Homem baleado em Vale Navio

Um homem de 43 anos foi atingido a tiro de caçadeira, ao fim da madrugada de ontem, numa casa abandonada da Urbanização de Vale Navio, Albufeira, tendo ficado gravemente ferido.



"Eram 06h00 quando ouvi o tiro. Saí para ver o que se passava e de repente ouvi os gritos: ‘Ajudem-me, ajudem-me, estou ferido chamem uma ambulância!’ Perguntei-lhe o que é que ele tinha e disse-me que tinha levado um tiro", referiu ao CM uma moradora no local, que solicitou o anonimato.

Embora "cheia de medo", a testemunha, que alertou de imediato o 112, conseguiu perceber que a vítima, que "sangrava muito, tinha o joelho direito destruído". Outros residentes confirmaram igualmente a situação e garantiram "nunca ter visto" a vítima por ali. Momentos depois do tiro, ouviram "um carro a arrancar, em grande velocidade".

Quando os Bombeiros Voluntários de Albufeira e a VMER chegaram ao local, o ferido tinha conseguido arrastar-se de um lado ao outro da casa e encontrava-se caído, embrulhado numa manta. Transportado para o Hospital de Faro, foi operado com sucesso e está a recuperar bem, referiu fonte hospitalar.

A GNR de Albufeira acorreu ao local, bem como a Polícia Judiciária, que está a investigar o crime, tendo ontem procedido à recolha de indícios na habitação e zona circundante. No pavimento ficaram, bem visíveis, as manchas de sangue e ainda um sapato e os óculos da vítima. As autoridades admitem tratar-se de um ajuste de contas. A vítima terá, contudo, dado uma versão pouco clara da situação, bem como dados falsos, nomeadamente a matrícula do carro, no qual teria ido até Vale Navio, alegadamente na companhia do agressor. Terá ainda negado conhecer o autor do disparo, o que as autoridades consideram inverosímil.

PORMENORES

CARTUCHOS

As autoridades encontraram e recolheram vários cartuchos, que se encontravam espalhados no acesso ao Lote n.º 15 de Vale Navio, em cujo interior se encontrava a vítima.

DEGRADAÇÃO

A urbanização, privada, com cerca de 30 anos, encontra-se em degradação e decorreu um processo no tribunal. Algumas casas foram ocupadas ilegalmente. Desidério Silva, presidente da autarquia, referiu que SEF e GNR são muitas vezes chamados ao local.


Ana Palma