a governação PS, que «não é uma inevitabilidade» face à crise internacional, Jerónimo disse que a alternativa é a «democracia avançada no limiar do século XXI», uma expressão que caracteriza o regime político que o PCP defende em alernativa à actual democracia «eleitoral».

Essencial para o «combate a este Governo» é o reforço da contestação social. «Confirma-se a actualidade da luta de massas para combater a política de direita», disse Jerónimo, recordando que os últimos quatro anos os comunistas provaram a sua validade nas ruas, «numa dialéctica» com «a sua actuação institucional» no Parlamento.

Com o Governo PS «ao serviço do grande capital», os trabalhadores e democratas devem juntar-se. Mas «não se apagam as contradições ente estas classes», numa «luta em que a força motriz será a da classe operária e dos trabalhadores», disse, virando o discurso para a parte sindical.

Carvalho da Silva e Mário Nogueira ouviam atentamente nas bancadas, com o líder da Fenprof a mostrar bem mais entusiasmo que o líder da CGTP nos aplausos. Na tribuna, Jerónimo saudou os resultados obtidos pela da CGTP, elogiando o esforço de «milhares de dirigentes», mas sem fazer nenhuma referência personalizada a Carvalho da Silva.

Criticando o BE, Jerónimo voltou a cerrar a linguagem marxista-leninista: o Bloco é «social-democratizante», revela a matriz «esquerdizante» dos partidos que lhe deram origem, e sofre de uma «indefinição ideológica».

Na composição do Comité Central, Jerónimo referiu o «reforço da política de quadros» e maioria operária dos seus membros. Concluíndo um discurso marcado pela ideologia, o líder comunista disse que «O PCP não é o que os seus inimigos queriam que fosse», mas um partido de classe.

«A sua natureza de classe é a razão de ser da nossa luta», afirmou, terminando com a promessa: «Não cederemos a pressões nem ameaças».

tsf
 

Matapitosboss

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Congresso rende-se a ex-deputada: Odete Santos ‘superstar’ sonha com o fim do capital

Congresso rende-se a ex-deputada
Odete Santos ‘superstar’ sonha com o fim do capitalismo



Por Manuel A. Magalhães
Foi um discurso à parte no Congresso. Odete foi mais longa e mais aplaudida que todos os que a precederam. A intervenção cheia de citações literárias e em estilo teatral terminou com um desejo: ver o dia do fim do capitalismo.

Numa das mais aguardadas intervenções do segundo dia do XVIII Congresso do PCP, Odete Santos não desiludiu, a julgar pelos aplausos que a saudaram e a interromperam várias vezes. A longa intervenção terminou com a ex-deputada de braço no ar, proferindo um desejo: a chegada «desse dia imenso, do fim do capitalismo. Nesse dia, disse, nós cantaremos a Internacional!». O Campo Pequeno levantou-se em peso para a ovacionar.

Mas de que falou a ex-deputada comunista? Odete começou por verberar os ataques do Tribunal Constitucional às regras internas do PCP, que obrigam o partido a votar agora de braço no ar, criticou a sentença de um tribunal em Viseu que condenou dois jovens da JCP por pintar uma parede e atacou Nicolas Sarkozy.

«Assim vão as liberdades pela nossa União Europeia», concluiu, referindo à vez as limitações à liberdade de expressão em Portugal, os constragimentos do funcionamento dos sindicatos e duas leis do presidente francês.

Em França, uma lei que criou um registo para todos os jovens de mais de 13 anos que participem em actividades políticas foi referida como exemplo grave de limitação da liberdade de expressão - afinal o mote do discurso. Odete também falou das viagens secretas da CIA, «voos de vítimas e algozes» e da legislação que Sarkozy aprovou dando «imunidade a Rumsfeld».

«A França passou a ser um universo concentrcionário» onde «fascistas» se poderão refugiar.

A resistência dos comunistas a todos os ataques à liberdade de expressão foi elogiada por Odete Santos, que recorreu a diversas citações e referências literárias.

Assim, falando da sentença a que foram condenados dois jovens da JCP, em Viseu, disse que foi proferida «num dia em que os lobos uivaram». O crime dos jovens? Afixar «com amor» um cartaz numa parede degradada, ou mais à frente, disse, pintar uma mensagem «de sonho», num viaduto, «local perfeitamente legal à face da lei».

«Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida» , continuou, referindo, com ironia, a profusão de publicidade afixada livremente, em contraste com as limitações na propaganda política.

«Sonhar pode ser mesmo um pecado, pelo menos sonhar que se tem liberdade de expressão» , disse Odete Santos.


Fonte Inf.- SOL


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