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Maldivas consideram aumento do nível do mar uma “catástrofe em potência”

xicca

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Nas Maldivas, as alterações climáticas são mais do que uma ameaça, assumindo-se como uma questão de sobrevivência. Um dos seus efeitos, o aumento do nível médio do mar é considerado pelas autoridades do pequeno país como uma “catástrofe em potência”. Segunda-feira, a comunidade internacional reúne-se na Polónia sob o signo do aquecimento global.

“As alterações climáticas e a elevação do nível dos mares que provocam é uma catástrofe em potência para as Maldivas”, alertou o Ministério do Ambiente deste pequeno Estado no Oceano Índico, situado a Sul da Índia.

O ponto mais elevado das Maldivas situa-se a 2,3 metros de altitude e cerca de 80 por cento das terras situam-se a menos de um metro acima do nível do mar. Um aumento de um metro do nível dos oceanos seria o suficiente para engolir grande parte do país. Os peritos prevêem um aumento de 18 centímetros até ao final do século.

Para Ali Usuf, pescador das Maldivas, o impacto das alterações climáticas já se faz sentir. O desaparecimento dos recifes de coral causa a diminuição dos peixes que aí vivem. “Isso afecta a nossa vida. Hoje um barco foi obrigado a regressar a terra porque não conseguiu pescar nada”, comentou.

A ameaça é tal que o novo Presidente das Maldivas, Mohamed Anni Nasheed, eleito a 28 de Outubro, afirmou que o seu Governo vai economizar para comprar novas terras em caso do arquipélago desaparecer debaixo das águas. Para isso, o Presidente do arquipélago pretende criar um fundo, alimentado pelo turismo. “Não podemos vir a ser refugiados do clima, que vivem em tendas durante décadas”, acrescentou quando foi investido.

Nasheed disse que já contactou vários países e que estes se mostraram “receptivos”. A Índia e o Sri Lanka constituem o primeiro destino, devido às culturas e climas comparáveis aos das Maldivas. A Austrália também é uma opção.

Famoso pelas suas praias de areia fina e paisagens paradisíacas, o arquipélago das Maldivas são o destino turístico mais luxuoso do Sul asiático. As ilhas têm uma superfície total de 300 quilómetros quadrados, rodeadas por cem mil quilómetros de águas territoriais.

O antigo Presidente, Maumoon Abdul Gayoom, lançou em Abril um livro sobre a ameaça do aquecimento global, onde considerou que a única solução seria deslocar a população para zonas mais seguras. A outra solução, que consiste em construir muros de protecção nas 193 ilhas habitadas, é demasiado cara.

Em Abril de 1987, uma onda gigantesca inundou a capital do país, Male. “Quando estava a fazer o levantamento dos estragos, uma imensa vaga cobriu subitamente a viatura onde me encontrava”, escreveu Gayoom. “Nesse momento senti medo, por mim e por todo o povo das Maldivas”.



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